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Ex-general do governo Bolsonaro vai assumir direção-geral do TSE uma espécie de gerente

Fernando Azevedo, que comandou o Ministério da Defesa até março deste ano, será responsável por questões administrativas e tecnológicas do tribunal

O general da reserva do Exército Fernando Azevedo, que comandou o Ministério da Defesa de Bolsonaro até março deste ano, vai assumir em fevereiro do ano que vem o posto de novo diretor-geral do TSE.

O cargo é uma espécie de “gerente” da Corte Eleitoral, com a missão de cuidar de
licitações e lidar com questões administrativas, além de ter sob o seu guarda-
chuva a secretaria de tecnologia, responsável por desenvolver softwares
utilizados pelo próprio tribunal.

A chegada de Azevedo coincide com o início da
gestão do ministro Edson Fachin, que vai presidir o TSE daqui a dois meses.

O general vai seguir no cargo durante as eleições, quando a Corte será comandada
pelo ministro Alexandre de Moraes — o nome foi acertado entre os dois
magistrados.

Moraes deverá ter na sua equipe um outro ex-ministro do governo Bolsonaro, o
ex-advogado-geral da União José Levi, que se desentendeu com o presidente da
República por conta de uma ação contra o toque de recolher imposto por Estados
para frear o avanço da pandemia.

Levi, no entanto, só assumirá a secretaria-
geral do TSE com a chegada de Moraes na presidência, em agosto do ano que vem.
Os dois já trabalharam juntos no Ministério da Justiça e Segurança Pública
durante o governo Temer.

Azevedo já foi assessor especial do Supremo Tribunal Federal (STF)

durante a gestão do presidente Dias Toffoli, que buscou na época
estreitar as relações com as Forças Armadas em meio à onda bolsonarista que
varreu o país nas eleições de 2018. Em agosto daquele ano, na condição de chefe
do Estado Maior do Exército, o general Azevedo pregou “tolerância” e
“conciliação” nas eleições que acabaram vencidas por Bolsonaro.

Para o ex-ministro da Defesa, o voto é a arma

“mais poderosa e legítima da democracia, ,
para começar a superar a crise profunda em que estamos mergulhados”.

Conforme mostrou VEJA,

ministros do TSE e do STF já demonstram reservadamente uma séria
preocupação com a temperatura política do país não apenas durante a campanha,
mas com a reação de Bolsonaro ao resultado que pode sair das urnas. Magistrados
estão apreensivos com o risco de o mandatário não reconhecer uma eventual
derrota no voto popular.

Um dos receios é de o chefe do Executivo

retomar os ataques infundados às urnas
eletrônicas e insuflar extremistas a invadir prédios públicos, como o Congresso
Nacional e a sede do TSE, criando um cenário de caos e instabilidade
institucional.

Ao longo de 2022 o TSE vai ser presidido por três ministros
diferentes: Luís Roberto Barroso deixa o tribunal em fevereiro, quando passa o
bastão para Fachin, uma das vozes do Supremo mais enfáticas na defesa da
democracia e preocupadas com os discursos beligerantes de Bolsonaro.

Em agosto,
é a vez de Alexandre de Moraes, magistrado considerado como desafeto pelos
bolsonaristas, assumir a presidência e comandar o tribunal nas próximas
eleições.

Um dos objetivos da nomeação do general Fernando  é esvaziar a
narrativa de que o TSE conspira contra a reeleição do presidente.

[caption id="attachment_107747" align="alignnone" width="1024"] PAZ E SEGURANÇA - O general Fernando Azevedo: ex-ministro da Defesa do governo Bolsonaro vai ser o "gerente" do TSE durante as próximas eleições presidenciais - José Cruz/Arquivo/Agência Brasil[/caption]
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  • Gildo Ribeiro

    Gildo Ribeiro é editor do Grupo 7 de Comunicação, liderado pelo Portal 7 Minutos, uma plataforma de notícias online.

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