By: Olhar Digital
Estourar espumante pode dar à rolha a força de um jato supersônico
Uma tradição secular, presente em diversas culturas e nações, é a de “estourar” a rolha da garrafa de espumante, característico de grandes comemorações
Estamos na última semana de 2021. Ao longo de dezembro, mas, principalmente nesta época, as pessoas costumam se reunir para confraternizar. São festas geralmente regadas a álcool, em especial, vinho e espumante – comumente chamado de “champanhe”, mesmo quando não se trata da bebida produzida na região francesa de mesmo nome.
Uma tradição secular, presente em diversas culturas e nações, é a de “estourar”
a rolha da garrafa de espumante, depois de agitá-la bem, para produzir um
estrondo característico de grandes comemorações.
No entanto, é preciso muita
cautela no manuseio adequado e no procedimento correto para se estourar a rolha.
O principal cuidado a se tomar é o de não posicionar a garrafa de nenhuma
maneira que possa fazer com que a rolha atinja uma pessoa.
Afinal de contas, o estrago que um objeto, por menor que seja, atirado com a
mesma força de um jato supersônico pode fazer é incalculável. Sim, a mesma força
de um jato supersônico.
Isso é o que diz um estudo publicado na revista
científica Science Advances, conduzido por pesquisadores da Universidade de
Reims Champagne-Ardenne, na França.
Segundo a pesquisa, determinadas circunstâncias de temperatura e pressão
influenciam a maneira como o dióxido de carbono (CO2) na garrafa reage com o ar
externo ao ser liberado. Se o CO2 congela e vira gelo seco quando liberado
repentinamente, forma-se uma pluma na abertura da garrafa.
Em um dos
experimentos do estudo, garrafas armazenadas a 20ºC ejetaram um jato congelante
de CO2 a quase -90ºC.
“A grande surpresa foi a formação de um disco Mach [no jato de CO2 congelante],
semelhante ao que acontece com os escapamentos de foguetes”,
diz um dos
principais autores do estudo, Gérard Liger-Belair, professor de física química
na Universidade de Reims Champagne-Ardenne.
De acordo com Liger-Belair, o gelo seco pode disparar uma rolha de espumante a
quase duas vezes a velocidade do som, ou cerca de 2,4 mil km por hora – embora
essa velocidade tenha sido alcançada apenas por um milissegundo e tenha ocorrido
após o armazenamento de garrafas acima da temperatura ideal para servir.
É importante ressaltar que os experimentos foram realizados em garrafas
armazenadas a 20ºC e 30ºC por 72 horas antes das filmagens.
“Uma garrafa
resfriada e aberta entre 8ºC e 10ºC não é suficiente para produzir uma onda de
choque transversal”, disse Liger-Belair, “a menos que a garrafa tenha sido
aberta em alta altitude com menor pressão do ar externo”.
Com informações de Olhar Digital
Uma tradição secular, presente em diversas culturas e nações, é a de “estourar” a rolha da garrafa de espumante, depois de agitá-la bem, para produzir um estrondo característico de grandes comemorações.[/caption]



