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Fotos astronômicas da semana (11/12 a 17/12/2021)

Nesta semana, as imagens astronômicas reunidas no site APOD (Astronomy Picture of the Day) trouxeram registros de alguns fenômenos incríveis que ocorreram neste mês.

Um deles mostra uma sequência de fotos do eclipse solar ocorrido no início do mês — como elas foram feitas em uma região em que o eclipse visto era parcial, conseguimos ver a Lua cobrindo até 90% do disco solar.

Caso você tenha perdido o pico da chuva de meteoros Geminídeas, pode conferir
várias fotos dos meteoros brilhando no céu de diferentes lugares pelo mundo.
Além destas imagens, você encontra também uma que mostra uma nebulosa
considerada uma das maiores regiões de formação estelar na nossa galáxia.

Há, ainda, fotos do cometa Leonard — uma delas foi feita por um telescópio
espacial, e mostra o cometa acompanhado de satélites e até uma aurora boreal.
Será que você consegue encontrar todos os objetos e fenômenos na foto?

Sábado (11) — Eclipse solar parcial

Esta foto foi feita a pouco mais de 1 km do polo sul geográfico da Terra durante
o eclipse solar que ocorreu no dia 4 de dezembro. Durante o fenômeno, a Lua fica
entre o Sol e a Terra, bloqueando total ou parcialmente a luz da nossa estrela;
assim, quem estava na Antártida pôde observar um eclipse solar total ocorrendo,
com o céu escurecendo durante alguns instantes.

Em outros locais, foi possível ver um eclipse parcial, no qual apenas parte do
Sol fica oculto pela Lua — como aparece na imagem acima. Neste caso, o Sol, a
Lua e a Terra não estão totalmente alinhados, e nossa estrela parece ter uma
mancha escura cobrindo apenas parte de seu disco. Como o registro acima é
composta por uma sequência de registros do fenômeno, podemos acompanhar as
diferentes fases eo eclipse até o Sol acabar com 90% de seu disco oculto pela
Lua.

Para fazer as fotos, o fotógrafo deixou sua câmera preparada na neve, com uma
bateria externa protegida por coberturas de aquecimento e torceu para que o
equipamento não acabasse congelado pelas temperaturas de -40 ºC. Se você
observar a imagem com atenção, verá as equipes dos telescópios South Pole
Telescope e BICEP no terraço da estação Amundsen-Scott, posando com os braços
erguidos.

Domingo (12) — Cometa Leonard e aglomerado estelar

Este é o cometa C/2021 A1 (Leonard) em uma foto feita na Califórnia, nos Estados
Unidos, e a imagem acima traz alguns detalhes interessantes dele. Os cometas
orbitam o Sol em órbitas bastante alongadas, e têm núcleos formados por “bolas
de gelo sujas”; conforme se aproximam do Sol, parte do gelo começa a derreter e
é liberada junto de partículas de poeira, que formam o coma, uma nuvem ao redor
do núcleo.

No caso do Leonard, o coma é a parte gasosa e esverdeada. A luz solar ilumina o
coma e “empurra” o material dele para junto da cauda, formada também pelos
materiais que evaporam do cometa. Além do Leonard, a imagem mostra também o
aglomerado M3.

Trata-se de um aglomerado estelar globular formado por aproximadamente 500 mil
estrelas, considerado um dos maiores e mais brilhantes conhecidos. Enquanto o M3
fica a aproximadamente 35 mil anos-luz de distância de nós, o Leonard segue
viagem, e fez sua maior aproximação da Terra no dia 12 de dezembro.

Segunda-feira (13) — Aurora boreal e meteoros

Aqui, temos um registro da montanha Kirkjufell, próxima da cidade de
Grundarfjörður, na Islândia. Esta montanha é uma formação antiga e aparece
acompanhada das belíssimas cores da aurora boreal ao fundo; este fenômeno é
causado por interações entre partículas eletricamente carregadas e as linhas do
campo magnético da Terra.

Ali, as partículas interagem com os gases na atmosfera e emitem este show de
luzes, cujas cores variam de acordo com a altitude e moléculas em questão. Como
a aurora desta imagem era fraca demais, provavelmente seria difícil vê-la a olho
nu, mas a foto foi feita com uma exposição de 25 segundos, fazendo com que as
cores ficassem mais visíveis.

Além das luzes, o registro capturou também alguns rastros luminosos, deixados
pelos meteoros da chuva das Geminídeas — o nome se deve à direção dos meteoros,
que parecem vir da constelação dos Gêmeos. Eles brilham no céu durante o mês de
dezembro, período em que a Terra atravessa a poeira do asteroide 3200 Faetonte.

Terça-feira (14) — Pilar de poeira cósmica

Há quem considere que a estrutura na imagem acima pode até lembrar uma colméia,
mas na verdade, ela é um pilar cósmico de poeira. Este registro foi feito pelo
telescópio espacial Hubble e capturou algo mais: no interior desta estrutura de
aproximadamente 2 anos-luz, está um dos chamados objetos Herbig-Haro.

Esta é uma parte brilhante de nebulosidade associada a estrelas recém-nascidas,
que se forma quando jatos de gás parcialmente ejetado por estrelas atingem
nuvens próximas — no caso, o objeto em questão é chamado Herbig-Haro 666,
formado por uma estrela jovem emitindo jatos poderosos.

Este objeto fica na nebulosa Carina, uma das maiores regiões de formação estelar
que conhecemos na nossa galáxia. Localizada a aproximadamente 7.500 anos-luz de
nós, Carina abriga fluxos de gás em altíssima temperatura, depósitos gasosos
frios e pilares de matéria interestelar, formada por poeira densa.

Quarta-feira (15) — Cometa Leonard visto do espaço

O cometa Leonard segue se aproximando da Terra e já está visível para
observadores do hemisfério norte. Na imagem acima, você pode vê-lo de um jeito
diferente: o Leonard aparece visto do espaço, em um registro do telescópio
espacial Yangwang-1, da chinesa Origin Space. Trata-se de um satélite que tem um
pequeno telescópio óptico em seu interior, capaz de fazer observações na luz
ultravioleta e visível.

O telescópio foi pensado para projetado asteroides próximos da Terra, mas vem
registrando outros objetos incríveis — na foto acima, por exemplo, o cometa
Leonard aparece com sua bela cauda brilhante, próxima do meio da imagem. Já
nosso planeta está visível no canto inferior direito.

Já as camadas atmosféricas que envolvem a Terra aparecem brilhando na diagonal,
do canto inferior esquerdo para o direito. Enquanto as estrelas preenchem o
fundo da imagem, podemos conferir o rastros de dois satélites no canto superior
esquerdo da foto, junto do brilho de um meteoro ainda na parte inferior da foto.
Conseguiu encontrá-los?

Quinta-feira (16) — Meteoros das Geminídeas

O fotógrafo responsável por esta foto conseguiu um registro diferente dos
meteoros da Geminídeas: a imagem foi feita no Uruguai, durante a madrugada do
dia 13 para o dia 14 de dezembro. A foto foi feita durante a noite, mas a
escuridão foi compensada pela longa exposição feita ao longo de mais de uma
hora, junto do brilho refletido pela Lua.

Os meteoros foram fotografados com a câmera virada para o sul, direção oposta à
da constelação dos Gêmeos. O brilho dos meteoros se deve aos fragmentos do
asteroide 3200 Faetonte, que se queimam ao atravessar a atmosfera, sem deixar
fragmentos que caiam ao solo.

Como os meteoros acompanham a órbita do asteroide Faetonte, eles passam pela
Terra na lateral, vindo de frente e seguindo à direção norte. Apesar disso, pode
até parecer que estão seguindo em uma direção radial, mas isso se deve muito
mais à nossa perspectiva, já que os meteoros passam por nós paralelamente.

Sexta-feira (17) — Brilho de um meteoro no céu

O rastro luminoso de um meteoro das Geminídeas brilhou no céu do deserto de
Tengger, na China. O registro foi feito durante a madrugada do dia 14 de
dezembro e, além do meteoro, mostra também um conjunto de estrelas que, juntas,
formam o chamado Hexágono do Inverno — mas este nome é dado no hemisfério norte,
já que no sul ele é conhecido com Hexágono do Verão. Este é um asterismo (ou
seja, um padrão de estrelas facilmente reconhecível), formado por Rigel,
Aldebaran, Capella, Pollux, Castor, Procyon e Sirius.

O asterismo contém estrelas de diferentes constelações, como Órion, Touro e
outras, e pode ser visto de dezembro a março na maioria dos locais do planeta.
Além disso, a maioria das estrelas é de magnitude aparente (o brilho que vemos
ao observá-las da Terra) alta, o que facilita a observação.

Uma das constelações mais fáceis de identificar na imagem é a de Gêmeos — as
duas estrelas dela, Pollux e Castor, aparecem próximas do centro da imagem; a
primeira tem brilho dourado, e a segunda, parece brilhar em tons mais
esbranquiçados. Pollux é considerada a 18º estrela mais brilhante que vemos no
céu noturno.

Fonte: APOD

By: Danielle Cassita | Editado por Patrícia Gnipper

Link original da matéria:
https://canaltech.com.br/espaco/destaques-da-nasa-fotos-astronomicas-da-semana-1112-a-17122021-204697/?utm_source=canaltech&utm_campaign=push-onesignal&utm_medium=web-notification

[caption id="attachment_107524" align="alignnone" width="1024"] Durante o eclipse parcial, a Lua cobriu 90% do disco solar (Imagem:  Reprodução/Aman Chokshi)[/caption]
[caption id="attachment_107528" align="alignnone" width="1024"]  Cometa Leonard e o agloerado estelar M3 em um registro feito na Califórnia (Imagem: Reprodução/Dan Bartlett)[/caption] [caption id="attachment_107526" align="alignnone" width="1024"] Brilho dos meteoros das Geminídeas e de uma aurora boreal na Islândia (Imagem:  Reprodução/James Boardman-Woodend/Judy Schmidt)[/caption] [caption id="attachment_107527" align="alignnone" width="1024"] A nebulosa Carina, um berçário estelar (Imagem: Reprodução/NASA, ESA, Hubble/Mehmet Hakan Özsaraç)[/caption] [caption id="attachment_107525" align="alignnone" width="1024"] Além de registrar o cometa Leonard, o telescópio Yangweng-1 capturou também satélites, um meteoro e até uma aurora (Imagem: Reprodução/Zhuoxiao Wang, Yangwang-1 Space Telescope, Origin.Space)[/caption] [caption id="attachment_107531" align="alignnone" width="1024"] Meteoros da chuva das Geminídeas, junto do brilho de vagalumes (Imagem: Reprodução/Fefo Bouvier)[/caption] [caption id="attachment_107532" align="alignnone" width="999"] Registro de um meteoro das Geminídeas brilhando no céu do deserto de Tengger, na China (Imagem: Reprodução/Alvin Wu)[/caption]
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  • Gildo Ribeiro

    Gildo Ribeiro é editor do Grupo 7 de Comunicação, liderado pelo Portal 7 Minutos, uma plataforma de notícias online.

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