Em um artigo intitulado “Por trás de um acordo secreto entre o Google e o Facebook”, o New York Times descreve um acordo secreto entre o Facebook e o Google relacionado ao mercado de publicidade online que as duas empresas dominam amplamente.

O Facebook revelou em 2017 que estava testando uma nova forma de vender anúncios online que poderia ameaçar o controle do Google sobre o mercado de publicidade online, mas apenas dois anos depois o Facebook anunciou que se juntaria a uma aliança de empresas que apoiam um esforço semelhante do Google, aparentemente abandonando seus próprios planos que teriam permitido à empresa competir com o Google.

O Facebook nunca esclareceu por que parecia abandonar seu próprio projeto, mas uma ação antitruste movida por dez procuradores-gerais estaduais no mês passado implica que o Google estendeu ao Facebook um acordo de parceria.

Seis executivos da aliança facebook/google, disseram ao NYT que seus acordos com o Google não continham muitos dos benefícios generosos que o Facebook recebeu e que o Google deu ao Facebook uma vantagem significativa sobre os outros parceiros da aliança.

O acordo entre o Google e o Facebook recebeu o codinome de “Jedi Blue” e pertence a um segmento do mercado de publicidade online chamado publicidade programática. Um novo método de publicidade chamado lance de cabeçalho surgiu como parte de uma solução alternativa para reduzir a dependência das plataformas de anúncios do Google.

O NYT explica:

“Nos milissegundos entre um usuário clicar em um link para uma página da web e o carregamento dos anúncios da página, os lances para o espaço de anúncio disponível são colocados nos bastidores em mercados conhecidos como trocas, com o lance vencedor passado para um servidor de anúncios. Como o Ad Exchange e o servidor de anúncios do Google eram dominantes, muitas vezes ele direcionava os negócios para seu próprio mercado”.

O lance de cabeçalho forneceu uma solução alternativa que permitiu que os veículos de notícias e outros sites solicitassem lances de uma só vez, aumentando a concorrência e levando a melhores preços para os editores. Na tentativa de evitar perdas significativas com o novo método, o Google desenvolveu uma alternativa chamada Open Bidding que permitia que outras empresas competissem simultaneamente ao lado do Google.

O Google então receberia uma taxa para cada lance vencedor.

“A ameaça do Facebook, um dos maiores compradores de anúncios na internet, apoiar a licitação de cabeçalho era uma grande preocupação no Google. O rascunho da reclamação revisado pelo The Times citou um e-mail de um executivo do Google chamando-o de “ameaça existencial” que exigia ‘uma abordagem com todas as mãos’. O Facebook anunciou em março de 2017 que estava testando lances de cabeçalho com editores como The Washington Post, Forbes e The Daily Mail. O Facebook também atacou o Google, dizendo que a indústria da publicidade digital vinha entregando os lucros a ‘intermediários terceirizados que fazem as regras e ofuscam a verdade’.

“Antes de o Google e o Facebook assinarem o acordo em setembro de 2018, os executivos do Facebook delinearam as opções da empresa a Mark Zuckerberg, seu presidente-executivo, de acordo com o rascunho da reclamação: contratar mais centenas de engenheiros e gastar bilhões de dólares para competir com o Google; sair do negócio; ou faça o negócio”.

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