Cyber segurança
Trump pressiona Apple a desbloquear iPhone e auxiliar investigações
No melhor estilo "Uma mão lava a outra", Trump usou seu estilo peculiar de postagem para afirmar que o governo dos Estados Unidos sempre ajudou a Apple em questões comerciais
Donald Trump usou o Twitter para pressionar a Apple a liberar iPhones pertencentes a criminosos e traficantes de drogas, trazendo de volta um questionamento que, há anos, vem sendo feito à empresa pelo governo dos EUA. A declaração está ligada a um caso ocorrido em dezembro, no qual um atirador matou três pessoas em uma base da marinha em Pensacola, no estado americano da Flórida.
No melhor estilo “Uma mão lava a outra”, Trump usou seu estilo peculiar de postagem para afirmar que o governo dos Estados Unidos sempre ajudou a Apple em questões comerciais (no que ele não está errado), mas que esse apoio não está sendo correspondido quando o assunto é o combate ao crime. No Twitter, o presidente afirma que é hora de a empresa assumir suas responsabilidades. E, para completar, ele termina a publicação com seu jargão tradicional, que vem sendo usado desde a campanha presidencial.
Confira abaixo:
We are helping Apple all of the time on TRADE and so many other issues, and yet they refuse to unlock phones used by killers, drug dealers and other violent criminal elements. They will have to step up to the plate and help our great Country, NOW! MAKE AMERICA GREAT AGAIN.
— Donald J. Trump (@realDonaldTrump) January 14, 2020
A postagem repercute uma declaração feita na última semana pelo procurador geral dos Estados Unidos, William Barr. À imprensa, ele afirmou que a Apple não prestou apoio “significativo” à investigação sobre o caso, permitindo acesso a dois iPhones usados pelo criminoso. Mais uma vez, a empresa e o governo se encontram em pé de guerra quando o assunto é a privacidade dos usuários e os pedidos pela instalação de um backdoor, que permitiria o acesso das autoridades aos smartphones, mas também poderia ser explorada por hackers.
Bate, rebate
Nesta semana, a Apple respondeu às declarações de Barr, afirmando que está ao lado do FBI na investigação e que tem atendido rapidamente a todos os pedidos de informação e intimações que recebe. A empresa diz ter entregado “muitos gigabytes” de informação sobre o atirador, incluindo históricos de compras e e-mails registrados no iCloud, o que configura todos os dados que ela possui sobre o responsável.
Sobre a possibilidade de desbloqueio, entretanto, a empresa repetiu afirmações antigas, declarando que criar um backdoor que seria usado “apenas pelos mocinhos” é impossível. Segundo a Apple, a existência de uma brecha desse tipo permite que ela seja usada também por criminosos e, principalmente, agentes que trabalham contra a segurança nacional americana.
O tiroteio na base naval de Pensacola aconteceu na manhã do dia 6 de dezembro. Mohammed Alshamrani, um piloto da força aérea da Arábia Saudita que passava por treinamentos no local, usou uma pistola para abrir fogo contra os presentes no local, matando três oficiais e ferindo outros oito, incluindo dois policiais que trocaram tiros com o criminoso, que acabou morrendo durante o confronto.
O caso foi categorizado como terrorismo pelo Departamento de Justiça e pelo FBI. Alshamrani teria agido em protesto contra o apoio do governo dos EUA a investidas de Israel contra a Palestina, chegando a publicar mensagens no Twitter afirmando que os americanos pagariam por isso e exibindo vídeos de tiroteios a amigos em um jantar realizado na noite anterior aos ataques. Ele estava em Pensacola para participar de treinamentos, residindo na base desde agosto de 2017.
Fonte: Donald Trump (Twitter), Bloomberg, BBC
Link original da matéria:
https://canaltech.com.br/seguranca/trump-pressiona-apple-a-desbloquear-iphone-e-auxiliar-investigacoes-159116/
Atualizaçao
Donald Trump “exige” que Apple desbloqueie iPhones usados por terroristas
E o caso escalou até o presidente dos Estados Unidos.
Como informamos, o FBI pediu novamente a ajuda da Apple para desbloquear iPhones que pertenciam a Mohammed Saeed Al-Shamrani, atirador saudita que matou três pessoas no ataque a uma base aeronaval em Pensacola (Flórida, Estados Unidos). Pouco tempo depois, o procurador-geral dos EUA, William Barr, engrossou o coro.
A Apple, assim como no primeiro caso (relacionado ao Atentado de San Bernardino), disse que fez tudo ao seu alcance, mas que não tem como entrar nos iPhones do terrorista e que não concorda com a ideia de criar um sistema com uma backdoor (ou seja, uma “porta” de acesso), já que isso poderia ser usado tanto para o bem quanto para o mal.
A história chegou à Casa Branca, e Donald Trump tratou de arregaçar as mangas e bater na mesa (que no caso do presidente americano significa ir ao Twitter), no que para alguns pode ter soado até como uma ameaça à Apple.
We are helping Apple all of the time on TRADE and so many other issues, and yet they refuse to unlock phones used by killers, drug dealers and other violent criminal elements. They will have to step up to the plate and help our great Country, NOW! MAKE AMERICA GREAT AGAIN.
— Donald J. Trump (@realDonaldTrump) January 14, 2020
Estamos ajudando a Apple o tempo todo no comércio e em muitos outros problemas, mas eles se recusam a desbloquear telefones usados por assassinos, traficantes de drogas e outros elementos criminosos violentos. Eles terão que dar um passo adiante e ajudar nosso grande país,
AGORA! TORNE A AMÉRICA GRANDE NOVAMENTE.
No estilo “toma lá, dá cá”, Trump citou as conversas que o governo têm com a Apple envolvendo a guerra comercial com a China — e, é claro, as concessões/flexibilizações que a Casa Branca já fez para ajudar a empresa de Cupertino. Ou seja, chegou a vez da Maçã de ajudar o governo.
A Apple ainda não se pronunciou, mas mesmo com o “pedido” de Trump, é difícil imaginar que a empresa mude de ideia, afinal muito da estratégia comercial da Maçã atualmente permeia o tema privacidade — quebrar essa linha de pensamento agora poderá gerar consequências complicadas para ela.
The shooter’s iPhone 5 is literally older than the iPhone 5C which was at the heart of the San Bernardino encryption fight from 2016. In all likelihood, they could use the exact same exploit they used then.
— Benjamin Mayo (@bzamayo) January 15, 2020
O iPhone 5 do atirador é literalmente mais antigo que o iPhone 5c que esteve no centro da briga de criptografia de San Bernardino em 2016. É muito provável que eles possam usar exatamente a mesma brecha que usaram na época.
No mais, como apontou Benjamin Mayo, do 9to5Mac, o aparelho do atirador é um iPhone 5, mais antigo que o 5c utilizado pelo terrorista do Atentado de San Bernardino. Na prática, o FBI poderia extrair os dados do telefone utilizando a mesmíssima técnica.
Checkm8, an iPhone vulnerability that allows root access to iPhones sold between ’11 and ’17, was just made a bit easier to exploit as part of an update to Cellebrite. Could be key to the government unlocking the phones at the heart of the Apple-FBI spat. https://t.co/3uPVCsoxNJ
— Mark Gurman (@markgurman) January 15, 2020
A checkm8, uma vulnerabilidade do iPhone que permite acesso root a iPhones vendidos entre 2011 e 2017, ficou um pouco mais fácil de explorar como parte de uma atualização para a Cellebrite. Pode ser a chave para o governo desbloquear os telefones no centro da briga entre Apple e FBI.
Mark Gurman (da Bloomberg) afirmou que a ferramenta de invasão criada pela empresa Cellebrite (que pode ter sido peça importante no desbloqueio do iPhone utilizado pelo terrorista no Atentado de San Bernardino — ou não) foi atualizada recentemente, facilitando ainda mais todo esse processo.
Em paralelo a isso, conforme noticiou o New York Times, a Apple já está se preparando para uma possível briga relacionada ao caso com o Departamento de Justiça dos EUA. Conforme a repórter Kara Swisher postou no Twitter, uma porta-voz do DoJ já demonstrou uma certa ignorância sobre o caso numa declaração pública.
A história definitivamente não acabará agora, então veremos como terminará essa nova queda de braço entre Apple e FBI.
Por Eduardo Marques
Link original da matéria:
https://macmagazine.uol.com.br/post/2020/01/15/donald-trump-exige-que-apple-desbloqueie-iphones-usados-por-terrorista/
Atualização
Cíber Segurança
Ferramenta de atualização da empresa Cellebrite para iPhone ajuda a a extrair e analisar informações em alguns iPhones.no meio do Apple-FBI Spat
A empresa de ciência forense digital Cellebrite lançou uma nova ferramenta que pode ser usada para acessar dados nos iPhones no coração da mais recente briga entre a Apple Inc. e o FBI.
A empresa lançou uma atualização em seu software UFED Physical Analyzer que ajuda as agências policiais e outros clientes a extrair e analisar informações em alguns iPhones.
“Pela primeira vez, uma grande quantidade de conjuntos de dados inexplorados de dispositivos iOS pode ser aproveitada para mudar o curso das investigações”, escreveu Shahar Tal, vice-presidente de pesquisa de segurança da Cellebrite, em um e-mail aos clientes na terça-feira. “Esta atualização permite executar rapidamente um jailbreak temporário forense e extração completa do sistema de arquivos em um fluxo de trabalho otimizado”.
A ferramenta usa uma exploração chamada Checkm8, que permite o acesso a chips rodando em iPhones lançados entre 2011 e 2017. A Cellebrite, de propriedade da japonesa Sun Corp., disse que sua versão mais recente da ferramenta funciona com o iPhone 5S, vendido pela primeira vez em 2013, através do iPhone. X , vendido em 2017.
Isso poderia ajudar os investigadores a analisar pelo menos um dos iPhones que pertenciam a Mohammed Saeed Alshamrani, o autor de um ataque terrorista em 6 de dezembro em uma base da Marinha na Flórida. Alshamrani morreu e seu iPhone 5 e iPhone 7 foram bloqueados, deixando o FBI procurando maneiras de invadir os dispositivos.
Apple em novo confronto com os EUA sobre o acesso aos IPhones de terroristas
O FBI está pressionando a Apple para ajudá-la a invadir os iPhones do atacante. O presidente Donald Trump pediu à empresa que intensifique . Mas o governo pode invadir os dispositivos sem a gigante da tecnologia, disseram especialistas em segurança cibernética e forense digital na terça-feira.
O FBI pode desbloquear o iPhone dos terroristas da Flórida sem a Apple
As ferramentas da Cellebrite e de outras empresas forenses digitais que incorporam a vulnerabilidade Checkm8 podem ser especialmente úteis para o FBI.
“Essa ferramenta da Cellebrite permitiria que o governo obtivesse muitas informações por telefone, mais do que conseguimos extrair”, disse Neil Broom, que trabalha com as agências policiais para desbloquear dispositivos.
A ferramenta Cellebrite custa cerca de US $ 15.000 , mais uma taxa de manutenção anual de mais de US $ 4.000 , segundo Broom. Antes de poder ser usado, um cliente precisaria de outra ferramenta Cellebrite para realmente desbloquear o telefone, que poderia custar entre US $ 100.000 e US $ 150.000 , acrescentou Broom.
Por Mark Gurman
Link original da atualização:
https://www.bloomberg.com/news/articles/2020-01-14/iphone-hacking-firm-updates-tool-in-midst-of-apple-fbi-spat?sref=9hGJlFio
Trump pressiona Apple a desbloquear iPhone Evan El-Amin / Shutterstock.com[/caption]
A empresa de ciência forense digital Cellebrite lançou uma nova ferramenta que pode ser usada para acessar dados nos iPhones no coração da mais recente briga entre a Apple Inc. e o FBI..Photographer: Chris Ratcliffe/Bloomberg[/caption]



