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Botaram fogo no meu neném

Corpo de bebê que sumiu em maternidade foi incinerado por engano, diz Secretaria de Saúde

Pais falam sobre indignação: 'Botaram fogo no meu neném'. Quando funerária foi buscar corpo do recém-nascido para ser enterrado, ele não foi encontrado, em Aparecida de Goiânia.

A Secretaria Municipal de Saúde de Aparecida de Goiânia (SMS) informou, na manhã deste sábado (26), que o corpo do recém-nascido Rogério Cardoso de Almeida Filho, que estava desaparecido, na verdade, foi incinerado por engano.

O bebê viveu por cerca de 12 horas e, quando a funerária foi buscá-lo na Maternidade Marlene Teixeira, ele havia sumido.

“Chegou-se ao indicativo de que a empresa responsável pelo recolhimento dos resíduos biológicos cometeu um equívoco e levou o corpo do recém-nascido para incineração, o que é procedimento de praxe no caso dos resíduos biológicos”, esclarece a nota divulgada pela pasta (veja a nota abaixo na íntegra).

Já a empresa responsável pela coleta do lixo informou que “não viola o resíduo hospitalar recolhido de seus clientes, que é armazenado em depósito específico de responsabilidade de cada hospital”. A nota diz ainda “que nada de anormal foi identificado em suas operações no dia do ocorrido” (veja a nota abaixo na íntegra).

A SMS também disse que serão aplicadas “junto aos responsáveis todas as sanções cabíveis”.

A nota finaliza dizendo que “a Secretaria lamenta profundamente o ocorrido, se solidariza com os familiares e informa que prestará toda assistência e reparos que estiverem ao alcance da gestão municipal”.

Mãe do bebê, a dona de casa Juliana Fernandes, de 29 anos, está desolada com tudo o que aconteceu. Ela disse que não consegue acreditar no que tem vivido nos últimos dias.

“Já estou sofrendo muito porque perdi meu bebê no hospital, e agora não tem nem corpo, não posso enterrar meu filho”, contou, emocionada.

O pai, Rogério Cardoso de Almeida, contou que ouviu a notícia da diretoria do hospital.

“Eles disseram que foi uma empresa terceirizada que recolhe as placentas que foi recolher a placenta, levou o bebe junto e incineraram. Botaram fogo no meu neném”, lamentou.
Segundo a família, o neném nasceu no sétimo mês de gestação, na tarde de quinta-feira (24), e viveu por cerca de 12 horas. Consta na certidão de óbito que ele morreu por problemas respiratórios.

O pai foi atrás dos trâmites de praxe junto à funerária e cemitério, para conseguir enterrar o filho, mas chegando à maternidade para buscar o corpo, ainda na quinta-feira, ele não havia sido encontrado.

A Polícia Civil informou que o caso está sendo investigado pela Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA), mas ainda não divulgaram detalhes do caso.

Veja nota na íntegra da Saúde

A Secretaria Municipal de Saúde de Aparecida de Goiânia esclarece que nesta sexta-feira, 25, um recém-nascido, em estado de prematuridade extrema, veio à óbito na Maternidade Marlene Teixeira. Como a causa da morte já havia sido verificada, a equipe da Maternidade procedeu conforme protocolo e acondicionou o corpo, devidamente identificado, em local adequado até a vinda da empresa funerária.

Porém, quando a empresa chegou ao local para recolher o corpo, este não foi localizado. A SMS informa que imediatamente acionou as autoridades policiais e que contribuiu com as investigações.

Por meio do que foi apurado, administrativamente e também pelas autoridades policiais, chegou-se ao indicativo de que a empresa responsável pelo recolhimento dos resíduos biológicos cometeu um equívoco e levou o corpo do recem-nascido para incineração, o que é procedimento de praxe no caso dos resíduos biológicos.

A Secretaria de Saúde de Aparecida destaca que irá aplicar junto aos responsáveis pelo erro todas as sanções cabíveis.

A Secretaria lamenta profundamente o ocorrido, se solidariza com os familiares e informa que prestará toda assistência e reparos que estiverem ao alcance da gestão municipal.

Veja nota na íntegra da empresa

“A Resíduo Zero Ambiental externa sua consternação e solidariedade à família enlutada.

A empresa esclarece que não viola o resíduo hospitalar recolhido de seus clientes, que é armazenado em depósito específico de responsabilidade de cada hospital. A separação e acondicionamento do resíduo hospitalar é feito pela unidade de saúde.

A empresa apenas recolhe e imediatamente encaminha para o processo de tratamento térmico, conforme regulamentações e normas vigentes. A empresa não é responsável pelo resíduo que é colocado para ser coletado e tratado.

A Resíduo Zero Ambiental reforça que prima por procedimentos técnicos operacionais do mais alto padrão de qualidade e que nada de anormal foi identificado em suas operações no dia do ocorrido.

Por fim, manifesta sentimento de profunda tristeza e se coloca à disposição para informações e esclarecimentos acerca dos seus serviços”.

 

Atualização da matéria:

Quero saber quem botou fogo no meu neném’, diz pai de bebê que Secretaria de Saúde afirma ter tido o corpo incinerado

Menino sumiu dentro de maternidade de Aparecida de Goiânia, após morrer 12 horas depois do nascimento.

Com a esposa ainda em choque e à base de medicamentos, o vendedor Rogério Cardoso de Almeida, DE 32 anos, sofre ao lembrar dos últimos momentos que teve com o filho recém-nascido, antes do corpo do menino sumir de dentro da maternidade e a Secretaria de Saúde de Aparecida de Goiânia afirmar que o bebê foi incinerado por engano junto com lixo hospitalar.

“Você não saber onde está o corpo do seu filho, você não tem a onde ir para matar a saudade dele. Se tivesse o túmulozinho dele lá, eu poderia ir visitar quando desse saudade. Mas nem isso, nem corpo tem mais. A dor é grande”, desabafou Rogério.
Enquanto vive o trauma e convive com as crises de choro da esposa, a dona de casa Juliana Fernandes, de 29 anos, Rogério se revolta também com o impasse entre a Maternidade Marlene Teixeira, onde o filho nasceu, e a empresa responsável pela coleta do lixo hospitalar.

Segundo, a Secretaria de Saúde, “chegou-se ao indicativo de que a empresa responsável pelo recolhimento dos resíduos biológicos cometeu um equívoco e levou o corpo do recém-nascido para incineração”, informou (veja a nota abaixo na íntegra).

Já a empresa responsável pela coleta do lixo informou que “não viola o resíduo hospitalar recolhido de seus clientes, que é armazenado em depósito específico de responsabilidade de cada hospital”. A nota diz ainda “que nada de anormal foi identificado em suas operações no dia do ocorrido” (veja a nota abaixo na íntegra).

Em nova nota enviada na noite deste domingo (27), a Secretaria de Saúde “disse que o corpo do recém-nascido estava devidamente identificado acondicionado em refrigeração e em um compartimento específico, aguardando o recolhimento pela empresa funerária” (veja a nota abaixo na íntegra).

“Quero saber quem botou fogo no meu neném.

A única que eu mais quero disso é Justiça. Não vai trazer ele de volta, mas saber que quem fez vai está pagando. Que essa pessoa que fez isso deve ter filho também e deveria se pôr no nosso lugar”, disse Rogério.
A mãe do bebê está desolada com tudo o que aconteceu e neste domingo chegou a ir parar em um hospital para ser medicada e receber soro.

“Ela não consegue acreditar no que aconteceu. Desde então só chora, e não come. Tive que levá-la para tomar soro no hospital”, afirmou Rogério.

Sobre a investigação da incineração do corpo, a Polícia Civil informou que o caso está sendo investigado pela Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA), mas ainda não divulgou detalhes do caso.

Do nascimento ao sumiço
O vendedor conta que o trauma vivido pela esposa começou antes mesmo do corpo do primeiro filho dos dois juntos desaparecer. O sufoco começou quando Rogério Júnior, nome dado pelo pai, nasceu aos sete meses, e, segundo o vendedor, a maternidade não tinha estrutura para cuidar de um bebê prematuro.

O neném nasceu às 14h55 quinta-feira (24), e viveu por cerca de 12 horas. Consta na certidão de óbito que ele morreu por problemas respiratórios.

“Ele ficou 5 horas esperando que arrumassem um incubadora e depois ficou mais um tempão esperando para ser transferido par um local com mais estrutura”, reclamou o pai falando de demora.

O vendedor que ficou o tempo todo torcendo para que o filho se recuperasse.

“Eu ficava na porta olhando ele. Quando foram fazer a transferência dele, não resistiu. Estava com ele na ambulância e vi ele morrendo”, relatou.
Após a morte do bebê, Rogério disse que uma médica ainda levou a criança até a mãe. “Ela pegou no colo. O bebê estava com a aparência toda formadinha”, lembrou.

Logo após, o pai foi atrás dos trâmites de praxe junto ao cartório, à funerária e ao cemitério, para conseguir enterrar o filho, mas chegando à maternidade para buscar o corpo, ainda na quinta-feira, ele não havia sido encontrado.

Rogério se queixa também da falta, segundo ele, de assistência do hospital e da Secretaria Municipal de Saúde. “Minha mulher está com depressão e nem um psicólogo eles enviaram para a gente”, afirmou.

O outro lado
Sobre o atendimento e parto, a Secretaria de Saúde de Aparecida de Goiânia informou que “a paciente Juliana Fernandes chegou na Maternidade Marlene Teixeira às 14h30 do dia 24/10, foi prontamente atendida e às 14h55 nasceu Rogério Cardoso de Almeida Filho, em estado de prematuridade extrema, com parada cardiorrespiratória”.

No comunicado, a SMS relata que o recém-nascido “foi recepcionado por dois médicos pediatras que conduziram manobras de reanimação e imediatamente o conduziram para um berço aquecido e prestaram toda a assistência necessária enquanto aguardava a transferência do recém-nascido para uma UTI neonatal em Goiânia, visto que a Maternidade Marlene Teixeira é uma unidade de baixo risco”.

A informação da pasta é que “às 21h49 a Central de Regulação de Goiânia liberou a vaga de UTI para o Hospital das Clínicas. O transporte foi acionado, chegou na Maternidade, porém o recém-nascido entrou em parada cardiorrespiratória e não respondeu às manobras de reanimação. Às 00h21 foi declarado óbito do bebê”.

Sobre a assistência aos familiares, a secretaria disse “que está oferecendo apoio psicológico e de assistente social e que eles receberão toda assistência e reparos que estiverem ao alcance da gestão municipal”.

Veja nota na íntegra da Saúde

“A Secretaria Municipal de Saúde de Aparecida de Goiânia esclarece que nesta sexta-feira, 25, um recém-nascido, em estado de prematuridade extrema, veio à óbito na Maternidade Marlene Teixeira. Como a causa da morte já havia sido verificada, a equipe da Maternidade procedeu conforme protocolo e acondicionou o corpo, devidamente identificado, em local adequado até a vinda da empresa funerária.

Porém, quando a empresa chegou ao local para recolher o corpo, este não foi localizado. A SMS informa que imediatamente acionou as autoridades policiais e que contribuiu com as investigações.

Por meio do que foi apurado, administrativamente e também pelas autoridades policiais, chegou-se ao indicativo de que a empresa responsável pelo recolhimento dos resíduos biológicos cometeu um equívoco e levou o corpo do recém-nascido para incineração, o que é procedimento de praxe no caso dos resíduos biológicos.

A Secretaria de Saúde de Aparecida destaca que irá aplicar junto aos responsáveis pelo erro todas as sanções cabíveis.

A Secretaria lamenta profundamente o ocorrido, se solidariza com os familiares e informa que prestará toda assistência e reparos que estiverem ao alcance da gestão municipal”

Veja nota na íntegra da empresa

“A Resíduo Zero Ambiental externa sua consternação e solidariedade à família enlutada.

A empresa esclarece que não viola o resíduo hospitalar recolhido de seus clientes, que é armazenado em depósito específico de responsabilidade de cada hospital. A separação e acondicionamento do resíduo hospitalar é feito pela unidade de saúde.

A empresa apenas recolhe e imediatamente encaminha para o processo de tratamento térmico, conforme regulamentações e normas vigentes. A empresa não é responsável pelo resíduo que é colocado para ser coletado e tratado.

A Resíduo Zero Ambiental reforça que prima por procedimentos técnicos operacionais do mais alto padrão de qualidade e que nada de anormal foi identificado em suas operações no dia do ocorrido.

Por fim, manifesta sentimento de profunda tristeza e se coloca à disposição para informações e esclarecimentos acerca dos seus serviços”.

Nova nota da Saúde na íntegra

“A Secretaria de Saúde de Aparecida de Goiânia esclarece que o corpo do recém-nascido estava devidamente identificado acondicionado em refrigeração. No local, são armazenadas também as placentas das puérperas por 48 horas e só após esse período são recolhidas pela empresa responsável pelo descarte dos resíduos biológicos. Todo material ali localizado é identificado exteriormente. A Secretaria esclarece que o corpo do recém-nascido estava em um compartimento específico, aguardando o recolhimento pela empresa funerária”.

Link original da matéria:

https://g1.globo.com/go/goias/noticia/2019/10/27/quero-saber-quem-botou-fogo-no-meu-nenem-diz-pai-de-bebe-que-secretaria-de-saude-afirma-ter-tido-corpo-incinerado.ghtml

[caption id="attachment_74382" align="alignnone" width="1024"]
Rogério Cardoso de Almeira, pai do bebê que morreu, sumiu em maternidade e foi incinerado por engano, em Aparcida de Goiânia — Foto: Reprodução/TV Anhanguera[/caption]
[caption id="attachment_74383" align="alignnone" width="1024"] Maternidade Marlene Teixeira, em Aparecida de Goiânia — Foto: Reprodução/TV Anhanguera[/caption] [caption id="attachment_74384" align="alignnone" width="1024"] Rogério diz que a esposa só chora e está à base de medicamento — Foto: Reprodução/TV Anhanguera[/caption] [caption id="attachment_74385" align="alignnone" width="1024"] Menino que recebeu o mesmo nome do pai chegou a ser registrado, em Aparecida de Goiânia — Foto: Reprodução/TV Anhanguera[/caption]
https://youtu.be/JDMIkeOLDCE https://youtu.be/C9wcA-2JcUc  
  • Fonte da informação:
  • Leia na fonte original da informação
  • Gildo Ribeiro

    Gildo Ribeiro é editor do Grupo 7 de Comunicação, liderado pelo Portal 7 Minutos, uma plataforma de notícias online.

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