Polícia Civil deu detalhes
De visita familiar à ocultação dos corpos:
Veja a cronologia do assassinato de auditor fiscal e da mãe dele

Polícia Civil deu detalhes do crime que durou mais de 10 dias. Suspeitos são os próprios parentes, que estão presos em Goiânia e Ituiutaba-MG.
O que seria apenas uma visita familiar,
se tornou um crime bárbaro com a confissão da ocultação de corpos. A Polícia Civil deu detalhes da cronologia da morte do auditor fiscal Carlos Alberto Barbosa, de 64 anos, e da mãe dele, Sebastiana Aparecida Barbosa, de 85, que foram roubados, dopados e assassinados em Goiânia.
As investigações
apontam que a sobrinha da idosa, Luciene Theodoro de Andrade, o filho dela, Eduardo José de Andrade e o marido, José Eterno de Andrade são suspeitos de cometerem o crime para roubar bens, vender e pagar uma dívida com agiota em MG.
Vídeos de câmeras de segurança
flagraram mãe e filho recebendo os parentes no apartamento em Goiânia, no dia 15 de janeiro.
Em seguida, as imagens mostram Carlos e Sebastiana sendo retirados de cadeira de rodas do prédio, respectivamente nos dias 19 e 26
Luciene e o filho Eduardo
foram presos em Ituiutaba- MG, já José Eterno foi preso em Goiânia, no apartamento da idosa, na sexta-feira (27).
Ainda na sexta,
a Justiça de Goiás decretou a prisão preventiva dos suspeitos.
Até a última atualização desta reportagem, o g1 não conseguiu localizar as defesas dos presos para que se posicionassem.
Cronologia do crime:
Motivação
Conforme o delegado Rhaniel Almeida, José Eterno confessou que Luciene estava com uma dívida alta com um agiota em Ituiutaba e precisava levantar um dinheiro para quitar essa conta. Com isso, eles resolveram “visitar” a tia em Goiânia, roubar os bens dela, vender e matá-la junto com o filho auditor fiscal.
“Eles vieram com o intuito de roubar e matar. Não há dúvidas de que foi um duplo latrocínio. Eles foram recebidos normalmente pela família, pelo vínculo parentesco”, disse o delegado.
A visita aconteceu no dia 15 de janeiro.
O valor da dívida que Luciene teria com o suposto agiota não foi informado pela polícia.
Assassinato
O delegado explicou que o marido de Luciene confessou que colocava comprimidos calmantes na comida de Carlos (auditor), de forma oculta, até que um dia ele desmaiou, José Eterno deu voz de assalto e o amarrou em casa.
“O primeiro a ser morto foi o Carlos, no dia 19, as câmeras mostram ele visivelmente inconsciente.
Eles saem de Goiânia, vão até Ituiutaba nesse canavial e desovam o corpo.
Retornam para casa, continuam com a idosa refém, continuam aterrorizando ela, e só no dia 26 ela vai morrer”,
pontuou Rhaniel.
Já sobre a idosa, José Eterno
contou que colocou os calmantes junto às medicações que a idosa já tomava, pois ela estava com a saúde frágil.
Porém, o corpo foi encontrado com sinais de violência.
“Preliminarmente a perícia identificou características de que ela (Sebastiana) foi asfixiada.
Os presos disseram que deram calmante para os dois.
Mas o rosto dela tinha sinais de violência e sinais de asfixia”,
ressaltou o delegado.
O corpo de Sebastiana
foi encontrado no dia 26, em Professor Jamil.
Já o corpo de Carlos foi encontrado na sexta-feira (27), carbonizado, em um canavial de Ituiutaba-MG, após a prisão dos suspeitos.
A Polícia Civil
aguarda o resultado dos laudos da Polícia Científica, que devem apontar as reais causas das mortes.
Ocultação dos corpos
O delegado contou ainda que os suspeitos só foram identificados depois que eles se envolveram em um acidente na BR-153, e, com isso, se viram obrigados a “se livrar” do corpo.
“Eles não tinham intenção de desovar o corpo da idosa na BR.
Eles estavam descendo no mesmo sentido onde o corpo de Carlos foi desovado, que seria um local mais ‘seguro’ , menos visível.
Porém, eles sofreram um acidente, que saiu da pista, e se viram obrigados a tirar o corpo dela do carro porque sabiam da possibilidade de serem abordados pela polícia”,
disse Rhaniel.
O coronel Bessa,
da Polícia Militar, informou que o corpo de Sebastiana foi encontrado pela PM de Morrinhos às margens da rodovia, perto da praça de pedágio de Professor Jamil. Ela estava coberta com um lençol.
Após o acidente
e do corpo ser encontrado, as polícias Civil e Militar começaram a ligar os pontos até descobrir que as pessoas que estavam no carro, Luciene e o filho, foram quem abandonaram o corpo da idosa no local.
“Foram feitas diligências, onde foi possível perceber a movimentação do veículo.
Dessas averiguações iniciais, o policiais trocaram informações com a Polícia Civil e conseguiram chegar ao apartamento no centro de Goiânia”,
conta o PM.
Ainda segundo a polícia,
Luciene e Eduardo foram abordados pela PRF e tiveram o veículo apreendido por questões administrativas.
Mas a Polícia Civil, que estava os monitorando, determinaram de imediato a prisão de mãe e filho.
Já em Goiânia,
após a Polícia Civil e a Polícia Militar chegarem no apartamento localizado no centro da capital, José Eterno de Andrade estava lá, ainda no local do crime, onde foi preso e confessou os crimes.
Luciene, José e Eduardo
devem responder pelo crime de duplo latrocínio e ocultação de cadáver, que juntos podem ultrapassar 20 anos de prisão.
Outro assassinato
A família também é investigada pela Polícia Civil de MG pelo assassinado de Renata Ferreira, de 50 anos, madrinha de Eduardo e cunhada de Luciene.
Ela desapareceu em outubro do ano passado e a morte foi confirmada após a prisão dos suspeitos, que também confessaram o crime.
Ainda segundo a PC de MG,
Luciene foi encaminhada para o presídio feminino de Uberlândia, enquanto Eduardo continua em Ituiutaba.
José Eterno segue preso em Goiás.
By: Jamyle Amoury, g1 Goiás




