Saúde doente em Goiás
Hugo pode demitir 150 médicos e 450 técnicos de enfermagem até o próximo domingo (25)
Integrante do grupo técnico de transição entre institutos Haver e INTS, que assume a gestão do hospital no domingo, revela que desligamentos poderão afetar médicos celetistas e técnicos que trabalham em jornadas de 12h/60h

] Um grande grupo de 146 médicos e 450 técnicos de enfermagem estão com seus empregos em risco no Hospital de Urgências de Goiânia (Hugo); os números representam mais da metade do quadro geral desses profissionais na unidade.
A situação coincide com a transição de administração da unidade, que passa do Instituto Haver para o Instituto Nacional de Amparo a Pesquisa e Tecnologia Inovação na Gestão Pública (INTS ) no próximo domingo (25).
O assunto foi discutido em uma reunião do grupo técnico de transição, ocorrida na manhã de segunda-feira (12) entre representantes das Organizações Sociais (OSs) e da Secretaria de Estado da Saúde (SES-GO).
De acordo com partícipe do encontro, que pediu para não ter o nome divulgado, a diretoria do INTS levantou a possibilidade de provocar as demissões antes mesmo de assumir a gestão do Hugo.
Na mira do instituto, segundo o denunciante, estão médicos contratados em regime celetista e técnicos de enfermagem que cumprem jornada de 12h/60h, ou seja, 30 horas semanais.
“A proposta deles, atualmente, é inexequível caso mantenham os contratados com carteira assinada. Por isso, pretendem providenciar as demissões ainda nessa semana, sob administração da Haver”, ressalta o representante.
Segundo ele, quando a ideia foi mencionada, a reunião foi subitamente interrompida para que Estado e INTS discutissem a viabilidade dos cortes.
“Depois, a diretoria do INTS voltou dizendo que, no caso da Haver assumir a tarefa [demissões], o Estado arcaria com as verbas rescisórias”, revela a fonte.
Insegurança nos corredores
A possibilidade de demissão em massa já percorre os corredores da unidade, que tem equipe composta por um total de 760 técnicos de enfermagem e 290 médicos – entre outros profissionais – para realizar cerca de 2.380 atendimentos emergenciais, 1.120 internações e 3.415 consultas ambulatoriais mensalmente.
“Funcionários estão com medo de serem mandados embora. “Funcionários estão temerosos, mas essa situação deixa mais algumas dúvidas: se essas demissões ocorrerem, quem irá atender a população até domingo? Como e quanto tempo levarão para realizar novas contratações?”,
questiona o integrante do grupo de transição.
“A Haver também pensava em reduzir os contratos de quem trabalhava 30h semanais. Era uma escolha administrativa. Queriam, como agora quer a INTS, transformar tudo em jornadas de 12h/36h, 40 horas semanais. É mais econômico e explora melhor o trabalhador”, recorda Flaviana.
Segundo ela, há mesmo entre os trabalhadores receio da demissão.
“Os trabalhadores estão inseguros, mas também tem muito a receber. Então, estou orientando-os para que entrem na Justiça em razão dos atrasos ocorridos desde antes da transição da OS Gerir para o Instituto Haver”, conclui.
Em nota, o INTS afirmou que não “vai se manifestar somente após o início da gestão”.
Ela afirmou também o
“compromisso de trabalho abnegado, respeitoso e humanizado, pautado da eficiência operacional e financeira”.
Atualização:
Confira a nota na íntegra:
“O Instituto Nacional de Tecnologia e Saúde (INTS), Organização Social vencedora do certame para fazer a gestão do Hospital de Urgências de Goiânia (HUGO) tem a declarar oficialmente o seguinte:
- O INTS refuta veementemente as declarações repassadas à reportagem por uma “fonte” que teria participado da reunião;
- O INTS não vai se manifestar sobre propostas de manutenção ou cortes em contratos pela CLT, tampouco com fornecedores em virtude de ainda não ter sido assinado o Contrato de Gestão;
- O INTS vai se manifestar somente após o início da gestão previsto para a primeira hora do dia 25 próximo vindouro;
- O INTS assegura aos profissionais contratados no HUGO integral respeito às leis vigentes e que serão tratados com toda dignidade e respeito que sempre pautaram as ações da OS em todos os outros contratos que assumiu;
- O INTS reitera, especialmente perante aos prestadores de serviços, colaboradores e fornecedores, que respeitará as normas que regem os contratos e o cumprimento de sua parte no estabelecido no Contrato de Gestão;
- Por fim, o INTS repudia o tom alarmista que algumas pessoas tentam passar para a sociedade e para os envolvidos diretamente e reitera o compromisso de uma transição gradual, respeitosa para com o Instituto Haver – que está na plena gestão do contrato atualmente – e de compromisso com as boas práticas de gestão e para com a saúde do Estado de Goiás.
À população atendida no HUGO fica aqui registrado o nosso compromisso de trabalho abnegado, respeitoso e humanizado, pautado da eficiência operacional e financeira, bem como o total respeito ao Estado de Goiás, ao Governo de Goiás, à Secretaria Estadual de Saúde e aos profissionais goianos.
A Direção”
INTS
Link original da matéria:
https://goiasemtempo.com.br/home/?p=50018
Atualização:
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