Opinião Carlos Andreazza Estadão
Governo Lula descobre que preço alto da comida não é fake news e se perde na busca por solução
Dois mil e vinte seis já começou, presidente mandou dar um jeito já, e a turma não sabe por onde começar

O governo Lula parece ter descoberto que o preço da comida está pela hora da morte.
Donde este barata-voa.
Desespero.
Alguém da rapaziada palaciana deve ter ido ao mercado e constatado: não é fake news.
O gás de cozinha subiu 50%.
A gasolina subiu 120%.
O arroz subiu 180%.
O quilo de carne subiu 269%.Sorte que a inflação é de só 10.6%.#Bitcoin pic.twitter.com/MzIYATjL73
— Paradigma Education (@ParadigmaEdu) February 10, 2022
O alimento está caríssimo, o cidadão pagando mais – de uma semana para outra – pelo mesmo produto.
É a corrosão do salário.
O que faz humor e voto.
Todo mês o brasileiro luta para colocar comida na mesa e agora a inflação sobe mais uma vez. O preço da carne disparou, o café ficou mais caro e até o tomate virou item de luxo. O que mais falta subir? Nossa indignação já está lá no alto. https://t.co/PrCpKZu518
— MARCOS ROGÉRIO (@MarcosRogerio) November 11, 2024
A ficha de súbito caindo; para abalar a arrogância dos esnobes que se jactavam de uma autossuficiência do aumento artificial do PIB, como se isso – o voo de galinha insustentável – bastasse para o sujeito que, com algum a mais no bolso, vê seus dinheiros evaporarem na feira.
O que faz humor e voto.
(E ainda não estamos falando do represamento, por estourar, do preço dos combustíveis.)
Dois mil e vinte seis já começou, Lula mandou dar um jeito já, e a turma não sabe por onde começar. Um perigo.
Essa rapaziada do governo popular não pisa no mesmo chão que o trabalhador – e então o susto.
Alguém foi ao açougue, voltou correndo e bateu ao presidente:
que mané picanha. Não dá nem para comprar alcatra.
Chama o marqueteiro!
Desespero.
O tempo é curto, se só se pensa em eleição. Há limites para o que se possa fazer – organicamente – pelo preço dos alimentos; muitos limites, se se precisa comprar mais autonomia para que o voo de galinha engane, por águia, até 26.
O corpo expansionista do governo joga contra – e começou o segundo tempo do mandato.
A jorração artificial de bilhões na economia para estimular o consumo, sem que haja produção à altura, está no fundamento do problema.
E ninguém ouviu algum dos desesperados falar em corte de despesas.
Chama o marqueteiro!
(Deveria assustar mais o tanto de expectativa que vai depositada no homem.)
Dois mil e vinte cinco será – você ouviu Lula dizer – o ano da grande colheita.
(Nada a ver com a projetada excelente safra de grãos.) Essa também fora a promessa para 2024.
Talvez seja o caso de se avaliar a possibilidade de aquilo que foi plantado não ter vingado.
Com o perdão de Caminha: em se plantando, nem tudo dá. Isso na hipótese de que algo tenha sido semeado. A turma afirma que sim, que plantou, que vai ainda brotar.
Por via das dúvidas: chama o marqueteiro!
Antes do marqueteiro veio o desesperado Rui Costa.
Dois mil e vinte seis já começou, Lula mandou dar um jeito – e a turma acha que sabe por onde começar.
Um perigo. O presidente mandou não inventar. O ministro da Casa Civil obedece; não inventa. Requenta. O que já não deu certo. O DNA se impõe.
Costa e o seu “conjunto de intervenções” para baixar o preço da comida – que ele pede para ser chamado de “conjunto de medidas”. Agora vai. Lula quer solução fora da caixa, para efeito urgente.
A rapaziada não lhe faltará com ideias.
Por: Carlos Andreazza
Análises da informação e do discurso, para além da espuma
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