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Governo Trump pune Moraes, do STF, com Lei Magnitsky, usada contra ditadores e terroristas

O governo de Donald Trump aplicou nesta quarta-feira, 30, a Lei Magnitsky contra o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes.

BRASÍLIA – Dispositivo legal acionado por Donald Trump nunca havia sido utilizado contra membros de uma Suprema Corte; decisão escala a disputa entre autoridades brasileiras e norte-americanas em torno do julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro

O governo de Donald Trump aplicou nesta quarta-feira, 30, a Lei Magnitsky contra o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes.

O dispositivo legal acionado pela Secretaria do Tesouro dos Estados Unidos impõe sanções financeiras a estrangeiros acusados de corrupção ou violações graves de direitos humanos.

Procurado, o STF não se manifestou.

A decisão do governo norte-americano bloqueia contas bancárias e trava o acesso do ministro ao sistema financeiro dos Estados Unidos, o que impede que ele acesse eventuais ativos que tenha em território norte-americano. A lei ainda prevê proibição de entrada no país.

 

O seu visto e de outros oito membros do STF e do procurador-geral da República, Paulo Gonet, já haviam sido suspensos por ordem de Trump na semana passada.

A aplicação da lei foi publicada no site do Tesouro do Estados Unidos.

O nome do ministro passou a contar na lista do Escritório de Controle de Ativos Estrangeiros (OFAC).

A decisão proíbe, por exemplo, que ele utilize cartões de crédito com as bandeiras Mastercard e Visa por serem empresas norte-americanas.

O escritório afirmou em comunicado que Moraes

usou sua posição para autorizar detenções arbitrárias antes do julgamento e suprimir a liberdade de expressão.

O secretário do Tesouro norte-americano, Scott Bessent,

reproduziu o discurso de Trump ao justificar a punição de Moraes.

Ele citou nominalmente o ex-presidente Jair Bolsonaro como um dos alvos do ministro

em sua campanha de censura, detenções arbitrárias que violam direitos humanos e perseguição politica.

Segundo Bessent,

o ministro tomou para si o papel de juiz e júri numa caça às bruxas ilegal contra os Estados Unidos e cidadãos e empresas brasileiras.

A decisão de hoje deixa claro que o Tesouro vai continuar a fiscalizar aqueles que ameaçam os interesses dos Estados Unidos

e a liberdade de nossos cidadãos, prosseguiu.

Mas, ao contrário do que alega o secretário de Trump, as decisões de Moraes têm sido submetidas ao plenário e referendas pelos demais ministros do STF, além de contar com pareceres da Procuradoria-Geral da República.

 

Decisão sem precedentes

O rol de punições a Moraes inclui o bloqueio de bens em seu nome ou que sejam seus, mas, eventualmente, estejam sob posse de norte-americanos.

Além disso, quaisquer empresas ou entidades ligadas ao ministro estão proibidas de operar no país.

A aplicação da Lei Magnitsky também prevê sanções a instituições financeiras

e outras pessoas que se envolverem em determinadas transações ou atividades com o ministro.

Empresas como bancos e operadoras de cartões de crédito estão proibidas de realizarem qualquer operação que envolva Moraes.

O objetivo final das sanções não é punir,

mas promover uma mudança positiva de comportamento,

finaliza o comunicado publicado pelo Tesouro.

A decisão da administração Trump está lastreada no pedido apresentado pela organização Legal Help 4 You LLC à Justiça Federal da Flórida por punições aos membros da Suprema Corte brasileira.

A entidade atua como amicus curiae (amigo da Corte) no processo judicial movido pelas empresas Trump Media, cujo dono é o presidente dos EUA, e Rumble.

Na última quarta-feira, 23, a organização pediu ao Judiciário o envio dos autos do processo ao governo Trump para que pudessem analisar a viabilidade de aplicação das sanções contra Moraes e os demais ministros do STF.

A Legal Help 4 You LLC argumenta no Tribunal da Flórida que o STF viola a soberania dos Estados Unidos ao restringir a atuação das suas companhias. As decisões proferidas por Moraes em relação à Trump Media e Rumble têm como justificativa a falta de ação das empresas para restringir a disseminação de notícias falas e o discursos de ódio em seus domínios.

A Lei Magnitsky aplicada contra Moraes foi aprovada em 2012, durante o governo de Barack Obama, e prevê sanções como o bloqueio de contas bancárias e de bens em solo norte-americano, além de visto cancelado e proibição de entrar no país.

Em maio deste ano,

o secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, ameaçou acionar a lei contra os membros do Judiciário brasileiro.

Isso está sob análise neste momento, e há uma grande possibilidade de que isso aconteça,

disse Rubio dois meses atrás ao ser questionado pelo deputado republicano Cory Mills, da Flórida, sobre o tema.

 

A decisão, agora em vigor, se insere no contexto de pressão dos bolsonaristas por punições contra integrantes do STF a fim de paralisar o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro por tentativa de golpe de Estado em 2022.

Um dos principais atores no lobby por sanções a Moraes é o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que está nos Estados Unidos desde março articulando com agentes do governo Trump formas de enquadrar o ministro.

O maior trunfo, até então, da articulação do filho do ex-presidente réu no STF foi a taxação em 50% dos produtos brasileiros.

Como mostrou o Estadão, o uso de Lei Magnitsky pelos EUA é inédito contra um ministro de Suprema Corte no mundo.

Alvos típicos da medida são autoridades de regimes autoritários, integrantes de grupos terroristas, criminosos ligados a esquemas de lavagem de dinheiro e agentes de segurança acusados de assassinatos em série.

Para ter o nome retirado da lista, Moraes precisará provar que não teve ligação com as atividades ilegais que levaram à punição, que já respondeu na Justiça pelos atos ou que mudou de comportamento de forma significativa.

O próprio governo também pode retirar as sanções, caso entenda que é importante para a segurança do país.

Por Weslley Galzo

 

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  • Gildo Ribeiro

    Gildo Ribeiro é editor do Grupo 7 de Comunicação, liderado pelo Portal 7 Minutos, uma plataforma de notícias online.

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