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Joias de Bolsonaro: desvio de bens pode ser maior que R$ 6,8 milhões; entenda

Cálculo parcial considera soma de kits de joias e escultura já periciados pela Polícia Federal

A perícia feita pela Polícia Federal calculou que parte dos presentes recebidos pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) em viagens oficiais, desviados no esquema investigado, tem valor de mercado de pouco mais de US$ 1,227 milhão, o equivalente a R$ 6,8 milhões, na cotação do dólar no início de julho deste ano.

O montante consta no relatório enviado ao Supremo Tribunal Federal (STF) e considera a soma dos objetos

O cálculo ainda é parcial. Isso porque alguns dos itens, como abotoaduras, anéis e rosários de dois kits de joias que teriam sido desviados, ainda não foram periciados pela corporação.

Além disso, as esculturas douradas de um barco e uma palmeira e o relógio Patek Philippe — recebidos por Bolsonaro em viagem ao Reino do Bahrein em 2021 — ainda não foram recuperados. A estimativa de seus valores comerciais também está pendente.

Inicialmente, o relatório da PF havia apontado em sua conclusão um total de R$ 25 milhões em bens movimentados pelo esquema. A corporação se corrigiu ontem e informou que o valor é de R$ 6,8 milhões, soma mencionada também em trechos do documento.

Dos itens já periciados, o de maior valor é o conjunto de brilhantes destinado à ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro que acabou retido pela Receita Federal no aeroporto de Guarulhos, em São Paulo, em 2021.

As joias da marca suíça Chopard foram recebidas pelo então ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, na Arábia Saudita, e foram interceptadas na volta ao Brasil na mochila de um assessor.

Somados, o relógio, par de brincos, anel e o colar prateado que formam o kit chegam a US$ 1,015 milhão.

Itens negociados nos EUA
Já o relógio Chopard do chamado kit ouro rosé, também recebido pela comitiva de Bento Albuquerque durante a visita oficial à Arábia Saudita, ultrapassa os US$ 100 mil.

Trazida ilegalmente ao país, a peça passou despercebida e foi mantida em um cofre do Ministério de Minas e Energia até novembro de 2022. Procurada à época, a defesa não respondeu.

O relógio foi transportado, posteriormente, em uma mala no avião presidencial, quando Bolsonaro viajava aos EUA antes da posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, segundo a PF.

O kit Chopard chegou a ser submetido a um leilão no país, mas não foi arrematado.

Ele foi devolvido pela defesa de Bolsonaro depois que o Tribunal de Contas da União (TCU) determinou a devolução de presentes recebidos pelo ex-presidente em viagens oficiais ao governo federal.

Vendido nos EUA por Mauro Cid junto com o relógio Patek Philippe, segundo a apuração da PF, o relógio Rolex do chamado kit ouro branco, por sua vez, vale US$ 73,7 mil, de acordo com a perícia.

O conjunto, que inclui uma caneta Chopard, avaliada em US$ 20 mil, e outras joias, foi recebido por Bolsonaro em viagem oficial a Doha, no Catar, e a Riade, na Arábia Saudita, em 2019.

Antes de ser negociado, o relógio foi retirado pelo ex-ajudante de ordens do acervo presidencial. A peça foi recuperada nos EUA pelo advogado Frederick Wassef, após pedido do TCU para Bolsonaro devolver itens recebidos em função do cargo.

Por fim, a perícia calculou que uma escultura de cavalo dourada, também interceptada pela Receita no aeroporto de Guarulhos em 2021, vale US$ 4.971,12.

A peça desembarcou no país danificada.

Por O Globo — Rio de Janeiro

 

 

 

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  • Gildo Ribeiro

    Gildo Ribeiro é editor do Grupo 7 de Comunicação, liderado pelo Portal 7 Minutos, uma plataforma de notícias online.

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