Pós-cadeirada
Marçal vai pedir cassação da candidatura de Datena
Na noite deste domingo (15), Datena agrediu Marçal com uma cadeira após ser provocado pelo oponente durante debate eleitoral promovido pela TV Cultura.
O candidato à prefeitura de São Paulo Pablo Marçal (PRTB) afirmou que vai entrar com uma ação para pedir a cassação da candidatura do adversário na disputa José Luiz Datena (PSDB).
Na noite deste domingo (15), Datena agrediu Marçal com uma cadeira após ser provocado pelo oponente durante debate eleitoral promovido pela TV Cultura.
“Nós vamos pedir a cassação do registro dele, e pedir tudo o que precisa ser pedido em nome da sociedade”, disse Marçal sobre Datena em conversa com jornalistas no início da tarde desta segunda-feira (16), ao receber alta do hospital Sírio-Libanês.
Em resposta, o advogado Guilherme Ruiz, do PSDB, afirmou, sobre a candidatura de Datena:
Na legislação eleitoral não há previsão de cassação por agressão física.
Datena continuará sendo candidato.
Marçal, por outro lado, poderá ficar inelegível em face da ação por abuso do poder econômico movida pelo partido de Tabata.
O empresário foi internado na noite de domingo devido a um traumatismo no tórax e lesões no punho, conforme divulgação de sua assessoria de imprensa, resultado da agressão física de Datena com uma cadeira.
Além de confirmar que pedirá a cassação da candidatura de Datena, durante a entrevista Marçal reforçou o “descontrole emocional” do oponente e disse que ele deveria ter sido preso.
Onde eu estaria agora se eu tivesse dado a cadeirada nele?
Eu estaria na cadeia.
Se fosse alguém pobre, negro e de periferia que tivesse dado a cadeirada, estaria preso, continuou Marçal.
Marçal classifica agressão de Datena como tentativa de homício e depois fala que “foi só um esbarrão”
Na entrevista e em transmissão ao vivo realizada na rede social Instagram, Marçal chamou a agressão de tentativa de homicídio.
Nas redes sociais, o candidato do PRTB também comparou o ocorrido com os atentados feitos contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que foi esfaqueado durante campanha presidencial em 2018, e contra o candidato republicano à presidência dos EUA, Donald Trump, que foi baleado durante um comício.
Questionado, Marçal respondeu:
Um foi com uma bala de fuzil, um com uma faca e um com uma cadeira.
Em seguida, Marçal negou estar se vitimizando.
Foi só um esbarrão, segue o jogo.
O candidato também lamentou comentários de pessoas comemorando o ataque de Datena e o fato de os outros candidatos não terem se solidarizado com ele.
Porém, os demais candidatos presentes no evento se manifestaram ainda enquanto a transmissão estava ao vivo e, também, quando foram entrevistados pela TV Cultura após o evento, no domingo, repudiando o episódio.
Até a Marina Helena (Novo).
Que é isso, Marina, 30 moedas de prata foram suficientes para você?, cobrou Marçal.
No início da tarde desta segunda-feira, Marina Helena publicou, também no Instagram:
Não dá pra comparar agressão verbal a agressão física. Desejo uma plena recuperação ao candidato Pablo Marçal.
O que diz Datena sobre agressão a Marçal
O candidato do PSDB, José Luiz Datena, emitiu nota comentando o ocorrido.
Leia a íntegra do posicionamento do candidato:
“Não defendo o uso da violência para resolver um conflito. Essa é a regra e sempre a respeitei nos meus 67 anos de vida. Até o dia de ontem. Porque torna-se difícil obedecê-la quando os limites de civilidade são rompidos e corrompidos por um oponente. Infelizmente, foi o que aconteceu na noite deste domingo durante debate promovido pela TV Cultura.
Pablo Marçal demonstrou, em todas as situações a que teve oportunidade, sua falta de caráter. Demonstrou, ainda, que é uma ameaça à cidade de São Paulo. Será detido no voto. Mas, a despeito disso, precisava também ser contido com atos. Foi o que eu fiz.
Eu sou um cara de verdade e, com um gesto extremo, porém humano, expressei minha real indignação por ter, de forma reiterada, sido agredido verbal e moralmente por um adversário que, como todos têm podido constatar, afronta a todos com desrespeito e ultraje, ao arrepio da ética e da civilidade.
As acusações que Marçal me fez diante de milhões de pessoas são graves.
E absolutamente falsas. Usando linguagem de marginais, algo que lhe é tão peculiar, feriu minha honra e maculou minha família, já machucada pela perda de um ente querido em decorrência do mesmo episódio agora novamente imputado a mim de forma vil pelo meu adversário.”
Na saída do debate, após ter sido expulso,
Datena classificou a agressão como uma reação humana e respondeu que mantém a candidatura.
Pretendo me manter candidato até o fim, mas depende do partido, disse Datena, que reiterou:
espero que os níveis democráticos que não foram respeitados até agora sejam restabelecidos.
Por: Letícia Alves
Especial para a Gazeta do Povo