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En quanto isso em Brasília

Moraes diz que explosões no STF não são fatos isolados e que não há pacificação com anistia

Ministro liga o episódio ao ‘gabinete do ódio’ e diz que a PF e o Supremo vão assumir as investigações que inicialmente ficaram a cargo da Polícia Civil do DF

BRASÍLIA –

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes afirmou nesta quinta-feira, 14, que as explosões na Praça dos Três Poderes em Brasília são resultado do ódio político que se instalou no País nos últimos anos e defendeu que não haja anistia aos envolvidos na invasão do 8 de Janeiro. Segundo ele, a pacificação é necessária, mas não será feita com perdão aos criminosos.

O que ocorreu ontem não é um fato isolado do contexto. Queira Deus que seja um ato isolado, este ato.

Mas o contexto é um contexto que se iniciou lá atrás, quando o famoso gabinete do ódio começou a destilar discurso de ódio contra as instituições, contra o Supremo Tribunal Federal, principalmente.

Contra a autonomia do Judiciário, contra os ministros do Supremo e as famílias de cada ministro, afirmou.

O gabinete do ódio, revelado pelo Estadão em 2019, era responsável pela estratégia de comunicação digital do ex-presidente Jair Bolsonaro e adotava um tom belicoso para lidar com os adversários políticos.

Na noite de quarta-feira, 13, Francisco Wanderley Luiz, de 59 anos, morreu na Praça dos Três Poderes após uma sequência de explosões. O corpo só foi retirado do local na manhã desta quinta, porque policiais ainda tentavam identificar se havia mais explosivos nos trajes. Não houve outros feridos.

De acordo com o ministro, a Polícia Federal e o Supremo Tribunal Federal devem assumir as investigações, que inicialmente ficaram a cargo da Polícia Civil do Distrito Federal. Moraes é relator do inquérito dos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023. Por isso, deve assumir a relatoria deste caso. A decisão é do presidente do STF, Luís Roberto Barroso.

Isso foi se avolumando sob o manto de uma criminosa utilização da liberdade de expressão. Ofender, ameaçar, coagir, em nenhum lugar do mundo isso é liberdade de expressão. Isso é crime, seguiu.

O ministro do STF mandou recado ao Congresso sobre a proposta de anistia aos envolvido na invasão do 8 de Janeiro. “O que aconteceu ontem é demonstração que só é possível pacificar o País com responsabilização dos criminosos.

Não existe possibilidade de pacificação com anistia a criminosos.

Nós sabemos que o criminoso anistiado é um criminoso impune.

A impunidade vai gerar mais agressividade, como gerou ontem, disse.

De acordo com ele,   as pessoas acham que podem vir a Brasília e tentar explodir STF porque foram instigadas por pessoas com altos cargos a atacar.

Ele também afirmou que esse foi o “atentado mais grave” contra o Supremo desde o 8 de janeiro.

A pessoa tentou ingressar no Supremo, mas foi barrada pela segurança, que percebeu que tinha artefatos amarrados, e se dirigiu até a estátua da Justiça.

A ideia era tentar ingressar e explodir dentro do próprio Supremo Tribunal Federal, afirmou.

 

Não podemos compactuar com a impunidade de ninguém que atente contra a democracia, contra os poderes de Estado, contra as instituições.

Todos nós, independentemente do posicionamento político e ideológico, temos que nos unir sempre na defesa da democracia, finalizou Moraes.

Moraes defende regulação das redes sociais
Moraes disse que os explosivos detonados ontem no estacionamento da Câmara e na frente da sede do Tribunal reforçam a importância de regulamentar as redes sociais.

As autoridades públicas, aqueles que defendem a democracia, devem decidir exatamente para que haja responsabilização, para que haja uma regulamentação das redes sociais.

Não é possível mais esse envenenamento constante pelas redes sociais, afirmou.

STF mantém sessão de hoje com presença restrita
O STF decidiu manter a sessão plenária desta quinta-feira, a partir das 14h, mas restringiu a entrada na Corte aos advogados das partes e à imprensa previamente credenciada. “Todos serão submetidos a rigorosos procedimentos de segurança”, disse a assessoria do Tribunal em nota.

Ainda de acordo com a nota, o prédio principal do Supremo foi submetido na manhã de hoje a vistoria e varredura por agentes da Polícia Federal e do Batalhão de Operações Especiais (Bope) da Polícia Militar.

O Tribunal está cercado desde esta madrugada por grande e a medida “será mantida por prazo indeterminado”.

A abertura do edifício-sede à visitação pública também está suspensa até a reavaliação de procedimentos dos segurança.

Por Lavínia Kaucz (Broadcast)

 

O ministro do STF, Alexandre de Moraes, disse que a Corte deve assumir as investigações das explosões na Praça dos Três Poderes junto com a Polícia Federal Foto: Wilton Junior/ESTADAO

 

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  • Gildo Ribeiro

    Gildo Ribeiro é editor do Grupo 7 de Comunicação, liderado pelo Portal 7 Minutos, uma plataforma de notícias online.

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