Segunda Emenda está sob ataque
Com fuzis nas mãos, milhares protestam contra leis de controle de armas na Virgínia
Multidão é contra projeto do governador para limitar acesso e compra de armamentos; autoridades estão em alerta por risco de violência

RICHMOND, EUA — Pouco mais de 22 mil pessoas, segundo a polícia, participaram de uma marcha nesta segunda-feira contra os planos do governo do estado americano da Virgínia de implementar regras mais rígidas para a venda e a posse de armas de fogo.
O número foi menor do que o estimado anteriormente pelos organizadores, que previam uma marcha de até 100 mil pessoas nas proximidades da Assembleia estadual, na cidade de Richmond.
Portando armas de fogo, incluindo fuzis, e com roupas camufladas, grupos se espalharam pelas ruas da cidade. Vendedores ofereciam camisetas e outros itens com frases favoráveis à liberalização da posse de armas, além de material de campanha do presidente Donald Trump.
O risco de violência era considerado grande, ainda mais em um estado que ainda convive com as lembranças das manifestações da extrema direita em Charlottesville, em 2017, quando uma pessoa morreu e dezenas ficaram feridas em confrontos com grupos antifascistas. Por isso, o governo decretou estado de emergência e impôs medidas adicionais de segurança. Até o início da tarde, no entanto, não foram registradas prisões ou confrontos.
Os organizadores, integrantes da Liga de Defesa dos Cidadãos da Virgínia, criticam a proposta do governador democrata Ralph Northam de impor leis restringindo o acesso a armas de fogo.
Elas incluem checagem de antecedentes mais rígidas, o veto a fuzis e o limite de compra de uma arma por mês. Em 2019, ele tentou implementar essas regras após o massacre em Virginia Beach, quando um atirador matou 12 pessoas em um prédio do governo municipal. A proposta foi rechaçada pela Assembleia estadual, na época dominada pelos republicanos, que perderam o comando da Casa em eleições em novembro.
A iniciativa é vista como um “ataque aos direitos constitucionais” pelos armamentistas. Eles citam a Segunda Emenda da Constituição, que trata do direito de manter e portar armas de fogo.
— As pessoas estão olhando para isso e dizendo “é um canário em uma mina de carvão. Se eles estão indo atrás dos direitos na Virginia, em breve estarão atrás dos nossos também” —
afirma Philip Van Cleave, um dos organizadores dos protestos, à agência Reuters.
Ele recebeu o apoio do presidente Donald Trump.
“A Segunda Emenda está sob ataque muito sério no grande estado da Virgínia”, postou Trump no Twitter.
Na campanha eleitor
RICHMOND, EUA — Pouco mais de 22 mil pessoas, segundo a polícia, participaram de uma marcha nesta segunda-feira contra os planos do governo do estado americano da Virgínia de implementar regras mais rígidas para a venda e a posse de armas de fogo. O número foi menor do que o estimado anteriormente pelos organizadores, que previam uma marcha de até 100 mil pessoas nas proximidades da Assembleia estadual, na cidade de Richmond.
Portando armas de fogo, incluindo fuzis, e com roupas camufladas, grupos se espalharam pelas ruas da cidade. Vendedores ofereciam camisetas e outros itens com frases favoráveis à liberalização da posse de armas, além de material de campanha do presidente Donald Trump.
O risco de violência era considerado grande, ainda mais em um estado que ainda convive com as lembranças das manifestações da extrema direita em Charlottesville, em 2017, quando uma pessoa morreu e dezenas ficaram feridas em confrontos com grupos antifascistas. Por isso, o governo decretou estado de emergência e impôs medidas adicionais de segurança. Até o início da tarde, no entanto, não foram registradas prisões ou confrontos.
Os organizadores, integrantes da Liga de Defesa dos Cidadãos da Virgínia, criticam a proposta do governador democrata Ralph Northam de impor leis restringindo o acesso a armas de fogo. Elas incluem checagem de antecedentes mais rígidas, o veto a fuzis e o limite de compra de uma arma por mês. Em 2019, ele tentou implementar essas regras após o massacre em Virginia Beach, quando um atirador matou 12 pessoas em um prédio do governo municipal. A proposta foi rechaçada pela Assembleia estadual, na época dominada pelos republicanos, que perderam o comando da Casa em eleições em novembro.
Veja também: Bíblia, armas e patriotismo montam roteiro conservador na progressista Washington
A iniciativa é vista como um “ataque aos direitos constitucionais” pelos armamentistas. Eles citam a Segunda Emenda da Constituição, que trata do direito de manter e portar armas de fogo.
— As pessoas estão olhando para isso e dizendo “é um canário em uma mina de carvão. Se eles estão indo atrás dos direitos na Virginia, em breve estarão atrás dos nossos também” — afirma Philip Van Cleave, um dos organizadores dos protestos, à agência Reuters.
Ele recebeu o apoio do presidente Donald Trump.
“A Segunda Emenda está sob ataque muito sério no grande estado da Virgínia”, postou Trump no Twitter. Na campanha eleitoral de 2016, a Associação Nacional do Rifle, principal lobby pró-armas nos EUA, doou cerca de US$ 30 milhões à campanha do republicano.
Confira ainda:Líderes de 145 empresas pedem ao Senado dos EUA maior controle de antecedentes na venda de armas
O governo da Virgínia estabeleceu uma série de regras para o protesto, como a proibição expressa de armas de fogo nos arredores da Assembleia. Eventos realizados em locais fechados realizaram controle dos visitantes, que foram obrigados a passar por detetores de metais.
Além disso, desde a semana passada a cidade de Richmond está sob estado de emergência por conta de “ameaças graves”. Pouco depois de a medida ser adotada, um grupo de neonazistas foi preso, acusado de planejar ações para incitar a violência.
— Nos encontramos nessa situação porque o lobby armamentista está promovendo essa mensagem de que vamos tirar as armas das pessoas, estão atiçando essa fogueira por muitos anos — disse à Reuters Michelle Sandler, integrante do grupo Moms Demand Action (“Mães Pedem Ação”), uma organização em defesa de limites ao acesso a armas de fogo.
O ato coincide com o feriado do Dia de Martin Luther King, morto com um tiro no dia 4 de abril de 1968.
By O Globo e agências internacionais
Link original da matéria:
https://oglobo.globo.com/mundo/com-fuzis-nas-maos-milhares-protestam-contra-leis-de-controle-de-armas-na-virginia-24200776
al de 2016, a Associação Nacional do Rifle, principal lobby pró-armas nos EUA, doou cerca de US$ 30 milhões à campanha do republicano.
Confira ainda:Líderes de 145 empresas pedem ao Senado dos EUA maior controle de antecedentes na venda de armas
O governo da Virgínia estabeleceu uma série de regras para o protesto, como a proibição expressa de armas de fogo nos arredores da Assembleia. Eventos realizados em locais fechados realizaram controle dos visitantes, que foram obrigados a passar por detetores de metais.
Além disso, desde a semana passada a cidade de Richmond está sob estado de emergência por conta de “ameaças graves”. Pouco depois de a medida ser adotada, um grupo de neonazistas foi preso, acusado de planejar ações para incitar a violência.
— Nos encontramos nessa situação porque o lobby armamentista está promovendo essa mensagem de que vamos tirar as armas das pessoas, estão atiçando essa fogueira por muitos anos — disse à Reuters Michelle Sandler, integrante do grupo Moms Demand Action (“Mães Pedem Ação”), uma organização em defesa de limites ao acesso a armas de fogo.
O ato coincide com o feriado do Dia de Martin Luther King, morto com um tiro no dia 4 de abril de 1968.
By O Globo e agências internacionais
Link original da matéria:
https://oglobo.globo.com/mundo/com-fuzis-nas-maos-milhares-protestam-contra-leis-de-controle-de-armas-na-virginia-24200776
