CONTEÚDO AMPOST
Perseguições de Moraes no Brasil teriam apoio de infiltrado nos EUA, aponta colunista de jornal norte-americano
Armação contra Filipe Martins, ex-assessor de Jair Bolsonaro, pode agravar o cerco ao ministro do STF nos EUA.

– Um artigo publicado neste domingo (27) no jornal norte-americano The Wall Street Journal lançou luz sobre um caso controverso que envolve o ex-assessor especial da Presidência da República, Filipe Martins, o Supremo Tribunal Federal (STF) e autoridades alfandegárias dos Estados Unidos.
A colunista Mary Anastasia O’Grady questiona: quem forjou o registro de entrada nos EUA que levou à prisão de um crítico do presidente Lula no Brasil?
Segundo o texto, documentos oficiais do Departamento de Alfândega e Proteção de Fronteiras (CBP) dos Estados Unidos indicavam que Filipe Martins teria entrado no país em dezembro de 2022, na mesma época em que o então presidente Jair Bolsonaro viajou para a Flórida.
No entanto, diversas evidências, como registros telefônicos, faturas de cartão de crédito e o manifesto de um voo doméstico, comprovam que Martins nunca saiu do Brasil naquele período.
A suposta adulteração do registro de imigração serviu como base para a prisão preventiva de Martins, determinada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, sob a acusação de participação em uma suposta trama golpista contra o governo Lula.
O ex-assessor permaneceu detido por seis meses e atualmente cumpre prisão domiciliar.
Indícios de fraude e silêncio das autoridades americanas
O artigo da jornalista norte-americana levanta sérias dúvidas sobre a origem do documento adulterado.
Segundo O’Grady, o registro falso apareceu duas vezes no site oficial da CBP, em 2024, o que levanta suspeitas de manipulação interna.
Ela afirma que
não há motivação americana óbvia para inventar uma viagem de Martins que não aconteceu,
mas sugere que alguém agindo dentro do sistema norte-americano pode ter atuado a mando de interesses políticos brasileiros contrários a Bolsonaro.
A colunista também denuncia que a CBP tem se recusado a responder aos pedidos de informação apresentados pelos advogados de Martins, que buscam descobrir quem criou os registros falsos e em que momento isso ocorreu.
Pressão internacional e desgaste político
O caso ganha contornos ainda mais delicados diante do cenário de crescente atenção internacional à atuação do STF brasileiro, especialmente de Alexandre de Moraes.
O artigo do Wall Street Journal cita que as investigações contra Bolsonaro têm avançado com base em delações premiadas, cuja legalidade e integridade vêm sendo questionadas por juristas e defensores de direitos civis.
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Mary O’Grady lembra que, em março deste ano, vazou um áudio em que o tenente-coronel Mauro Cid — principal delator do inquérito — afirmava ter sido pressionado para implicar o ex-presidente. Filipe Martins, por sua vez, declarou em audiência recente que acredita ter sido mantido preso, em condições degradantes, para ser forçado a colaborar com as investigações.
Moraes tem rebatido as críticas afirmando que suas decisões visam “a proteção da democracia brasileira”.
No entanto, setores da imprensa internacional, como o próprio Wall Street Journal, vêm apontando possíveis excessos judiciais, especialmente em relação à liberdade de expressão e à criminalização de opositores políticos.
Implicações para as relações Brasil-EUA
O episódio pode ter reflexos diplomáticos significativos. A possibilidade de que registros oficiais dos Estados Unidos tenham sido manipulados por interesses políticos estrangeiros levanta sérias preocupações sobre a integridade dos sistemas norte-americanos de imigração e segurança nacional.
Caso se confirme a adulteração intencional dos dados, autoridades brasileiras e americanas poderão ser obrigadas a abrir investigações formais, com repercussões em nível internacional.
O artigo de Mary O’Grady marca um ponto de virada no debate sobre a legalidade das ações do STF contra aliados de Bolsonaro.
Ele reforça a suspeita de que houve uma armação para manter Filipe Martins preso injustamente — e insinua que essa manipulação pode ter ocorrido com ajuda de agentes estrangeiros infiltrados ou cooptados.
À medida que a pressão internacional cresce, a resposta das autoridades brasileiras e americanas poderá definir os próximos capítulos dessa história, que já ultrapassa as fronteiras do Judiciário e começa a afetar as relações bilaterais entre os dois países.
Por Natan AMPOST
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