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Zelensky Critica Decisão.

Ucrânia Será Convidada a Entrar Na Otan, Mas Não Agora, Diz Secretário-Geral.

Jens Stoltenberg, líder da aliança militar, afirmou que convite a Kiev será feito apenas 'com as condições ideais'. Países membros, entre eles EUA e França, divergem sobre ingresso da Ucrânia no grupo, que protege todos os seus membros de ataques e invasões.

A Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) vai convidar a Ucrânia a integrar a aliança, mas apenas quando as condições forem “ideias“, segundo um comunicado divulgado nesta terça-feira (11) após o primeiro dia da cúpula dos países membros do grupo.

Vamos convidar a Ucrânia (a fazer parte da Otan) quando os países membros concordarem e as condições forem atendidas“, disse nesta terça-feira (11) o secretário-geral da aliança, Jens Stoltenberg.

A posição da Otan, que reflete a divisão dos países membros sobre a adesão da Ucrânia, irritou o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, e abriu uma crise entre Kiev e a Otan, que vem apoiando e enviando armas ao Exército russo desde o início da guerra no país, em fevereiro de 2022.

Zelensky criticou a falta de prazos e de definição – seu país tenta há anos entrar na aliança militar, e a possibilidade desse ingresso foi um dos motivos alegados pela Rússia para invadir o país vizinho, no início do ano passado.

Mais cedo, ele chamou de “absurda” a possibilidade de a Otan não aprovar o a criação de um processo para a entrada de seu país no grupo.

“É algo sem precedentes e absurdo quando um prazo não é definido, nem para o convite nem para a adesão da Ucrânia”, disse Zelensky, que participa da cúpula como convidado especial.
Os comentários de Stoltenberg refletem a linguagem de um comunicado emitido pelos líderes da Otan na terça-feira em uma cúpula em Vilnius, na Lituânia.

Questionado sobre as críticas de Zelensky, Stoltenberg disse: “Nunca houve uma mensagem mais forte da Otan em nenhum momento, tanto no que diz respeito à mensagem política do caminho a seguir para a adesão quanto ao apoio concreto dos aliados da Otan.”

Ele argumentou ainda que as adesões anteriores, de outros países, também não foram acompanhadas por um cronograma.
O presidente ucraniano, Volodymyr Zelenksy, fala durante evento para defender a entrada da Ucrânia na Otan durante cúpula da aliança militar na Lituânia, em 11 de julho de 2023. — Foto: Kacper Pempel/ Reuters

Se você olhar para todos os processos de adesão, não houve cronogramas para esses processos. Eles são baseados em condições, sempre foram“, completou.

Os EUA, que acabam de aprovar o envio das polêmicas bombas de fragmentação ao Exército ucraniano, lideram o grupo contrário à entrada da Ucrânia na aliança neste momento – no lugar disso, essa ala da Otan defende o abastecimento do Exército russo com armas. Zelensky não escondeu a decepção com a opinião de seu maior aliado no Ocidente.

O líder ucraniano vinha esperando que a Otan oferecesse uma via rápida de entrada – para ingressar na aliança, um país deve seguir uma série de requisitos e esperar a votação por unanimidade dos países membros, em um processo que pode levar até dois anos.

Mas a legislação da Otan também prevê uma forma de entrada com caráter de urgência, caso todos os sócios estejam de acordo. Neste caso, como ocorreu com a Finlândia após o início da guerra na Ucrânia, o ingresso de um país pode ocorrer em poucos meses.

A Otan é uma aliança formada por 31 países e prevê, principalmente, que qualquer Estado membro que seja invadido ou atacado será instantaneamente defendido por todos os outros sócios do grupo.

Há anos, a Ucrânia vem tentando ingressar na aliança militar, e foi justamente o aumento dessa possibilidade o que motivou a Rússia a atacar o país vizinho, segundo argumento, à época, o presidente russo, Vladimir Putin.

Putin já disse que considera a Otan seu maior inimigo e acusou a aliança de querer expandir sua área de influência até as fronteiras russas para, então, atacar o país, na teoria do líder da Rússia.

Após o início da guerra da Ucrânia, a Finlândia, que tem uma fronteira de 1.300 quilômetros com a Rússia, ingressou na aliança, elevando as tensões na região.

A Suécia também entregou a candidatura para a adesão, mas a Turquia vinha bloqueando essa entrada, com o argumento de que o governo sueco acolheu em seu país membros do PKK, partido nacionalista curdo que o o presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, considera terroristas.

Na noite de segunda-feira (10), no entanto, Erdogan anunciou que decidiu aceitar a entrada da Suécia – qualquer novo ingresso na Otan só é permitido por unanimidade dos países membros.

https://www.youtube.com/watch?v=a25EDhXT6sM
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  • Rosiane Stephanie

    Rosiane é editora de conteúdo de várias editorias no portal 7Minutos.

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