O cinema brasileiro tem muito a celebrar!

O filme “Ainda Estou Aqui”, dirigido por Walter Salles e estrelado por Fernanda Torres e Selton Mello, conquistou o prestigioso Oscar de Melhor Filme Internacional em 2025, marcando um momento histórico ao conquistar a primeira estatueta do prêmio para o Brasil nessa categoria após 26 anos.

Baseado na obra homônima de Marcelo Rubens Paiva, o longa não só emocionou, mas também trouxe à tona questões cruciais sobre a realidade atual do país.

A narrativa dramática do filme gira em torno da história de Eunice (Fernanda Torres) e seu marido Rubens Paiva (Selton Mello), que foi levado pelos militares em janeiro de 1971, deixando sua família à mercê da luta por justiça e pela reconstrução de suas vidas.

A adaptação da obra de Paiva apresenta um panorama que reverbera a dor e os traumas de uma época sombrio da historia brasileira, refletindo também a continuidade desse sofrimento nas lutas sociais contemporâneas.

O prêmio conquistado pelo filme é um lembrete poderoso de que a justiça e a busca pela verdade ainda são temas relevantes no Brasil atual .

Momento este que se entrelaça com as tensões políticas atuais e os desafios enfrentados pela sociedade brasileira, principalmente após eventos marcantes como o 8 de janeiro, que deixou uma profunda cicatriz na nação.

Com a frase “Ainda Estou Aqui”, a produção não só resignifica a luta de uma mãe e esposa  por seu marido desaparecido, mas também simboliza a ins perseverança de um povo que não se entrega diante da adversidade.

Ao levar para o palco o clamor por justiça, o filme evidencia como os ecos do passado ainda ressoam na sociedade contemporânea.

A personagem Eunice

representa não apenas uma mãe lutadora, mas a voz de tantas famílias que, ao longo dos anos,

enfrentaram as consequências da repressão, das injustiças e das separações forçadas,

tão comum neste Brasil de hoje com mães separadas de filhos presa com 17 anos de pena por usar um baton numa estátua .

O filme evidencia que, embora o cenário e os algozes tenham mudado, a luta pela dignidade e pelos direitos humanos persiste.

Neste contexto, é impossível não pensar nas reflexões provocadas pela obra sobre o papel das instituições, o sofrimento de mães que enfrentam a dor da separação, e as histórias de vida despedaçadas em prol de um ideal de justiça.

A obra,

ao trazer à tona a questão do desaparecimento forçado,

faz um paralelo com as recentes medidas arbitrárias de certas autoridades,

que muitas vezes parecem ignorar os princípios básicos de direitos humanos.

NOS ANOS 60 OU HOJE AINDA ESTAMOS AQUI SOFRENDO E SOFRENDO MUITO …TUDO IGUAL SÓ MUDOU OS ALGOZES….. pic.twitter.com/0iZlYQDw6M

— 7Minutos Notícias (@7minutos_news) March 3, 2025

“Ainda Estou Aqui” é um filme que nos desafia a olhar para o passado, mas também a nos posicionar frente ao presente.

Com sua vitória no Oscar, a produção reafirma a importância do cinema como plataforma de luta e resistência.

O filme não é apenas uma obra de ficção,

mas um grito de esperança e uma convocação à ação,

lembrando a todos que ainda estamos aqui

e que a luta por um Brasil livre de corrupção e injustiça continua.

Conforme comemoramos essa vitória no melhor estilo do cinema, ressoamos a mensagem de que as vozes dos que sofreram não foram silenciadas, pois eles ainda estão aqui, lutando teimosamente por um país mais justo e humano.

O Oscar de Melhor Filme Internacional não é apenas uma conquista para o Brasil,

mas um sinal de esperança de que, apesar das adversidades, a verdade e a justiça ainda prevalecerão.

Por Gildo Ribeiro

As  redes  sociais  reagindo:

Fernanda Torres, falando a verdade sobre os desmandos do STF , 1970 e 2025…tudo igual ..so mudaram os algozes pic.twitter.com/ceNKQOOw1r

— 7Minutos Notícias (@7minutos_news) March 4, 2025

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