Política
Bolsonarista denuncia Supremo
À OEA por ‘censura a conservadores’

Carla Zambelli teve as contas em nove redes sociais suspensas por ordem do ministro Alexandre de Moraes
Bolsonarista de proa,
a deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) decidiu recorrer à Comissão Interamericana de Direitos Humanos com a alegação de que o Supremo Tribunal Federal (STF) se transformou em um órgão censor do direito de livre manifestação de políticos e autoridades conservadoras.
Zambelli denuncia STF à Comissão de Direitos Humanos da OEA https://t.co/egU4rfdNDB
— Terra Brasil Notícias (@TerraBrasilnot) November 14, 2022
A peça,
a que VEJA teve acesso, será protocolada nesta terça-feira, 15, em Washington, e lista uma sucessão de supostas violações do Judiciário brasileiro, como a remoção de postagens de internet, a desmonetização de canais alinhados ao presidente Jair Bolsonaro e a retirada do ar de conteúdos classificados como fake news pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Zambelli convoca ato diante da Corte de Direitos Humanos!
O relatório com pedido de providências será entregue à Comissão Interamericana de Direitos Humanos dia 15/11/2022, às 10h30.
Compareçam
O local:
1889 F St., N.W.,
Washington, D.C., U.S.A. 20006https://t.co/e0dS7Lqxc5— Derlin.’.Rodrigues🇧🇷 (@DerlinRod) November 14, 2022
A própria Zambelli
“teve as contas no Facebook, Twitter, Instagram, YouTube, Telegram, TikTok, WhatsApp, Gettr e LinkedIn suspensas por ordem do ministro Alexandre de Moraes.”
Comandante do @GETTRofficial vai ao STF contra censura da deputada Carla Zambelli em sua plataforma. pic.twitter.com/BYjTMgwN8s
— Bia Kicis (@Biakicis) November 14, 2022
Para a parlamentar,
porém, a suspensão de perfis em redes sociais deve ser caracterizado como “censura prévia” e, portanto, passível de reprimenda pela Comissão.
Carla Zambelli incansável lutando pela nossa liberdade. 🇧🇷🇧🇷🇧🇷 pic.twitter.com/6J4JAKsWlr
— Leonice Maria (@LeoniceMariana1) November 14, 2022
Embora Zambelli
peça que o colegiado vinculado à Organização dos Estados Americanos (OEA) foque sua análise em pretensos desvios do STF, como a abertura do controverso inquérito das fake news, ela também centra a artilharia no ministro Alexandre de Moraes e no TSE, órgão que ela chama de “Ministério da Verdade”.
É que uma resolução da Justiça Eleitoral,
aprovada por unanimidade pelo tribunal presidido por Moraes, permite que seja retirados do ar conteúdos relacionados a fake news e “sabidamente inverídicos”, mesmo se não houver pedido expresso de entidades como o Ministério Público Eleitoral.
Na lista de conteúdos
que, segundo a congressista, estão sob censura ferrenha das autoridades brasileiras constam a delação premiada do operador do mensalão Marcos Vallério Fernandes de Souza, a TV Jovem Pan, que tem usado alcunhas pouco abonadoras para se referir ao presidente eleito Lula, notórios apoiadores do presidente Bolsonaro, como o deputado Daniel Silveira (PTB-RJ), o ex-deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ), além de canais conservadores no YouTube.
“É possível identificar que as vítimas possuem uma característica em comum:
todas são adeptas de ideologia conservadora, de modo que se pode caracterizar
como vítima o grupo de conservadores brasileiros nesta condição”,
relata Zambelli na peça.
ATENÇÃO PATRIOTAS!
Você que reside nos EUA, Zambelli e Paulo Figueiredo conclamam vocês a ajudarem nesse processo de suma importância para retomada da nossa liberdade no Brasil. pic.twitter.com/Hwyc9u1z2K
— Instituto Avança Brasil (@iAvancaBrasil) November 15, 2022
No caso do STF,
a deputada alega que diversos personagens estariam sob censura no país por serem alvo do inquérito das fake news, conduzido por Moraes, e de outras investigações, como as que focam em milícias digitais, e diz que congressistas, embora protegidos pela imunidade parlamentar, têm tido contas em redes sociais suspensas supostamente por publicarem mensagens que desagradam o Judiciário.
“Os atos de violação a direitos humanos praticados pelo Supremo Tribunal Federal revelam um regime totalitário em implantação pelo Poder Judiciário, que detém os instrumentos necessários para calar, prender e até condenar ao ostracismo político aqueles que não se alinhem com a sua agenda”, critica.
Na petição de denúncia
à Comissão Interamericana, Zambelli pede que, ao final do processo, o Brasil, entre outras coisas, adote medidas para que o STF “respeite o sistema acusatório”, garanta a imunidade parlamentar e não possa mais bloquear perfis os desmonetizar os canais hoje na mira do tribunal.
https://youtu.be/fSj5bn4Oxyc
https://youtu.be/96wpe9cX_S0
