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Câmara aprova, em 1º turno, texto alternativo à PEC dos Precatórios

Votação em 2º turno deve ocorrer na tarde desta quinta-feira (4/11) ou no próximo dia 9 de novembro

A Câmara dos Deputados aprovou, na madrugada desta quinta-feira (4/11), por 312 votos a 144, a emenda aglutinativa da Proposta de Emenda à
Constituição (PEC) que trata da renegociação do pagamento de precatórios.

O texto alternativo ao relatório do deputado Hugo Motta (Republicanos-PB)
foi aprovado em 1º turno e segue para votação em 2º turno, que deve
ocorrer na tarde desta quinta ou na próxima terça (9/11). O quórum era de
456 deputados no momento da votação, que se iniciou na noite dessa quarta
(3/11).

A matéria prevê a limitação anual de gastos com precatórios, que são
dívidas do governo com condenação judicial definitiva, além de promover a
correção das quantias com base na taxa Selic, permitindo que se altere o
formato de cálculo do teto de gastos.

Entre os principais pontos da emenda está a previsão de parcelamento de
dívidas do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e
de Valorização do Magistério (Fundef).

O projeto estabelece que os precatórios com valores fixados em até R$ 66
mil terão o pagamento garantido e a quitação dos débitos ocorrerá por
meio de ordem cronológica.

“Será assegurada prioridade no pagamento dos débitos de natureza
alimentícia cujos titulares tenham 60 anos de idade ou sejam portadores
de doença grave, ou pessoas com deficiência. Também serão priorizados os
precatórios “menores”, que dizem respeito ao RPV e Fundef.”

A matéria também abre margem para que o governo negocie o pagamento das
condenações com os credores, podendo ofertar como alternativa ao
beneficiários imóveis da União e ações de estatais.

Auxílio Brasil e teto de gastos

Polêmica, a PEC dos Precatórios enfrenta forte resistência de opositores
ao governo federal no Congresso Nacional por ser considerada uma forma de
“calote”, uma vez que posterga o pagamento das requisições que são
asseguradas pela Justiça.

O governo, por sua vez, pressiona pela aprovação da matéria no
Parlamento, em razão de entender a PEC como melhor alternativa a fim de
viabilizar a criação de um novo programa social, o Auxílio Brasil, em
substituição ao Bolsa Família, extinto em 29 de outubro.

Mais sobre o assunto:

“A necessidade de abrir espaço no Orçamento 2022 para o novo programa
decorre da vontade do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) em ampliar
o valor pago aos beneficiários, chegando a R$ 400.”

Ocorre, no entanto,
que o montante a ser despendido no pagamento das parcelas do auxílio às
famílias pode vir a ultrapassar o limite do teto de gastos.

A hipótese, contudo, foi rechaçada pelo presidente da Câmara dos
Deputados, Arthur Lira (PP-AL). Momentos antes de abrir a sessão para
votação da PEC, o deputado defendeu “não haver nada, absolutamente, fora
do teto”.

“Nenhum pagamento será fora do teto. É uma versão mentirosa
dizer que se usará dinheiro para furar teto, para fazer farra”,
enfatizou.

R$ 90 bilhões
Segundo o Judiciário, a estimativa é de que R$ 90 bilhões do Orçamento de
2022 sejam destinados, exclusivamente, para pagamento de precatórios. O
valor gasto com as dívidas neste ano foi estimado em R$ 54,7 bilhões.

Houve, portanto, um crescimento expressivo na estimativa de despesa com
precatórios para o próximo ano.

Na avaliação da equipe econômica do governo, o crescimento na estimativa
de gastos com precatórios de R$ 35,3 bilhões em relação à 2021 não
encontra precedentes em processos orçamentários anteriores e constituí
risco à gestão orçamentária do próximo ano.

Ainda segundo os defensores da PEC, a fatia destinada ao pagamento das
dívidas representa um “elevado comprometimento” das despesas
discricionárias e uma variação positiva de 143% se comparados com os
montantes de 2018

“Pedalada antirregimental”
Diante do temor de que a proposta não conseguisse ser votada nesta noite,
Lira se reuniu, ao longo do dia, com líderes para negociar o apoio
necessário à aprovação do texto.

“O presidente da Câmara chegou a ameaçar descontar do salário dos
parlamentares que se abstivessem a votar a proposta e ainda editou
decreto da Mesa Diretora para permitir deputados em missões oficiais
nacionais e internacionais de votarem, mesmo sem estarem presentes no
plenário da Casa.”

O ato da Mesa Diretora contraria decreto anterior que organizou o retorno
presencial dos trabalhos na Câmara no último dia 25 de outubro. Até
então, o plenário funcionava no sistema híbrido – com parte de deputados
presencial e outros de forma remota.

A “manobra” adotada por Lira revoltou opositores ao texto. O líder da
oposição, Alessandro Molon (PSB-RJ) classificou a medida do presidente da
Câmara como “pedalada antirregimental”. “

É um festival de ilegalidades.
Tudo nesta sessão começou errado, como considerar os ausentes presentes.
Nunca houve algo assim na história do Parlamento”, criticou Molon.

Partidos de oposição com exceção do PDT e com apoio da bancada do MDB
ainda tentaram retirar o item de pauta, sem sucesso. O requerimento foi
rejeitado por 307 deputados.

By: Victor Fuzeira

Link original da matéria:
https://www.metropoles.com/brasil/politica-brasil/camara-aprova-em-1o-turno-texto-alternativo-a-pec-dos-precatorios?
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[caption id="attachment_105266" align="alignnone" width="1024"] Câmara aprova texto-base da PEC dos precatórios em primeiro turno.   Proposta, aprovada por 312 votos a 144, é a principal aposta do governo para viabilizar o Auxílio Brasil de R$ 400 (crédito: Pablo Valadares/Camara dos Deputados)[/caption]
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  • Gildo Ribeiro

    Gildo Ribeiro é editor do Grupo 7 de Comunicação, liderado pelo Portal 7 Minutos, uma plataforma de notícias online.

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