expandir os empréstimos do BNDES.
O retorno do PT ao poder seria um desastre do qual o país poderia não se recuperar
Recentes declarações do ex-presidente Lula a respeito do que poderiam vir a ser elementos de seu programa de governo, num hipotético retorno do PT à presidência, provocaram, estranhamente, reação de surpresa em alguns observadores da cena nacional.

Entre outras propostas, o ex-presidente defendeu a revogação da Reforma Trabalhista; a adoção de metas de crescimento pelo Banco Central; e a reativação dos empréstimos do BNDES como instrumento de fomento ao crescimento.
Anteriormente,
o ex-presidente já havia proposto o fim da política de apreçamento dos combustíveis vendidos pela Petrobrás, baseada nos preços internacionais dos mesmos, e advogado, também, o fim do teto de gastos, intenção reiterada nessa última semana.
Não deveria haver
nenhuma surpresa quanto ao teor desses comentários. Eles estão alinhados às práticas implementadas pelo PT ao longo dos treze anos de seus governos, que culminaram com a queda de quase 7% do PIB e a elevação de 8pp da taxa de desemprego, entre 2015 e 2016. Essa foi a maior recessão jamais registrada na economia Brasileira desde o início da série do Produto Interno Bruto, em 1901.
Nos concentraremos,
aqui, em discutir a proposta do fim do teto de gastos, o questionamento das práticas comerciais da Petrobras e a intenção de voltar a expandir os empréstimos do BNDES.
Consideremos, inicialmente, o teto de gastos.
É natural que o PT seja contra este instrumento de disciplina fiscal. A despesa total do governo central como proporção do PIB, que era de 15,8% em 2002, encerrou 2016 em 19,8%, refletindo crescimento real médio de 6% ao ano, no período. Essa média, por sua vez, pode ser decomposta em 4% para as despesas com pessoal e 8% para as despesas sociais, na mesma métrica.
Uma grande parte
do aumento das despesas sociais, nesse período, pode ser explicada pela elevação real do salário mínimo, que foi de 4,6% por ano, na média, entre 2003 e 2016. A explosão dos gastos com Previdência viria a ser um dos fatores de desestabilização fiscal que aprofundaria a recessão de 2015-16, que só pôde ser controlada quando a mudança de governo possibilitasse a introdução do novo regime fiscal, com o instituto do teto de gastos, em 2016, posteriormente complementado pela Reforma da Previdência, aprovada em 2019.
A expansão dos empréstimos do BNDES
para países e empresários amigos do PT foi uma estratégia perseguida ao longo de todo o período em que o partido esteve no poder, e que teria papel central na magnificação da crise, a partir de 2014.
As concessões do banco passariam de uma média de 2,0% do PIB no 2º governo FHC para 3,0% entre 2003 e 2015, tendo atingido um pico de 4,3% em 2010. Vários desses empréstimos financiaram verdadeiros desastres industriais e financeiros, como a construção do Comperj, iniciada em 2008; a da Refinaria de Abreu e Lima, em 2007, e o financiamento à Sete Brasil, a partir de 2010.
By: Pedro Jobim, Leonardo De Paoli Para o InfoMoney
https://youtu.be/jxR9fZCAuMc
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