No início dos anos 2000, Henrique Meirelles estava no auge como banqueiro. Gênio da economia, chegou ao apogeu no Banco de Boston, com aquisições monumentais.

A fama se tornou global. Quando não havia mais o que conquistar como financista, destrambelhou a querer entrar na política.

Tomou as providências devidas, entre elas vir mais à terra natal (nasceu em Anápolis, assim como Ronaldo Caiado e outros 3 governadores atuais).

E qual seria o partido? Depois de muito pensar e consultar, decidiu-se pelo PFL, hoje Democratas, presidido por Ronaldo Caiado.
Filiou-se.

Quando soube do jamegão, o então governador Marconi Perillo ficou mais bravo que siri na lata de leite Ninho de meio quilo.
Tentou. HM não cedeu.

MP foi ao presidente Fernando Henrique Cardoso, que chamou Meirelles ao Palácio do Planalto.
HM foi. FHC atendeu a tudo que o interlocutor pediu.

Reivindicação única: ser candidato a senador em 2002. Precisava do ok de Marconi. Que literalmente chegou a jato: foi a Brasília testemunhar o acordo.

Apesar de HM apresentar demanda única a FHC e MP, foi traído. O fenômeno planetário das finanças estreou na política quebrando a cara mais conhecida de um goiano no mundo.

Com Ronaldo Caiado, HM tinha a certeza da candidatura. Com Marconi Perillo, a única garantia era a do tombo.

O restante é história.
Demóstenes Torres foi o candidato de Caiado, que resistiu a pressões e ofertas de todo jeito, mas honrou a palavra. Ficou em 1° na eleição.

E Meirelles? Foi substituído por Lúcia Vânia, saiu a deputado federal, enriqueceu muito vagabundo na campanha e ficou em 1°. Antes da posse, Lula o convidou para presidir o Banco Central, onde manteve a estabilidade no País iniciada por aquele que o levou ao Planalto para vê-lo alijado por Marconi.

Ah, e as fichas assinadas por Meirelles?

Até há pouco tempo, Caiado tinha na última gaveta do lado esquerdo de sua mesa no escritório político as três cópias assinadas por Henrique Meirelles.

Se não mofaram nem jogou fora, devem estar lá até hoje.

By Nilson Gomes

Link original da matérIa:
https://www.cerradolivre.com.br/noticia/os-bastidores-da-filiacao-de-henrique-meirelles-a-sigla-de-caiado