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Senado suspende sessão e adia para este sábado escolha do presidente da Casa

Houve tumulto durante toda a sessão. Os senadores passaram horas discutindo quem deveria conduzir os trabalhos e se a votação deveria ser secreta

O Senado suspendeu na noite desta sexta-feira (1º) a sessão que definiria o novo presidente da Casa. Nova sessão foi marcada para a manhã
deste sábado (2).

A suspensão foi proposta pelo senador Cid Gomes (PDT-CE) para tentar pôr fim à divergência em torno de quem deveria conduzir a reunião. A
proposta foi aprovada em votação simbólica (sem contagem de votos).

Houve tumulto durante toda a sessão desta sexta-feira. O primeiro ponto de divergência foi a condução dos trabalhos pelo senador Davi
Alcolumbre (DEM-AP).

Uma ala defendia que ele não presidisse a sessão por ser candidato a presidente. Outra queria a suspensão da sessão a fim de que os
parlamentares chegassem a um acordo sobre quem passaria a conduzir a sessão.

Um ponto de forte embate entre os senadores foi a forma de votação. Um grupo defendia que a votação fosse aberta, enquanto outra ala
defendia votação secreta.

Alcolumbre, então, colocou a proposta em votação. Por 50 votos a 2 (1 abstenção; 28 não votaram), o plenário optou por votação aberta.

Mas houve muita reclamação porque alguns senadores argumentaram que ele não tinha legitimidade para conduzir a votação.

Em um momento mais tenso da sessão, a senadora Kátia Abreu (PDT-TO) chegou a ocupar a Mesa Diretora e tomou das mãos de Alcolumbre a pasta
na qual estavam os documentos referentes à sessão (veja no vídeo acima).

Ela disse que, se ele podia conduzir a sessão, ela também poderia. Kátia Abreu pegou a pasta, se dirigiu às cadeiras do plenário e fez um
discurso contra o senador. Depois, retornou à Mesa Diretora e sentou na cadeira ao lado da de presidente.

Polêmica
Indicado pelo MDB como candidato do partido à presidência do Senado, Renan Calheiros criticou o acordo sobre adiar a sessão e afirmou em
entrevista que não pode haver acordo “contra a Constituição, a democracia, a liberdade de expressão”.

Segundo ele, Davi Alcolumbre agiu como se pudesse “tudo”. “Se o Davi [Alcolumbre] pode fazer tudo isso, eu vou fazer a mesma coisa que o
Juscelino [Kubitschek] fez em 64. Eu vou votar no Davi, porque ele pode tudo. Meus companheiros do MDB que me desculpem”, afirmou Renan.

Durante toda a sessão, Renan entrou em embate com Davi Alcolumbre.

Em uma entrevista após a sessão, Davi Alcolumbre afirmou que a sociedade tem que se “insurgir” caso algum senador derrube o voto aberto na
eleição para a presidência do Senado.

Pelo que foi discutido na sessão desta sexta, caberá ao senador José Maranhão (MDB-PB), o mais velho da Casa, conduzir os trabalhos deste
sábado.

Alcolumbre, porém, disse que tentará retomar a sessão presidindo a Casa e, se for confirmado como candidato do DEM à presidência do Senado,
deixará de presidir a sessão.

Acionar a Justiça
Após a suspensão da sessão, Kátia Abreu afirmou que, se Davi Alcolumbre presidir a sessão deste sábado, ela recorrerá à Justiça.

“Se ele não concordar [em não presidir a sessão amanhã], vamos ter que ir para a Justiça para garantir isso”, afirmou.

Para a senadora, a sessão dessa sexta-feira foi um “constrangimento” porque o que ela chamou de “minoria” quer se impor.

“Isso se chama constrangimento. O que fizeram foi constrangimento. Tentaram obrigar os senadores a votar nos candidatos deles. É a primeira
vez que eu vejo a minoria tentar ganhar da maioria”, afirmou.

[caption id="attachment_65029" align="alignnone" width="1024"] Os senadores Tasso Jereissati (PSDB-CE) e Renan Calheiros (MDB-AL) tiveram que ser separados por colegas durante discussão no plenário do
Senado — Foto: Pedro França/Agência Senado[/caption]
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  • Gildo Ribeiro

    Gildo Ribeiro é editor do Grupo 7 de Comunicação, liderado pelo Portal 7 Minutos, uma plataforma de notícias online.

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