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Twitter suspende contas de jornalistas que cobrem Elon Musk sem dar explicação

Alguns dos 'cancelados' haviam tuitado sobre a suspensão da conta @ElonJet, que rastreou os voos do avião particular do bilionário

O Twitter suspendeu na quinta-feira as contas de jornalistas consagrados da imprensa americana que faziam reportagens sobre a empresa e seu novo proprietário, Elon Musk.

Alguns dos “cancelados” pelo bilionário haviam tuitado sobre a decisão da plataforma de derrubar a conta @ElonJet, que rastreava os voos do avião particular do empresário.

Musk também tirou do ar o Twitter Spaces, serviço de bate-papo e áudio ao vivo, após embate com alguns desses jornalistas.

Uma live havia sido aberta para debater a suspensão, quando o empresário a “invadiu” e disse que qualquer um que divulgasse dados sobre a localização de algum usuário do Twitter, seria suspenso da plataforma.

Em seguida, o Spaces foi desabilitado para todos os usuários.

O Twitter não deu explicações imediatas por que as contas dos jornalistas foram suspensas. Quanto à desativação do Spaces, Musk disse que a empresa o havia suspendido temporariamente para reparar um bug e que o serviço seria restaurado hoje.

No entanto, Musk alegou que os jornalistas violaram uma política de privacidade criada recentemente sobre o compartilhamento de informações de localização.

Em sua conta pessoal no Twitter escreveu que não se importava que fossem feitas críticas a ele “o dia inteiro”,

mas que divulgar minha localização em tempo real e colocar minha família em risco não seria tolerado.

Na quarta-feira, Musk tuitou que um carro que levava um de seus filhos em Los Angeles foi seguido por “um perseguidor maluco” e deu a entender que o suposto incidente estaria ligado ao rastreamento de seu avião particular.

As suspensões dos jornalistas aconteceram após as discussões sobre a exclusão da ElonJet, conta criada por Jack Sweeney, um estudante americano de 20 anos, que compartilhava dados disponíveis publicamente sobre o paradeiro do jato particular de Musk.

A conta ElonJet foi derrubada apesar da promessa do empresário de que não iria mexer com ela em nome do interesse da liberdade de expressão. Musk inclusive informou que entrou com uma ação judicial contra Sweeney.

Bem, parece que @ElonJet está suspensa,

tuitou seu criador, Jack Sweeney, de sua conta pessoal @JxckSweeney, que também sofreu o mesmo destino algum tempo depois.

Pelo menos sete repórteres foram removidos da plataforma na quinta-feira.

Entre as contas suspensas estão as dos repórteres:

Donie O’Sullivan , da CNN;

Ryan Mac, do The New York Times; e Drew Harwell, do The Washington Post, além de jornalistas independentes.

Conforme noticiado pela NBCNews, a conta da rede social Mastodon, nova concorrente do Twitter, também foi suspensa.

Musk informou que as contas dos jornalistas seriam suspensas por sete dias,

depois de publicar em sua conta uma enquete entre os usuários da plataforma perguntando aos usuários se ele deveria restabelecer as contas agora ou em uma semana.

Quase 59% dos 3,69 milhões de participantes votaram para fazê-lo imediatamente e 41,3% optaram que as contas deveriam ser restabelecidas em uma semana.

Nada diz mais sobre liberdade de expressão do que suspender jornalistas que cobrem você,

escreveu Sarah Reese Jones, do portal de notícias e opinião PoliticusUSA, em resposta a um tuíte sobre as suspensões.

O New York Times chamou a proibição de “questionável e infeliz”, enquanto a CNN disse que

a crescente instabilidade e volatilidade do Twitter deve ser uma preocupação incrível para todos que usam a plataforma.

Twitter Spaces também é ‘derrubado’

Depois de terem suas contas suspensas no Twitter, vários jornalistas descobriram que ainda podiam participar da plataforma e correram para o Twitter Spaces, um serviço de áudios ao vivo, para discutir a onda de banimentos, que ocorreram sem comunicação prévia aos profissionais ou suas publicações.

Katie Notopoulos, repórter do BuzzFeed News, fez uma ‘live’ para criticar a medida, e foi acompanhada por Drew Harwell, do Washington Post, e Matt Binder, do Mashable, dois dos jornalistas que tiveram perfis suspensos.

Musk também entrou na ‘live’ para reafirmar que qualquer um que praticasse ‘doxxing’, ou seja, fornecesse informações de localização pessoal sobre outra pessoa seria suspenso.

Os jornalistas responderam que não haviam postado dado algum de localização em tempo real, como o bilionário havia alegado, mas a essa altura Musk havia saído da conversa.

O diálogo atraiu mais de 40 mil ouvintes em seu pico, mas o Twitter Spaces foi derrubado enquanto a ‘live’ de Katie ainda estava em andamento, desconectando todos. Nenhuma gravação ou informação sobre essa sessão está disponível no Twitter neste momento.

Na noite de quinta-feira, Musk informou que a empresa estava corrigindo um bug antigo e que o Twitter Space deveria voltar a funcionar nesta sexta-feira.

Desde que assumiu o Twitter, Musk enviou mensagens confusas sobre o que é e o que não é permitido na plataforma.

Restaurou contas suspensas pela rede social, incluindo a do ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump, mas também cancelou a do rapper Kanye West após a publicação de mensagens consideradas antissemitas.

E rejeitou o retorno de Alex Jones, fundador do site de extrema-direita InfoWars e condenado a pagar cerca de US$ 1,5 bilhão em danos por alegar que o massacre da Escola Primária Sandy Hook em 2012 foi uma “farsa”.

Procurado, Musk não foi encontrado para mais comentários sobre o ocorrido.

Já o Twitter não tem mais uma equipe de relações públicas.

O primeiro negócio de Musk foi a Zip2, empresa de software web que fundou com seu irmão Kimbal e com o sócio Greg Kouri. Companhia foi vendida em 1999 por US$ 305 milhões para a Compaq Computer. Arquivo
Musk co-fundou a X.com em 1999, empresa de pagamento de serviços financeiros on-line e de e-mail. O negócio se fundiu com a Confinity, uma instituição de operações financeiras. Fusão entre as duas companhias deu origem ao Paypal, depois vendido para o Ebay por US$ 1,5 bilhão em 2002.
Start-up Neuralink foi criada em 2016 por Musk e visa unir a mente humana a computadores. Projeto inclui implantar chips no cérebro para ajudar a curar doenças neurológicas e, finalmente, fundir a humanidade com a inteligência artificial. Bloomberg

 

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  • Gildo Ribeiro

    Gildo Ribeiro é editor do Grupo 7 de Comunicação, liderado pelo Portal 7 Minutos, uma plataforma de notícias online.

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