avalia Ancine
Cinema brasileiro tem recuperação lenta do público após covid
Público registrado no 1° semestre de 2022 supera 2021 inteiro, mas recuperação plena deve vir só em 2023.

Em 6 meses de 2022, o mercado cinematográfico brasileiro registrou o melhor resultado em termos de público, de acordo com dados da Ancine (Agência Nacional do Cinema).
De janeiro a julho,
58,5 milhões de pessoas foram aos cinemas do país –número 11,8% maior do que 2021 inteiro (52,3 milhões).
Embora os cinemas tenham se beneficiado do arrefecimento da pandemia do novo coronavírus, com a flexibilização das medidas sanitárias e a reabertura das salas a partir de meados de abril de 2021, o mercado segue em recuperação.
Em 2019,
por exemplo, foram 177,7 milhões de espectadores –esse número despencou em 2020 (39,4 milhões) e em 2021.
Para Tiago Mafra,
diretor da Ancine, os resultados pós-pandêmicos são positivos, mas ainda há um caminho pela frente.
“Dentro do entretenimento, o cinema foi o mais prejudicado de todos. Foi o último a retomar a normalidade […] Em 2022, observamos que tem realmente essa trajetória de recuperação. Parece que aqui começa a diminuir os efeitos da pandemia”,
afirmou Mafra ao Poder360.
Considerando o público de 177,7 milhões em 2019, o número registrado até julho de 2022 ainda é 67% menor.
Segundo Mafra,
a expectativa é de que as salas de cinema voltem aos patamares pré-pandêmicos só a partir de 2023. Os cinemas contam com um aliado para isso: os blockbusters.
Blockbuster
é o termo usado para produções cinematográficas com potencial de bilheteria, geralmente protagonizadas por estrelas de Hollywood, e lançadas no verão norte-americano.
“O cinema é um mercado muito dependente de grandes lançamentos.
Grande parte da receita é concentrada em poucos títulos, que são os blockbusters. […]
Com o retorno dos grandes lançamentos, a expectativa é que a gente se aproxime das receitas e do públicos de anos pré-pandêmicos em 2023”, disse.
É o caso de “Top Gun: Maverick”,
sequência de “Top Gun”, de 1986. O filme estrelado por Tom Cruise deveria ter estreado em julho de 2020.
Por causa da pandemia, a produção foi adiada e estreou só em maio de 2022.
Arrecadou US$ 1,5 bilhão em todo o mundo.
Segundo a Ancine,
os blockbusters estão dominando o circuito de exibição depois da retomada das operações dos cinemas e contribuem diretamente para a volta do público.
A estreia de “Avatar: O Caminho da Água”, sequência do filme de maior bilheteria da história e cuja estreia está marcada para 15 de dezembro, é uma “certeza” de sucesso, avalia Mafra.
Outro fator
que também impulsiona a alta do público, segundo o diretor da Ancine, é o retorno do setor ao modelo tradicional de janela de exibição, onde os filmes são lançados primeiro nos cinemas e depois na TV paga e plataformas de streaming.
“Essa normalização de janelas e o retorno do hábito de ir ao cinema, eu acho que isso já está começando a se traduzir em números. Eu vejo de forma positiva o próximo ano”, afirmou.
Link original da matéria:
https://www.poder360.com.br/midia/cinema-brasileiro-tem-recuperacao-lenta-do-publico-apos-covid/


