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AMÉRICA LATINA

Venezuela: 12 horas para reunir assinaturas por revogatório contra Maduro

Além do total de assinaturas, todas as regiões devem obter pelo menos 20% do montante final

Caracas, Venezuela – A coleta de mais de 4,2 milhões de assinaturas necessárias para um referendo para revogar o mandato do presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, será na próxima quarta-feira (26/1), anunciou sexta-feira (21/1) a autoridade eleitoral, mas a oposição e analistas criticam condições que consideram impossíveis.

“O dia de recepção das manifestações

de vontade para o RR (referendo
revogatório) terá lugar no dia 26 de janeiro, entre as 6h e as 18h, em
1.200 centros” em todo o país, informou o Conselho Nacional Eleitoral
(CNE) no Twitter.

O CNE

especificou que será utilizado o registro leitoral das eleições
para governadores e prefeitos de 21 de novembro, com 20,9 milhões
inscritos nesta nação de 30 milhões de habitantes.

As organizações opositoras, que na segunda-feira iniciaram
procedimentos de consulta contra o mandato do presidente socialista
(2019-2025), precisarão coletar assinaturas equivalentes a 20% do
registro em Caracas e em cada um dos 23 estados do país.

Isso significa que terão apenas 12 horas para coletar mais de 4,2
milhões de assinaturas.

Se em uma única região

não atingirem 20%, mesmo que nas demais atinjam
a meta necessária para a consulta, o procedimento seria anulado.

O Movimento Venezuelano pelo Revogatório (MOVER), formado por meia
dúzia de pequenas organizações políticas, é o principal promotor do
referendo, sem apoio formal dos partidos políticos majoritários da
oposição.

“Não é factível”

O CNE foi reestruturado no ano passado como resultado de uma negociação
que abriu espaço para autoridades próximas à oposição, embora continue
controlado pelo chavismo.

Um dos reitores com vínculos com a oposição, Roberto Picón, disse que
economizou seu voto na aprovação das condições do revogatório.

“Não é viável (…).

Teriam que processar cinco eleitores por minuto,
durante 12 horas, em todas as máquinas do país, sem margem de erro”,
disse Picón, que também rejeitou a falta de tempo para “avisar aos
cidadãos os pontos de recolha”, que ainda não foram definidos.

As próximas eleições presidenciais

estão marcadas para 2024 e setores
da oposição defendem abrir mão da possibilidade de revogação para se
concentrar nessas eleições.

“Se nesta etapa o número for alcançado, o CNE organizará então o
referendo revogatório. Caso contrário, o processo será encerrado”,
alertou o organismo.

“Qual é o medo, #Maduro? Você não permite assinaturas”,

escreveu o
líder da oposição Juan Guaidó no Twitter, questionando as condições de
coleta de assinaturas.

“É uma farsa anunciar (…) 1.200 postos de coleta para que 20 milhões
de cidadãos possam exercer seu direito. É como colocar 1.000 litros de
água em um recipiente de 5 litros”,

criticou César Pérez Vivas, um dos promotores do revogatório.

A oposição já tentou,

sem sucesso, convocar um referendo em 2016 contra
o primeiro mandato de Maduro (2013-2019), antes de sua reeleição em
2018 em eleições denunciadas como “fraudulentas” e desconhecidas pelos
Estados Unidos, União Europeia e vários países da América Latina.

Link original da matéria:
https://www.correiobraziliense.com.br/mundo/2022/01/4979474-venezuela-12-horas-para-reunir-assinaturas-por-revogatorio-contra-maduro.html

[caption id="attachment_109408" align="alignnone" width="1024"] Presidente venezuelano Nicolás Maduro - REUTERS/Manaure Quintero (Manaure Quintero/Reuters)[/caption]
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  • Gildo Ribeiro

    Gildo Ribeiro é editor do Grupo 7 de Comunicação, liderado pelo Portal 7 Minutos, uma plataforma de notícias online.

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