Carne do MT chegou, a 73 países
O controle da saúde animal tem ajudado os produtores de MT na exportação
Os cuidados com a saúde dos animais no campo ao longo dos anos têm ganhado a confiança mundial na carne bovina produzida por criadores do estado
A carne bovina produzida em Mato Grosso já chegou, entre janeiro e setembro, a 73 países.
Duas nações a mais na comparação com igual período de 2022.
Mesmo com mais clientes, o volume exportado foi levemente menor no comparativo entre os meses.
Foram 435,18 mil toneladas enviadas em 2023, ante 440,07 mil toneladas no ano passado, queda de 1,11%.
A pequena diminuição é explicada pela menor demanda mundial pelo produto, que, consequentemente, fez cair o valor médio da tonelada, de US$ 6,10 mil para US$ 4,72 mil.
O cenário pouco influenciou na receita total do estado, que, apesar de ter sofrido queda, ainda permanece na casa dos US$ 2 bilhões.
Ainda que de forma geral exista essa lateralização dos números no último ano, a exportação de carne tem sido crescente a cada temporada.
Para se ter ideia, há 10 anos, em 2013, entre janeiro e setembro, Mato Grosso exportou 199,88 mil toneladas de carne bovina, 54,07% a menos que no mesmo período de 2023.
Na época o produto foi enviado para 51 países, 22 a menos que no ano atual.
O aumento é explicado por fatores externos, como a demanda aquecida ao longo do tempo, aumento populacional, livre comércio, mas também por fatores internos.
As formas de manejo no campo, como a qualidade da ração e do pasto, o bem-estar animal nas propriedades com espaços sombreados e água à vontade, o cuidado do criador com o meio ambiente e o controle da saúde dos bovinos são alguns dos exemplos que atraem novos clientes para o mercado mato-grossense.
Nosso estado é reconhecido como um dos principais celeiros do mundo, e por isso, aprimorar continuamente as práticas e padrões sanitários é fundamental.
Dessa maneira, buscamos assegurar a excelência do produto final, atendendo não somente às necessidades internas, mas também contribuindo para a oferta global de alimentos de qualidade.
A constante revisão e atualização dessas políticas refletem o compromisso do estado em se posicionar como um fornecedor confiável e relevante no contexto mundial da produção de proteína animal,
explica Francisco Manzi, diretor técnico da Acrimat (Associação dos Criadores de Mato Grosso).
O Fesa-MT (Fundo Estadual de Saúde Animal do Estado de Mato Grosso) é um órgão formado por Acrimat, Famato (Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso), Ovinomat (Associação Mato-grossense dos Criadores de Ovinos e Caprinos) e Sindifrigo (Sindicato das Indústrias Frigoríficas do Estado de Mato Grosso).
Tem papel importante para o controle sanitário nas propriedades, com apoio às ações realizadas pelo Instituto de Defesa Agropecuária (Indea).
Do ponto de vista sanitário, a parceria entre o Indea e o produtor resulta na certificação do estado de Mato Grosso para que os produtos agropecuários, aqui produzidos, cheguem em mais de 200 países.
O desenvolvimento de programas sanitários específicos, como o de vigilância para febre aftosa, contra a brucelose, campanhas de prevenção à raiva, são alguns exemplos de ações dessa parceria,
explica o vice-presidente do Fesa-MT, Amarildo Merotti Junior.
Neste mês está sendo realizada a segunda Campanha de Atualização de Estoques de Rebanhos, que é um exemplo dessa parceria a fim de garantir o controle sanitário em Mato Grosso. Até 30 de novembro, todos os criadores de bovinos, bubalinos, ovinos, aves, suínos, equídeos, peixes e abelhas devem informar ao Indea quantos animais possuem em suas propriedades.
O descumprimento pode gerar multa de 29 UPFs (aproximadamente R$ 6 mil). No caso do rebanho bovino o procedimento substitui a vacinação contra a febre aftosa, que não é mais necessária a partir de 2023, após 40 anos de imunização.
Só na compra da vacina, a gente tá economizando no estado de Mato Grosso em torno de R$ 250 milhões por ano.
Então, a gente continua com o manejo sanitário, exceto com a vacinação da febre aftosa.
Esse foi o primeiro retorno e outra coisa foi a abertura de novos mercados.
Com esse status de livre de aftosa sem vacinação, a indústria está buscando novos mercados e isso favorece os produtores rurais.
Embora estejamos passando por uma crise pós-pandemia jamais vista, se a gente não tivesse essas garantias sanitárias, a situação estaria pior.
,Ou seja, o Fesa e o estado de Mato Grosso têm feito um brilhante trabalho e com isso são mantidos os mercados que tínhamos, como há a perspectiva de abertura de novos,
afirma Antonio Carlos de Sousa, membro do Conselho Deliberativo do Fesa-MT.
Desde o dia 07 de novembro a emissão da Guia de Trânsito Animal (GTA), exceto para abate, só pode ser emitida caso a comunicação tenha sido feita.
Para comunicar, o criador deve ir até uma unidade do Indea ou fazer a declaração de maneira eletrônica pelo Módulo do Produtor