By: Leila de Sá Fortes
“Liberdade, Liberdade, abre as asas sobre nós!:
Quando o casamento se torna uma prisão invisível” – Parte 1
A Mulher, desde muito tempo atrás, sempre foi vista como um objeto para o prazer masculino, propriedade privada ou mera marionete, submissa às vontades de seu “dono”.
Em guerras, mulheres sempre foram consideradas troféus e forma de humilhar o inimigo derrotado, violentando-as por diversas vezes e por diversos homens, demonstrando que o perdedor não era digno delas, pois não conseguia sequer protegê-las.
Mulheres foram perseguidas, violentadas, assassinadas por serem parteiras, curandeiras, benzedeiras, por manipularem ervas medicinais ou simplesmente por serem mulheres.
Foram consideradas bruxas, loucas, feiticeiras ou demônios, por causar paixões, expressar sua sexualidade de forma livre, efetivar curas ou simplesmente por buscar um mínimo de direito.
Mulheres se tornavam escravas, sexuais ou não, e quando tinham filhos, frutos desses abusos, eram obrigadas a abortar ou doar os filhos, quando não lhes eram arrancados, para finalidades diversas.
Sacerdotisas eram obrigadas a participar de ritos de cunho sexual com desconhecidos, como forma de se cultuar o sagrado.
O Brasil Colônia é o período que compreende os anos de 1530 a 1822. Neste período era comum os senhores terem escravos e escravas, tanto para servi-los como mão de obra não remunerada nas fazendas e engenhos, como as mulheres escravas servirem ao seu prazer sexual.
Por muito tempo, as meninas, filhas de senhores de engenhos, se sujeitavam a casamentos arranjados pelos pais, tanto por questões de bens, ampliar terras ou mesmo por conveniência política.
Exigia-se da mulher a virgindade como selo de qualidade, garantia de pureza e intocabilidade, e podia-se matar uma mulher para “lavar a honra” de algum marido ofendido ou que se sentisse traído.
Sempre ao homem foi permitido ter várias mulheres ou a infidelidade, como sinal de masculinidade, poder e domínio.
Raramente mulheres consideradas “para casar” eram vistas desacompanhadas. ,
Mulheres desacompanhadas eram intituladas como “Mulheres da Vida” ou de má índole.
Mulheres que discordavam ou confrontavam com seus pais, eram trancafiadas em um convento ou na própria casa, impedidas de interagir ou ter vida social.
Algumas eram expulsas de casa e obrigadas a se prostituir, caso a virgindade não fosse comprovada, ainda que fosse por estupro ou por possuir hímen complacente.
Vivíamos em uma sociedade machista e alienante, onde a mulher não possuía direitos, apenas deveres. Ela não podia votar, trabalhar fora de casa ou expressar suas idéias ou vontades, senão o que e quando lhe fosse permitido por seu pai, irmão ou marido. ,
Estudar era algo que poucas mulheres tinham acesso, mesmo que fosse na segurança de seu lar.
Quando começou a se permitir o estudo às mulheres, eram direcionados ao entretenimento masculino, principalmente na Côrte e nos Saraus.
By: Leila de Sá Fortes –
Assistente Social do Espaço de Acolhimento da Mulher, atuando com Mulheres Vítimas de Violência Doméstica e Familiar, localizado no Hospital Municipal de Cuiabá – HMC/Cuiabá

Assistente Social do Espaço de Acolhimento da Mulher, atuando com Mulheres Vítimas de Violência Doméstica e Familiar, localizado no Hospital Municipal de Cuiabá – HMC/Cuiabá



