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Carta #19

A censura já é realidade. E agora?

Caro leitor. Quer saber de uma coisa? Decidi que não vou escrever sobre a regulação das redes sociais pelo STF. Sobre a volta da censura.

Sobre uma corte constitucional que usurpa os poderes do Congresso. Sobre o choro do Toffoli, sobre o voto-relâmpago do ministro Zero à Esquerda, sobre o “discurso de ódia”, sobre o apoio vergonhoso e reincidente do jornal O Globo a essa estrovenga autoritária.

Em vez disso, vou falar de paz interior – que, no final das contas, é o que está em jogo nessa celeuma toda.

Paz interior que a gente só consegue quando aprende que é impossível adequar o mundo exterior, isto é, o país, o governo, o STF, a realidade econômica, os costumes, etc. às nossas expectativas.

Por isso esse mundo exterior estará de alguma forma sempre em conflito. Já o mundo interior, ah, aí a história muda de figura.

Paraíso particular
Aprendi essas coisas divinamente óbvias e extremamente necessárias lendo um livrinho chamado “Aprender a Descansar” (Ed. Quadrante), de Fernando Sarráis.

É que há algum tempo notei que, apesar de dormir no mínimo 8 horas todas as noites, andava completamente exausto, me arrastando, irritado aqui, triste ali, desesperado acolá. Já tinha tentado de tudo – e nada de descansar. Descansar mesmo.

Nada de encontrar algo remotamente semelhante à paz.

Até que procurei um amigo que me recomendou o livrinho, cujas poucas e densas páginas bastaram para eu entender que meu cansaço era resultado de uma guerra interminável que estava sendo travada dentro de mim.

Uma guerra entre minhas expectativas de um Paraíso particular, o que em certa medida inclui o cenário político (mas não só), e a realidade imperfeita que enfrento todos os dias assim que acordo.

Ainda mais aqui no Brasil.

Consolo
Não sei se acontece com você e espero que não.

Mas, se acontecer de você estar cansado, desanimado e até deprimido, deixo aqui dois conselhos.

Primeiro, deixe de ser preguiçoso, leia “Aprender a Descansar” e tire suas próprias conclusões.

Em segundo lugar, e por mais frustrante que seja, tente aceitar a realidade que o cerca.

Resigne-se a ela, mas sem adotar uma postura passiva e covarde.

Enfrente essa realidade com o otimismo de quem se sabe capaz de recomeçar; com o bom humor de quem enxerga o ridículo dos reizinhos desfilando nus por aí; e com paciência, porque às vezes basta um vento para as nuvens negras se dissiparem e saber disso é muito bom.

É o que tenho tentado fazer.

Nem sempre consigo.

Há dias e dias.

Mas, quando consigo, é maravilhoso!

Porque, em aceitando a realidade, tenho uma noção melhor do meu papel nessa balbúrdia toda, me reconheço impotente para mudar completamente o mundo e aceito de bom grado o desafio de mudar apenas o está ao meu alcance.

Hoje, por exemplo, em vez de lhe dar mais motivos para se irritar, se indignar, se revoltar e se desesperar, achei melhor lhe oferecer essas palavras de consolo.

Espero que elas lhe sejam úteis.

Um abraço do
Paulo

Por Paulo Polzonoff Jr.

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  • Gildo Ribeiro

    Gildo Ribeiro é editor do Grupo 7 de Comunicação, liderado pelo Portal 7 Minutos, uma plataforma de notícias online.

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