Belo preso, Op. É o que eu mereço
Belo gravava com Rodrigo Faro quando foi preso em Angra dos Reis
Cantor participava da atração com a mulher, Gracyanne Barbosa

Preso na manhã desta quarta-feira (17), o cantor Belo recebeu voz de prisão enquanto gravava ao lado de sua mulher, Gracyanne Barbosa , para o programa de Rodrigo Faro, da Record TV, em Angra dos Reis.
As gravações precisaram ser interrompidas para que o cantor fosse levado pelas autoridades policiais.
A Delegacia de Combate às Drogas (DCOD), realizou mais cedo a operação ‘É o que eu mereço’, para cumprimento de quatro mandados de prisão preventiva e cinco mandados de busca e apreensão expedidos pela Justiça contra os responsáveis por promover a invasão e realização de um evento musical no interior do CIEP 326 – Professor César Pernetta, localizado na comunidade do Parque União, complexo da Maré.
O cantor Belo, que se apresentou no evento, é um dos alvos da operação.
Na noite do dia 12 de fevereiro, a produtora Série Gold, através de seus sócios/administradores Célio Caetano Joaquim e Henrique Marques Oliveira, vulgo Rick, e o cantor Belo (Marcelo Pires Vieira) realizaram um evento musical, que perdurou até a manhã do dia seguinte, na escola pública do governo estadual, onde houve grande aglomeração de pessoas, de forma a propagar ainda mais a Covid-19.
A DECOD é a responsável pela investigação por se tratar da invasão de um estabelecimento de ensino , localizado no coração da comunidade Parque União, uma das áreas mais conflagradas do Estado, onde a maior organização criminosa do Rio de Janeiro atua.
Sendo assim, a polícia acredita que a realização do evento poderia ocorrer com a autorização do chefe criminoso da localidade, identificado como Jorge Luiz Moura Barbosa, o Alvarenga, pessoa que controla a localidade há anos e figura como indiciado em diversos procedimentos policiais, sendo, inclusive, um dos criminosos mais procurados do Estado.
“Nesta toada, verifica-se que o cenário fático desenhado é um dos mais absurdos possíveis, na medida em que o ‘evento contagioso’ não foi autorizado pelo Estado, mas sim pelo chefe criminoso local, que também teve a sua prisão preventiva decretada”, diz a Polícia Civil em nota.
Além das prisões, a Justiça também decretou a suspensão das atividades da sociedade empresária Série Gold, bem como o bloqueio das contas bancárias dos investigados, até que se apure os prejuízos causados ao Erário Publico pela conduta criminosa.
Link original da matéria:
https://gente.ig.com.br/colunas/fabia-oliveira/2021-02-17/belo-gravava-com-rodrigo-faro-quando-foi-preso-em-angra-dos-reis.html
Em tempo
Gracyanne se pronuncia sobre prisão de Belo: “Como pagamos nossas contas?”
Em seu perfil do Instagram, a musa fitness defendeu o marido, que foi preso nesta quarta-feira (17)
Gracyanne Barbosa, esposa do cantor Belo, que foi preso após participar de um evento lotado nesta quarta-feira (17) . Em seu Instagram, a influenciadora fitness saiu em defesa do marido e falou sobre necessidade que eles têm de trabalhar para conseguir sustentar a família.
“Vivemos um novo normal, certo? Esse novo normal é para alguns ou para todos? Todos nós estamos nos virando para nos adequar às novas normas. Não existe vilão ou mocinho. Seria maravilhoso e ideal se pudéssemos ficar trancados em casa aguardando a vacina chegar, que por sinal vai demorar para o brasileiro. Mas como pagamos nossas contas?”, escreveu.
“Nós ficamos meses em casa. E, mesmo agora, não viajamos, não curtimos festas, bares e praia. Mas precisamos sair para trabalhar. Todo o Brasil já voltou a trabalhar. Na realidade do nosso país, muitos nem puderam parar. Triste. E triste ver alguns destes sendo oprimidos em suas tentativas de continuidade ao trabalho. O setor do entretenimento voltou à ativa, com novas regras também, novos formatos. Meu marido foi abençoado com o talento do canto. Ele é contratado para isso. Chega pela porta de trás nos locais de shows, vai direto ao camarim e entra no palco. Só em cima dele ele tem o contato e a noção do público”, continuou desabafando.
“Desde que foi liberado a volta dos shows, o Belo tem feito a parte dele. Cumpre as normas, testa sua equipe, verifica tudo pertinente a ele e a sua equipe. E assim se espera que todas as outras partes também façam. Belo tem profundo amor e respeito por seus fãs. Por isso, ele arrasta multidões e ainda os embala com músicas que passam mensagem de amor. Ele se preocupa com aglomerações e sempre reivindica quando se burla alguma regra deixando ele ou seus fãs em risco”,
pontou Gracyanne, que relembrou que o artista já foi infectado pelo vírus e se preocupa com a sua família.
“Ele já pegou Covid.
Em casa tem a minha sogra e outros familiares nossos na zona de risco. Logo, nosso cuidado é redobrado também para a nossa casa. Ele não pode trazer para a casa uma reinfecção, ou uma variante. Mas, volto a dizer, precisamos trabalhar, por nós, nossa família e diversas famílias que dependem deste trabalho. Belo sempre atenta a todos, que só sairemos dessa pandemia e desses momentos ruins se todos nos unirmos e fizermos nossa parte. É importante que o público se cuide também. E, se for em um show do meu marido ou outro qualquer, denuncie para a casa ou artista alguma irregularidade que o deixou em risco, seja com questões de saúde ou outras questões”, disse.
“Mas é isso, respirar fundo e paciência. Trabalhar com arte sempre foi matar um leão por dia. Nos dias atuais e de pandemia, é matar mil leões a cada hora”, finalizou.
Gracyanne Barbosa
Link original da matéria:
https://gente.ig.com.br/celebridades/2021-02-17/gracyanne-se-pronuncia-sobre-prisao-de-belo-como-pagamos-nossas-contas.html
Atualização: 18 Fevereiro
Desembargador aceita pedido de habeas corpus e manda soltar cantor Belo
Cantor foi preso pela Delegacia de Combate às Drogas (DCOD) e levado para a Polinter, na Zona Norte, na quarta (17), após realização de um show no sábado (13), no Complexo da Maré.
O desembargador Milton Fernandes de Souza aceitou o pedido de habeas corpus da defesa do cantor Belo e mandou expedir um alvará de soltura no início da madrugada desta quinta-feira (18). A decisão saiu por volta da 1h20.
O cantor Marcelo Pires Vieira, o Belo, foi preso pela Delegacia de Combate às Drogas (DCOD), da Polícia Civil do Rio de Janeiro, e foi levado para a Polinter, na Zona Norte, na quarta (17).
O artista, dois produtores e um traficante são investigados pela realização de um show no sábado (13), em uma escola pública no Complexo da Maré, Zona Norte do Rio. Segundo a polícia, eles violaram um decreto municipal que proibiu aglomerações no carnaval e contribuíram com a disseminação do coronavírus, colocando em risco a vida de centenas de pessoas.
“Até agora eu não entendi o que eu fiz para estar passando por essa situação. Quero saber qual o crime que eu cometi. Subi no palco e cantei”, afirmou, ao sair da Cidade da Polícia, onde prestou depoimento.
“Minha empresa recebeu o dinheiro. CNPJ com CNPJ”, acrescentou, após ser questionado de quem recebeu o pagamento pelo show. “Se eu não posso cantar para o público, a minha vida acabou”, afirmou ainda o cantor ao deixar o local.
Em nota, Belo e sua família afirmaram estar surpresos com a prisão preventiva do cantor.
No texto, ele pede desculpas pelo show, mas questiona a decisão da Justiça.
“Ciente da gravidade da crise sanitária, Belo pede desculpas por ter se apresentado em uma aglomeração”, diz a nota.
Ele argumenta que o show foi legalmente contratado pela produtora Série Gold e questiona o fato de eventos culturais em outras regiões da cidade não terem sido alvo de investigação. Na nota, ele também questiona o fato de a prisão ter ocorrido após parecer contrário do Ministério Público (MP).
Como o show foi realizado em uma escola estadual do Parque União e não teve autorização das autoridades de Saúde, a polícia também investiga a invasão ao colégio. Segundo investigadores, as salas de aula do Ciep 326 – Professor César Pernetta – foram utilizadas como camarotes.
Segundo a polícia, Belo e os demais investigados vão responder por quatro crimes: infração de medida sanitária, crime de epidemia, invasão de prédio público e associação criminosa.
‘É o que eu mereço’
A operação foi batizada de “É o que eu mereço” em referência a uma das músicas do cantor, que chegou à DCOD por volta das 15h30 desta quarta.
A mulher de Belo, Gracyanne Barbosa, visitou o marido na Cidade da Polícia.
A modelo defendeu o marido em uma publicação feita em uma rede social. Ela argumentou que o marido
“chega pela porta de trás nos locais de shows, vai direto ao camarim e entra no palco”.
Gracyanne também afirmou que o cantor cumpre normas e testa a equipe contra a Covid-19.
“Ele se preocupa com aglomerações e sempre reivindica quando se burla alguma regra deixando ele ou seus fãs em risco”, escreveu.
Quatro mandados de prisão
Após ter aberto inquérito para apurar as circunstâncias do show de Belo na Maré, a DCOD cumpriu nesta quarta quatro mandados de prisão preventiva e cinco de busca e apreensão.
Uma das buscas foi na sede da produtora Série Gold, organizadora do evento, onde foram apreendidos equipamentos, a aparelhagem de som, documentos e veículos. Na casa de Belo, foram apreendidos dinheiro e duas pistolas. Na delegacia, foi constatado que as armas estavam registradas no nome do cantor e a polícia considerou a posse legal.
Em toda operação, foram apreendidos R$ 40 mil e 3,5 mil euros – o equivalente a R$ 22,8 mil. Também foram recolhidos computadores e outros pertences na casa de Belo, na Barra da Tijuca.
Os quatro mandados de prisão preventiva foram contra:
- Marcelo Pires Vieira, o Belo, cantor – preso em Angra dos Reis, na Costa Verde;
- Célio Caetano, sócio da produtora – preso em Macaé;
- Henriques Marques, o Rick, também sócio da produtora – preso no Rio;
e Jorge Luiz Moura Barbosa, o Alvarenga, chefe do tráfico no Parque União – não havia sido detido até a última atualização desta reportagem.
A festa
As imagens do show de Belo circularam pelas redes sociais.
Fãs postaram vídeos em cima do palco na hora da apresentação na escola na Maré, onde era possível ver uma grande aglomeração.
Imagens do Globocop também mostraram a quadra lotada diante de um palco com luzes e amplificadores de som (veja abaixo).
O que disse Belo sobre a investigação
Na época da abertura da investigação, o cantor disse à TV Globo:
“Fizemos o show seguindo todos os protocolos. Não temos controle do geral. Isso nem os governantes têm. As praias estão lotadas, transportes públicos, e só quem sofre as consequências são os artistas. Que foi o primeiro segmento a parar, e até agora não temos apoio de ninguém sobre a nossa retomada. Sustentamos mais de 50 famílias”.
Outras prisões de Belo
Belo já foi preso em outras duas ocasiões.
O músico foi condenado no dia 30 de dezembro de 2002 a seis anos de prisão, acusado de associação para o tráfico depois de, segundo a polícia, negociar drogas e armas pelo telefone com um traficante. Na ocasião, ficou preso por cerca de um mês e conseguiu, após entrar com um recurso, o direito de responder em liberdade.
O Ministério Público recorreu da decisão e a 8ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Rio aumentou a pena do cantor para oito anos. Belo foi preso novamente em novembro de 2004.
Ele estava escondido dentro de casa, na Zona Oeste do Rio.
Desta vez, passou três anos e oito meses na cadeia.





