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diz PF sobre Operação Decantação 2.

Juiz negou pedido de prisão do ex-governador de Goiás José Eliton, diz PF

Operação fez buscas na casa do político e prendeu cinco pessoas. Policiais também acharam R$ 1,8 milhão escondidos dentro de malas que estavam com dois suspeitos.

O juiz federal Rafael Slomp negou o pedido de prisão do ex-governador José Eliton (PSDB) e determinou que fossem feitas buscas na casa do político, segundo informações dadas nesta quinta-feira (28) pela Polícia Federal. Outras cinco pessoas foram presas nesta manhã suspeitas de desvio de dinheiro na Companhia de Saneamento de Goiás (Saneago), durante a Operação Decantação 2.

“Foi requerida a prisão. Pelo fato de ele não estar mais na administração e pela contemporaneidade dos fatos”, revelou o delegado federal Charles Cavalcante Lemes.

Advogado do ex-governador, Tito Amaral defendeu, em nota, que a

“Justiça Federal não decretou qualquer medida contra o ex-governador José Eliton, além da busca de documentos, porque não há nenhum indício concreto de seu envolvimento nos fatos em apuração” (veja a nota na íntegra ao fim do texto).

De acordo com a PF, a investigação ocorreu com base na análise de documentos e dados bancários e fiscais dos presos na primeira fase da Operação Decantação, realizada em agosto de 2016, quando foram cumpridos 120 mandados judiciais.

O delegado disse que José Eliton participou do esquema enquanto ainda era vice-governador, entre 2012 e 2016, na época em que também acumulava o cargo de secretário de Segurança Pública (SSP).

A investigação apontou que José Eliton se reunia com Luiz Alberto de Oliveira, chefe de gabinete do então governador Marconi Perillo (PSDB), e empresários que prestavam serviços à Saneago para organizar a ordem de pagamento.

“Recursos da SSP que deveriam ser repassados à Saneago eram direcionados exclusivamente ao pagamento dessas três empresas. No jargão policial, a gente chama isso de verba carimbada”, afirma o delegado.

Prisões e buscas
As buscas foram feitas, conforme a polícia, em endereços de investigados e pessoas ligadas ao ex-governador, em Goiânia e Aparecida de Goiânia, na Região Metropolitana da capital.

Durante a operação realizada nesta manhã, os policiais acharam uma mala com cerca de R$ 800 mil e armas na casa de Gisella Silva de Oliveira Albuquerque. Ela é filha de Luiz Alberto de Oliveira, ex-chefe de gabinete do ex-governador Marconi Perillo (PSDB), que renunciou ao cargo para concorrer à eleições de 2017. No carro de Luiz Alberto, os policiais encontraram R$ 1 milhão.

Ao todo, cinco pessoas foram presas:

  • Luiz Alberto de Oliveira – chefe de Gabinete de Gestão da Governadoria até abril de 2017;
  • Gisella Silva de Oliveira Albuquerque – filha de Luiz Alberto;
  • Carlos Eduardo Pereira da Costa – sócio da Sanefer Construções e Empreendimentos;
  • Nilvane Tomás de Sousa Costa – sócio da Sanefer Construções e Empreendimentos;
  • Robson Borges Salazar – ex-diretor de gestão corporativa da Saneago.

O outro lado
Advogado de Robson, Luis Rassi disse que não teve acesso à decisão nem ao inquérito.

“Único conhecimento que a gente tem é por meio das perguntas formuladas pelo delegado. As perguntas indicam contratos anteriores à gestão de Robson Salazar. Realmente ainda não dá pra entender porque ele foi preso”, afirmou na sede da Polícia Federal.

O G1 e a TV Anhanguera entraram em contato com as defesas de Nilvane e Carlos Eduardo e aguarda retorno. A reportagem não conseguiu localizar, até a última atualização desta reportagem, os advogados de Luiz Alberto e Gisella.

A Saneago informou, em nota, que

“a atual gestão da empresa tem priorizado a implantação das melhores práticas de governança, para garantir a lisura em todos os processos da companhia, como a criação da Superintendência de Governança”. A Saneago completou que “permanece prestando toda a colaboração necessária às investigações”.

Na nota enviada pelo advogado de José Eliton, ele também informou que o cliente está em Posse, no interior de Goiás, onde participaria de uma audiência como advogado, mas retorna nesta tarde para Goiânia.

Conforme o texto, a PF cumpriu mandado de “busca de documentos no apartamento do ex-governador, quando foi apreendido apenas um computador de uso pessoal”.

Segundo Tito Amaral,

“convém enfatizar que os fatos investigados pela operação teriam ocorrido entre 2014 e 2016, período que José Eliton exercia mandato de vice-governador. Não existem fatos ou elementos nesta investigação que coloquem em suspeita a lisura de José Eliton como vice-governador ou governador”.

Por Sílvio Túlio e Paula Resende, G1 GO

Mala achada com R$ 1 milhão dentro de carro de preso durante a Operação Decantação 2, em Goiânia, Goiás — Foto: Polícia Federal/ Reprodução

 

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  • Gildo Ribeiro

    Gildo Ribeiro é editor do Grupo 7 de Comunicação, liderado pelo Portal 7 Minutos, uma plataforma de notícias online.

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