Multa correspondente a R$ 208 mil
Luciano Hang é condenado por injúria e difamação por chamar arquiteto de “esquerdopata”
TJ-RS condenou empresário a um ano e quatro meses de prisão, mas a pena foi substituída por uma indenização de 35 salários mínimos
O empresário Luciano Hang, proprietário da rede de lojas Havan, foi condenado pelo Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul por injúria e difamação contra o arquiteto Humberto Hickel.
A pena estabelecida inicialmente foi de um ano e quatro meses de prisão em regime fechado, mais quatro meses de detenção em regime aberto.
Também foi aplicada uma multa correspondente ao valor de aproximadamente R$ 208 mil.
As medidas, no entanto, foram substituídas pela 1ª Câmara Criminal do TJ-RS por prestação de serviços comunitários e pagamento de indenização a Hickel no valor de R$ 36,3 mil.
A defesa do empresário ainda pode entrar com recurso da decisão.
“Esquerdopata”
A condenação se refere a um episódio ocorrido em 2020, quando o arquiteto iniciou um abaixo-assinado contra a instalação da estátua da Liberdade, símbolo da Havan, no município de Canela, no interior gaúcho.
À época, Hickel argumentou que a estrutura teria impacto negativo no urbanismo e na economia local, em função da competição com comerciantes de menor porte.
Hang respondeu à manifestação com um vídeo, publicado nas suas redes sociais, em que chama Hickel de esquerdopata e da turma do ‘ele não, além
de afirmar que o arquiteto adora o MST e falar para que ele vá pra Cuba que o pariu.
O entendimento dos desembargadores da 1ª Câmara foi de que as declarações poderiam danificar a imagem pública e profissional do arquiteto, indo além de mera divergência política.
As expressões utilizadas pelo querelado, como esquerdopata e vá pra Cuba que o pariu são exemplos claros de linguagem depreciativa e desonrosa que não contribuem para uma discussão construtiva, afirmou a magistrada Viviane de Faria Miranda.
Não se está diante de um debate político, e sim de pontos de vista diferentes em relação ao impacto urbanístico na cidade de Canela.
O uso de termos pejorativos e ofensivos, especialmente em um contexto público, agrava a situação, pois visa expor o querelante ao desprezo e à humilhação, concluiu.
A desembargadora defendeu, ainda, que o vídeo publicado por Hang “ultrapassa os limites do debate público legítimo”, e que a “liberdade de expressão não constitui liberdade de agressão”.
A CNN entrou em contato com os representantes de Hang, mas não obteve retorno até a publicação desta reportagem.
O espaço segue aberto para manifestações.
Por: Victor Aguiarda CNN*
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CNN Brasil