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uniu a Osama Bin Laden nos anos 90.

Al-Zawahiri, o chefe da Al-Qaeda morto pelos EUA

Era médico e se tornou extremista aos 15 anos; conheça sua história

Ayman al-Zawahiri só viu o rosto de sua esposa uma vez antes de se casar, foi preso e torturado no Egito e se uniu a Osama Bin Laden no fim dos anos 1990.

 

Ele assumiu a organização em 2011.

Morto aos 71 anos neste sábado (30) em uma operação dos Estados Unidos no Afeganistão , Ayman al-Zawahiri era o sucessor de Osama Bin Laden como chefe da rede terrorista Al-Qaeda , da qual era um dos fundadores (veja mais no vídeo acima).

 

A Al-Qaeda

era organizada como uma empresa com diferentes departamentos, e Zawahiri era tido como o responsável por as seguintes áreas:

  • formação ideológica, táticas e habilidades organizacionais;
  • liderança e coordenação dos primeiros atentados suicidas e células independentes, que se tornaram uma marca da rede terrorista;
  • coordenação, ao lado de outros líderes, dos ataques de 11 de setembro de 2001, nos Estados Unidos;
    e planejamento do ataque que, em 200, deixou 17 militares mortos em um navio americano que estava atracado no Iêmen, o USS Cole.

 

Além disso, em 1998,

Al-Zawahiri foi acusado nos EUA por ter participado de ataques com bombas nas embaixadas do país no Quênia e na Tanzânia, que deixaram 224 mortos.

O líder da Al-Qaeda nasceu no Egito e era médico e cirurgião de formação. Ele chefiava a rede terrorista desde a morte de Bin Laden, em 2011.

Ele começou a se envolver com movimentos políticos de natureza religiosa aos 15 anos.

 

Família de acadêmicos

Al-Zawahiri era de uma família de classe média no Egito. O seu pai era um professor de farmácia, e o avô materno foi presidente da Universidade do Cairo e fundador de uma universidade na Arábia Saudita.

Ainda jovem, Al-Zawahiri começou a ler os textos de um autor islâmico radical, Sayyid Qutb. Para esse escritor, o mundo era dividido entre os crentes e os infiéis (até mesmo os muçulmanos moderados seriam infiéis).

O primeiro grupo extremista do qual Al-Zawahiri participou, ainda na adolescência, começou com cinco membros. Ele criou uma célula para tentar derrubar o governo de seu país, o Egito, que era secular.

 

Estudou medicina

na Universidade do Cairo, onde continuou a se envolver em atividades clandestinas. O grupo com o qual ele era envolvido chamava-se Al Jihad e preconizava a ideia de que o islamismo real não era praticado no Egito porque o governo (na época, uma ditadura comandada por Gamal Abdel Nasser) não seguia as leis islâmicas e afastava os fiéis da salvação. A solução, para eles, era agir.

O egípcio conheceu a esposa no fim da década de 1970. Segundo o autor Lawrence Wright, que escreve sobre a história da Al-Qaeda, ao se casar, AlZawahiri só tinha visto o rosto da mulher uma única vez. A mulher morreu em outubro de 2001.

Conheceu Bin Laden nos anos 1980

Em 1981, o então presidente do Egito, Anwar Sadat, foi assassinado no Cairo. Ele havia firmado um acordo de paz com Israel, que não foi aceito por extremistas egípcios. Os assassinos eram soldados ligados à Al Jihad.

O sucessor de Sadat, Hosni Mubarak, realizou operações para enquadrar os extremistas, e Al-Zawahiri foi acusado de contrabando de armas e acabou preso. Torturado, deu o nome de um comparsa.

O futuro líder da Al-Qaeda saiu da prisão em 1984 e deixou o Egito, com destino ao Paquistão. Lá, conheceu Osama Bin Laden, em 1988.

Diferentemente de Al-awahiri, que tinha como meta impor governo islâmico no Egito, Bin Laden partia de uma proposta de agregar combatentes islâmicos para lutar contra os soviéticos que, na época, ocupavam o Afeganistão. E, de fato, os afegãos conseguiram expulsar as forças soviéticas.

A ideia de Bin Laden de que a jihad deveria extrapolar os limites de seus próprios países mudou a forma de Zawahiri encarar o extremismo.

 

No começo dos anos 1990,

a Al Jihad fez diversos ataques no Egito: tentou matar um ministro e o primeiro-ministro. O grupo fracassou em ambas as ações, e os membros, frustrados, pediram uma renovação na liderança. Foi nesse momento que Zawahiri se tornou líder.

 

Em 1998,

Zawahri escreveu um documento que tinha como propósito a unificação de grupos extremistas dispostos a atacar americanos em todos os lugares do mundo, e não só no Oriente Médio.

 

Em 2001,

houve uma união: o grupo de Zawahiri, a Jihad Islâmica Egípcia, oficialmente passou a fazer parte da Al-Qaeda, de Bin Laden.

 

Al-Qaeda: ‘multinacional do terrorismo’

Bin Laden era de uma família de empresários sauditas. Assim, a Al-Qaeda foi organizada como uma empresa, com departamentos específicos que tinham metas específicas.

De acordo com o autor americano Lawrence Wright, trata-se de uma “multinacional do terrorismo”.

Embora não fosse considerado um tão líder carismático quanto Osama Bin Laden, Al-Zawahiri não era tido como um chefe intelectual da Al-Qaeda.

 

Morte de Bin Laden

Após a morte de Bin Laden, em 2011, Al-Zawahiri divulgou um vídeo de quase 30 minutos.

A Al-Qaeda, então, perdeu espaço para um novo grupo de extremistas na região: o Estado Islâmico, que passou a atrair as pessoas que queriam aderir à jihad.

Uma das filhas de Al-Zawahiri se casou com Hamza Bin Laden, um dos filhos de Osama.

Hamza foi morto em uma operação no Afeganistão.

 

Morte de Al-Zawahiri em Cabul

Al-Zawahiri foi morto em um ataque de drone da CIA em Cabul em 30 de julho de 2022, de acordo com autoridades dos EUA.

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, fez um pronunciamento na Casa Branca no qual afirmou que a “justiça foi feita”. “Por décadas [al-Zawahiri] foi um mentor contra os norte-americanos”, afirmou Biden. “[Ele deixou uma] trilha de assassinatos e violência contra os cidadãos dos EUA.”

Quando as forças dos EUA se retiraram do Afeganistão, em agosto de 2021, autoridades do governo Biden disseram que manteriam a capacidade de ataques. O ataque contra Al-Zawahiri foi o primeiro ataque de contraterrorismo conhecido desde a saída das tropas americanas do país.

 

Osama bin Laden e Ayman al-Zawahiri posam para foto em imagem divulgada em 10 de novembro de 2001 — Foto: Hamid Mir/Jornal Dawn/Via Reuters

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  • Gildo Ribeiro

    Gildo Ribeiro é editor do Grupo 7 de Comunicação, liderado pelo Portal 7 Minutos, uma plataforma de notícias online.

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