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Benjamin Netanyahu

Após impasse no governo, Parlamento de Israel decide convocar novas eleições

Primeiro-ministro Benjamin Netanyahu perdeu maioria necessária para formar o governo com disputa entre judeus ortodoxos e militaristas.

O Parlamento de Israel aprovou, nesta quarta-feira (29), a própria dissolução e a convocação de novas eleições – menos de dois meses depois de os israelenses terem ido às urnas para escolher os novos parlamentares.

“O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu votou a favor da medida.”

A dissolução foi aprovada porque Netanyahu perdeu o apoio do partido nacionalista Yisrael Beitenu, que integraria a coalizão governista liderada pelo Likud (leia mais sobre a cisão no governo israelense no fim da reportagem).

Assim, das 65 cadeiras previstas inicialmente, o premiê ficaria apenas com 60 – uma a menos do que o necessário para formar maioria absoluta.

Sem esse apoio, Netanyahu admitiu não ter conseguido maioria no Parlamento até o prazo estipulado, que terminou à 0h desta quinta-feira (18h de quarta, em Brasília).

Assim, os israelenses voltarão às urnas possivelmente em setembro, segundo a imprensa local, para formar novamente o Knesset – nome dado ao Parlamento Israelense. Portanto, o país terá passado por duas eleições gerais no mesmo ano.

A oposição liderada por Benny Gantz não era a favor de um novo pleito. De acordo com a imprensa israelense, Gantz afirmou que, sem coalizão, o governo deveria ser transmitido para o partido oposicionista Azul e Branco, segundo mais votado nas eleições de abril.

A origem da celeuma está na diferença entre os judeus ortodoxos e os partidos seculares de direita. Ambos os grupos formavam a base de sustentação de Netanyahu após o resultado das eleições de abril.

O partido Yisrael Beitenu, do ex-ministro da Defesa Avigdor Lieberman, tentou aprovar uma lei obrigando jovens judeus ortodoxos a participarem do serviço militar obrigatório em Israel. A proposta irritou os integrantes religiosos da coalizão governista.

Com o racha, os cinco deputados do Beitenu deixaram a coalizão a poucos dias do prazo de formação do governo.

Diante da possibilidade de uma queda de Netanyahu, o próprio Likud – partido de Netanyahu – apresentou uma moção para novas eleições para tentar pressionar os dissidentes a votarem atrás.

Nesse meio-tempo, Netanyahu buscou alcançar acordo com Lieberman e com os ortodoxos, mas as tentativas não prosperaram. Com o fracasso nas negociações, o próprio premiê admitiu a necessidade de novas eleições.

Caso os parlamentares votassem contra a organização de novas eleições, Netanyahu poderia ser obrigado a devolver o cargo ao presidente de Israel, Reuven Rivlin.

O chefe de Estado, então, receberia novos nomes de parlamentares e apontaria o novo primeiro-ministro – que poderia ser, inclusive, o opositor Benny Gantz.

[caption id="attachment_67823" align="alignnone" width="1024"] Benjamin Netanyahu, primeiro-ministro de Israel, chega a votação no Parlamento que decidiu pela convocação de novas eleições. — Foto: Ronen Zvulun/Reuters[/caption]
[caption id="attachment_67824" align="alignnone" width="1024"] Benjamin Netanyahu comemora com a esposa, Sara, a vitória para um novo mandato como primeiro-ministro de Israel — Foto: Ronen Zvulun/Reuters[/caption] [caption id="attachment_67825" align="alignnone" width="1024"] Benjamin Netanyahu, primeiro-ministro de Israel, participa de sessão no Parlamento. Atrás dele, o ex-ministro da Defesa Avigdor Lieberman, líder do partido que rompeu com o governo — Foto: Sebastian Scheiner/Arquivo/AP Photo[/caption]
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  • Gildo Ribeiro

    Gildo Ribeiro é editor do Grupo 7 de Comunicação, liderado pelo Portal 7 Minutos, uma plataforma de notícias online.

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