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Venezuela by J.R. Guzzo

O indecente pedido para reconhecer Maduro nos diz até onde a esquerda desceu no Brasil

Poucas coisas dão uma ideia tão precisa do nível de indigência moral do PT e do governo do que o cardume de parasitas que está eternamente girando em seu redor.

Boi preto conhece boi preto, como se costuma dizer, e as “entidades de esquerda”, “movimentos sociais” e outras formas de vigarice coletiva atraem e são atraídas pelo que o regime lulista tem de pior a oferecer.

Quer medir a qualidade do Lula-3, ou o tamanho do buraco que estão cavando?

É só olhar um pouco para o tipo de pedidos que recebe – e para quem está fazendo esses pedidos.

A última emanação tóxica que saiu desse submundo foi um manifesto de 19 aglomerados, apresentados como sendo de “esquerda”, pedindo ao presidente que o governo do Brasil reconheça como “legítima” a fraude eleitoral na Venezuela.

Trata-se, aí, do único fiapo de vergonha na cara que sobrou na “política externa” brasileira tal como é operada pelo Itamaraty do ministro Celso Amorim.

O roubo da eleição na Venezuela foi tão patente e tão escandaloso que nem o governo Lula foi capaz de fingir que estava “tudo normal” – tentaram, ainda no começo, mas não deu.

Lula, todo cheio de delicadezas com o companheiro Maduro, pediu que ele apresentasse as “atas” da apuração para que o Brasil pudesse reconhecer os resultados.

Maduro mandou Lula passear, não mostrou ata nenhuma e a coisa ficou travada deste então.

Travada para Lula e o Brasil, claro – os países do mundo democrático não tiveram nenhum medo de dizer que tudo aquilo foi uma roubalheira eleitoral maciça, e simplesmente não reconhecem o regime do ditador.

Mas os subúrbios mais escuros do governo querem mais que um impasse.

Querem que o Brasil se junte à Cuba, Rússia, Irã, Coreia do Norte etc. etc. etc. e reconheça a ditadura de Nicolás Maduro como o governo legal da Venezuela.

Não é preciso gastar tempo do leitor dizendo quais são os argumentos ou ideias expostas no abaixo-assinado. Não há, obviamente, nenhum argumento e nenhuma ideia.

As “entidades” que pedem a Lula o reconhecimento do golpe eleitoral na Venezuela são um retrato da miséria em que a esquerda afundou no Brasil de hoje.

Não apenas ela tornou-se incapaz de reagir a qualquer estímulo de natureza moral, ou ética.

Rompeu, também, todo tipo de contato com a classe trabalhadora brasileira. Esse apelo à Lula em favor de uma ditadura é uma coisa dramática.

Foi assinado por nada menos que dezenove órgãos diferentes, mas não há nenhum, na lista toda, que tenha a mais remota relação com trabalhador.

Tem de tudo, ali: jovens, mulheres, “moradores”, negros, juristas, invasores de terra, estudantes, transgêneros, lésbicas, gays, a “Associação Brasileira de Imprensa”.

Tem até palestinosó não tem, mesmo, gente que trabalha para ganhar o pão de cada dia.

Tudo isso, ou quase tudo, está pendurado de alguma forma no seu bolso – diretamente, através de ONGs ou por meio de outras gambiarras ligadas á corrente de energia do Tesouro Nacional.

É uma das faces mais perversas do sistema que gira em torno do PT e do governo Lula: a concentração de renda que resulta da entrega sistemática de dinheiro público para sustentar desocupados de todo o arco-íris esquerdista.

O manifesto pró-roubo de eleição tem lugar, é claro, para uma “central dos trabalhadores e trabalhadoras”.

Pois então: é isso a classe operária de Lula e do PT.

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Por J.R. Guzzo

[caption id="attachment_88290" align="alignnone" width="1024"] José Roberto Guzzo, mais conhecido como J.R. Guzzo, é um jornalista brasileiro, diretor editorial do grupo EXAME e colunista das revistas EXAME e VEJA, integrando ainda o Conselho Editorial da Abril. By Wikipédia[/caption]
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  • Gildo Ribeiro

    Gildo Ribeiro é editor do Grupo 7 de Comunicação, liderado pelo Portal 7 Minutos, uma plataforma de notícias online.

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