“Deadpool & Wolverine”foi  um dos filmes mais aguardados de 2024, mas há alguns anos, ninguém imaginava que o anti-herói vivido por Ryan Reynolds pudesse se transformar em um dos personagens mais queridos dos fãs de quadrinhos e cinema de super-herói.

Vale contextualizar, para quem não é muito ligado no mundo dos quadrinhos, que o Deadpool nunca foi um dos personagens mais populares, bem diferente do Wolverine e outros X-Men que estarão no novo longa que estreia nesta quinta-feira (25) no Brasil e em partes do mundo.

Há diversos atores sobre os quais falamos: ele nasceu para tal personagem.

Esse é o caso de Reynolds e Deadpool.

Para entender essa trajetória nas telonas, que começou de uma maneira bem difícil, até a glória, o gshow preparou uma linha do tempo para você se inteirar por completo. Mas antes, assista ao trailer do longa.

Origem estranha
Em 2009, Ryan Reynolds interpretou Wade Wilson, nome real do Deadpool, pela primeira vez em “X-Men Origens: Wolverine”. Porém, a greve dos roteiristas que atingiu Hollywood no ano anterior causou danos severos ao longa, principalmente no Mercenário Tagarela.

O humor e as habilidades especiais do personagem, além do carisma de Reynolds, já estavam ali, assim como as interações com Hugh Jackman, interprete do carcaju desde os anos 2000 e que volta da aposentadoria do herói neste ano.

Entretanto, no filme, Wade foi transformado em uma máquina humana mortal e teve sua boca costurada.

Conclusão?
Um fracasso de crítica entre analistas e fãs, além de virar uma piada no meio nerd.
O momento ruim do personagem viraria humor, anos mais tarde em seus filmes solo, mas já contamos essa história. O ponto positivo é que dali surgiu a amizade entre Ryan e Hugh.

Vídeo vazado
Após o fracasso no longa, Ryan Reynolds, que já era muito fã do personagem, ficou por anos tentando roteirizar e produzir um filme do personagem. Segundo ele, foram 11 anos. Porém uma filmagem teste, algo comum em Hollywood para “vender” o projeto aos estúdios e acionistas, fez tudo mudar.

Essa imagem ficou largada em uma prateleira na Fox (estúdio que tinha os direitos do personagem até então) por quatro anos e há um ano e meio atrás alguém acidentalmente vazou isso na internet, disse ele em 2016 em uma entrevista ao programa  The Graham Norton Show.

O trecho foi usado no início do primeiro filme do herói.

A voz do ator está mais grossa e piadas ditas nele foram reaproveitadas também, além da música “Angel Of The Morning”, de Juice Newton, que faz parte da trilha sonora. Foi a primeira vez que vimos o Deadpool quebrando a quarta parede, isto é, ele conversou com a audiência que estava o assistindo, elemento fundamental do personagem nas HQs.

Até hoje, rolam especulações de quem teria vazado o vídeo de quase dois minutos, que pode ser assistido no YouTube. Parte dos fãs acreditam que possa ter sido o próprio ator o responsável.

O que é real é que o movimento deu certo. A internet explodiu com pedidos para fazer um filme solo do personagem e em 24 horas, eles tiveram luz verde para dar início a produção.

Foi uma loucura. As pessoas começaram a escrever e inundar a Fox com pedidos para o filme do Deadpool. Foi rápido assim. Me senti muito bem, contou o ator na mesma entrevista.

Sucesso de público e bilheteria

Em 2016, finalmente o personagem via a luz do projetor refletindo seu filme solo nos cinemas. Com um orçamento modesto para filmes de heróis, apenas US$ 58 milhões, o primeiro longa arrecadou nada mais, nada menos que US$ 782,6.

Além da bilheteria, o filme conquistou fãs e crítica, muito pela inovação no cinema baseado em quadrinhos.

Com uma temática mais adulta, violência extrema e piadas ácidas, Ryan Reynolds e os roteiristas conseguiram levar a essência do personagem para as telonas.

Com o sucesso, dois anos depois veio um novo filme com um orçamento duplicado, de US$ 110 milhões.

O resultado foi quase igual, com uma arrecadação de US$ 782,6 milhões.

Morena Baccarin, interprete de Vanessa, par romântico de Wade nos filmes, veio ao Brasil divulgar o longa.

Piada com ‘X-Men Origens’ e ‘Lanterna Verde’
A meta linguagem é algo muito presente nos filmes do Deadpool, por isso, piadas envolvendo outros longas, da Marvel ou não, são comuns.

No segundo longa do personagem, por exemplo, ele vai para outra realidade e mata a sua versão do filme “X-Men Origens: Wolverine”.

E sobrou até para a maior rival da Marvel, a DC Comics. Isso porque, em 2011, Ryan Reynolds interpretou Hal Jordan, o Lanterna Verde, nos cinemas. O filme foi um dos maiores fracassos de público e crítica do lar do Superman.

E é claro que virou piada nos dois filmes. No primeiro, Wade pede para não colocarem ele em um uniforme verde e animado, em alusão ao personagem.

Já no segundo, ele volta no tempo e dá um tiro na cabeça de Ryan Reynolds enquanto lia o roteiro do longa.

‘O Jesus da Marvel’
A frase dita no primeiro teaser de “Deadpool & Wolverine” resume bem o sentimento dos fãs após uma sequência de produções medianas da Casa das Ideias na TV e no cinema, com raras exceções como “Guardiões da Galáxia: Volume 3”.

O novo longa representa, de fato, a entrada definitiva dos mutantes no Universo Cinematográfico da Marvel (MCU), após a compra da 21st Century Fox pela Disney em 2019. A Fox era dona dos direitos dos mutantes, o que inclui os X-Men e o Deadpool.

Isso pode dar um novo ar para o MCU (entenda mais sobre o assunto aqui), principalmente em termos financeiros, já que a expectativa de bilheteria para a primeiro final de semana de exibição nos Estados Unidos seja em torno US$ 160 e US$ 165 milhões, segundo o “The Hollywood Reporter”, um dos principais sites de entretenimento do mundo.

E se depender das críticas e avaliações especializadas antes da estreia, parece que os fãs terão um final bem feliz, com muitas referências, nostalgia a filmes e personagens antigos, mas principalmente, uma grande aventura. Já estamos ansiosos por aqui! 🤩

Por Matheus Dezotti, gshow — Rio de Janeiro