Enfim cedeu
Alcolumbre cede e marca sabatina de André Mendonça, indicado por Bolsonaro ao STF
A sabatina e votação da indicação na CCJ vai acontecer na próxima semana, durante esforço concentrado no Senado para a votação de indicações

Após mais de quatro meses de resistência, o presidente da CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), marcou a sabatina do ex-ministro André Mendonça, indicado pelo presidente Jair Bolsonaro para uma vaga no Supremo Tribunal Federal.
A sabatina e votação da indicação na CCJ vai acontecer na próxima semana, durante
esforço concentrado no Senado para a votação de indicação de autoridades.
Alcolumbre fez uma longa fala sobre o assunto, rebatendo a acusação de que havia
tornado inoperante alguns órgãos justamente por não agendar sabatinas.
Citou como exemplo o Conselho Nacional do Ministério Público, afirmando que as
sabatinas que lhe cabiam haviam sido feitas, mas que o plenário do Senado não
realizou as votações previstas.
O senador pelo Amapá também afirmou que tinha preferência por realizar
primeiramente as sabatinas para cargos com mandatos e não para vagas vitalícias,
como as indicações para tribunais.
Ele citou especificamente as indicações de Mendonça, para o Supremo Tribunal
Federal e também para uma vaga no Tribunal Superior do Trabalho.
“Pessoalmente se tivesse que escolher, eu optaria por colocar todos os cargos
nesse momento, os cargos que dispõem de mandato e não os vitalícios”, afirmou.
O agendamento da análise do nome de Mendonça acontece um dia após reunião na
residência oficial do Senado entre Alcolumbre, o presidente da Casa, Rodrigo
Pacheco (PSD-MG), e o líder do governo, senador Fernando Bezerra (MDB-PE).
Pacheco informou no mesmo dia que havia recebido uma sinalização positiva de que
Alcolumbre pautaria a sabatina de Mendonça durante o esforço concentrado para a
votação das indicações de autoridades, que será realizado na próxima semana.
“[Alcolumbre] sinalizou que vai fazer todas as sabatinas, todas as apreciações
que precisam ser feitas pela CCJ, assim como a senadora Kátia Abreu fez em
relação à Comissão de Relações Exteriores com os embaixadores que estão indicados
e as demais comissões e assim sucessivamente”,
respondeu Pacheco, ao ser
questionado sobre o que teria dito Alcolumbre ao ser cobrado para fazer a
sabatina de Mendonça durante o esforço concentrado.
O senador pelo Amapá vem sendo cobrado duramente por evangélicos, por membros do
STF e por outros senadores para destravar a sabatina do ex-ministro da
Advocacia-Geral da União. A cobrança acabou respingando em Pacheco, que passou a
ser pressionado para levar a análise diretamente para o plenário do Senado.
Durante sessão plenária na semana passada, alguns senadores, como o líder do
Podemos, Álvaro Dias (Podemos-PR), chegou a ameaçar uma grande paralisação dos
trabalhos do Senado, se a sabatina de Mendonça não fosse realizado.
Nos bastidores, comenta-se que o principal motivo pelo qual Alcolumbre vinha
segurando a sabatina de André Mendonça é o fato de ter perdido o controle sobre a
distribuição de emendas. Além disso, também comenta-se que ele gostaria de ver
substituída a indicação de Mendonça pela do atual procurador-geral da República,
Augusto Aras.
Mendonça é o nome “terrivelmente evangélico” que o presidente Jair Bolsonaro
havia prometido indicar para uma vaga no Supremo Tribunal Federal.
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