Para evitar polêmicas,
Lula decide não divulgar versão final de plano de governo
A equipe do comitê de campanha do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) decidiu não divulgar a versão final do programa de governo para evitar polêmicas na reta final do primeiro turno, que poderiam ser usadas contra ele.
O planejamento inicial previa o lançamento do programa ainda em setembro, mas a estratégia mudou, e a justificativa oficial é que os coordenadores ainda estão recebendo sugestões para serem incluídas na proposta.
A decisão
tem sido criticada por economistas do mercado porque Lula não esclareceu, até agora, o que vai colocar no teto dos gastos públicos e como fará para financiar, por exemplo, o Auxílio Brasil de R$ 600 e a correção da tabela do Imposto de Renda da Pessoa Física.
Em defesa do petista,
sua equipe diz que ele fez movimentos recentes reforçando a mensagem de que se pautará pela responsabilidade na área fiscal, como no caso do encontro com Henrique Meirelles, que foi ministro da Fazenda de Michel Temer e presidente do Banco Central no governo do próprio Lula.
Depois da reunião,
a repercussão no mercado foi positiva, com o dólar caindo e a Bolsa subindo. Isso não significa, porém, que Meirelles seria o nome a ser escolhido pelo ex-presidente para ser seu ministro da Fazenda. Assessores de Lula dizem que ele não está tratando com ninguém sobre nomes para comandar sua área econômica e que isso será avaliado apenas caso ele venha a vencer as eleições presidenciais.
– Lula não apresenta plano porque já negociou ministérios, estatais e bancos em troca de apoio. Esse modelo promíscuo resulta num governo que trabalha por interesses estranhos e não pelos da nação. Não dá pra assumir compromissos com o povo se já está comprometido com maracutaia!
— Jair M. Bolsonaro (@jairbolsonaro) September 22, 2022
Para todo efeito,
a equipe de Lula diz que ele vai repetir a política fiscal dos seus dois mandatos, quando ele sempre buscou controlar as contas públicas, mas não vai colocar um ministro na linha liberal, que defenda um Estado mínimo, a favor de privatizações em larga escala. Essa visão, segundo a equipe do ex-presidente, está superada no mundo atual, com países liberais dando importância para o investimento do Estado em áreas como saúde e educação.
Assessores de Lula
lembram ainda que o presidente Jair Bolsonaro, candidato à reeleição, também não detalhou seu programa de governo e não deixou claro o que fará na área econômica em um eventual segundo mandato. Para interlocutores do petista, a mesma cobrança deveria ser feita a Bolsonaro.
E a Imprensa trata isso com uma naturalidade…https://t.co/Z74scvWF9N
— Elisa Brom (@brom_elisa) September 22, 2022
Na área econômica,
Lula já sinalizou que vai escolher um ministro da Fazenda com visão política e que criará um conselho econômico ligado diretamente à Presidência da República, formado por economistas com visões diferentes exatamente para ele avaliar os melhores caminhos a serem adotados na economia.
By: Valdo Cruz
Comentarista de política e economia da GloboNews. Cobre os bastidores das duas áreas há 30 anos
https://twitter.com/MalyaIi/status/1573038825240236034
Lula - Por alianças, Lula suspende programa final de governo- A decisão partiu de uma reavaliação interna da campanha do ex-presidente Amanda Perrobelli[/caption]
