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Vander Lúcio comenta no 7Minutos

Uma chaga que não cicatriza

Apesar da queda de 6% nos homicídios gerais, o Brasil enfrenta uma realidade alarmante: o feminicídio.

Mulheres continuam sendo mortas simplesmente por serem mulheres, em um cenário que expõe a brutalidade da cultura machista.

As vítimas sobreviventes carregam cicatrizes físicas e emocionais permanentes, que marcam meninas, jovens, adultas e idosas.

A dor é universal e atravessa gerações, revelando um fenômeno que persiste e se intensifica em nossa sociedade, mesmo em pleno século XXI.

O país ocupa a terceira posição mundial em feminicídios, atrás apenas de Honduras e República Dominicana.

Dados do Fórum de Segurança Pública mostram que 37,5% das brasileiras sofreram algum tipo de violência nos últimos 12 meses, somando mais de 21 milhões de vítimas. Uma em cada três mulheres já foi agredida.

O estudo revela ainda que quase metade delas não busca ajuda, e apenas 25,7% conseguem ser atendidas por órgãos oficiais.

Muitas acabam isoladas, sem apoio familiar, obrigadas a retornar ao lar violento, frequentemente acompanhadas de filhos pequenos, o que agrava ainda mais sua vulnerabilidade.

A ausência de abrigos e políticas públicas eficazes amplia o drama.

Grande parte das cidades não oferece alternativas de acolhimento ou projetos que permitam às vítimas recomeçar suas vidas.

Esses espaços deveriam ser regra, não exceção, presentes em cada bairro e município.

Sem essa rede de proteção, a violência contra mulheres segue sendo apenas pauta de discursos políticos ou campanhas ocasionais, sem impacto real.

Enquanto isso, milhares continuam sendo violentadas, feridas e mortas, em silêncio, por todo o país.

É urgente fortalecer mecanismos legais e criar dispositivos mais rigorosos para punir agressores de forma exemplar.

A sociedade precisa compreender que não basta denunciar ou expor casos na mídia: é necessário ação concreta, acolhimento efetivo e políticas públicas permanentes.

Além disso, torna-se fundamental investir em educação para desconstruir padrões machistas, ampliar canais de denúncia acessíveis e garantir que cada vítima tenha onde buscar apoio imediato.

Caso contrário, o feminicídio continuará a manchar o Brasil com números vergonhosos e histórias de dor que jamais cicatrizam

Por Vander Lúcio 

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Vander Lúcio Barbosa, diretor geral do jornal e portal CONTEXTO também é colunista do 7Minutos
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  • Vander Lúcio

    Fundador e diretor do Jornal Contexto; foi repórter mirim, aos 15 anos, do Jornal de Brasília; editor, repórter e apresentador da TV Tocantins e editor de vários jornais, revistas e publicações periódicas. Também foi presidente da Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais – APAE e diretor de comunicação da Associação Comercial e Industrial de Anápolis (ACIA), dentre outras atividades.

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