By Estadão, no dia 27/11
Nova polêmica envolve a Aurora, empresa da licitação do Porto Seco
Conforme sustenta a matéria do Estadão, as tratativas para a aquisição da área teriam começado no ano passado.

Uma reportagem publicada pelo Estadão, no dia 27/11 último, assinada pelo jornalista Patrick Camporez, revela mais uma situação polêmica envolvendo a Aurora da Amazônia, empresa que participa da licitação do Porto Seco, localizando dentro do Distrito Agro Industrial de Anápolis (DAIA).
Segundo a reportagem, para atuar na intermediação num processo para a aquisição de um terreno em Anápolis de propriedade do DNIT, uma empresa de logística teria pago cerca de R$ 200 mil aos irmãos de um servidor graduado do Ministério da Infraestrutura, ao qual a autarquia está vinculada. Conforme sustenta a matéria do Estadão, as tratativas para a aquisição da área teriam começado no ano passado.
Trata-se de uma área de 301 mil metros quadrados, que está no radar da Aurora da Amazônia Terminais e Serviços, que participa da licitação do Porto Seco de Anápolis. A referida área, localizada às margens da Ferrovia Norte-Sul, está avaliada em aproximadamente R$ 90 milhões
“Para negociar com o Dnit um contrato de compra ou de concessão do imóvel por 30 anos, a Aurora contratou a Rayzel Consultoria, que pertence a Célio Cezar Ramos e tem como representante Mauro Ramos. Os dois são irmãos de Cacio Antonio Ramos, assessor do Ministério da Infraestrutura que, em 2017, assinou documento autorizando a transferência do terreno da SPU (Secretaria do Patrimônio da União) para o âmbito do Dnit. Graças a isso, a área ficou disponível para que o Dnit pudesse usá-lo em projetos ferroviários”, destaca a reportagem.
Ao Estadão, Mauro Ramos confirmou o recebimento dos R$ 200 mil para a intermediação, entretanto, apontou que não há qualquer irregularidade no contrato. Ele também negou que o serviço prestado seja de lobby.
O Estadão registra que além do pagamento de R$ 200 mil pela intermediação, o contrato prevê um bônus de 5% caso o negócio seja fechado e que, para fazer o pagamento aos irmãos César e Mauro Ramos, o Grupo Aurora teria escolheu uma outra empresa, a Roberta Serviços e Investimentos Ltda, que consta como contratante no contrato com a Rayzel Consultoria. Conforme dados da Receita Federal, a Roberta Serviços tem como sócia a MPD Alcor Empreendimento e Participações, comandada por cinco integrantes da família Di Gregório, que são os mesmos donos do Grupo Aurora.
O terreno que está no centro dessa questão, virou alvo da Aurora, pelo fato de o grupo perder outra área que, inicialmente, ofereceu à Receita Federal.
Por meio de nota, conforme a reportagem do Estadão, o Grupo Aurora disse, sem mencionar a sua subsidiária, que não possui nenhum contrato assinado com a Rayzel Consultoria e que “desafia quem quer que seja a apresentá-lo”. “A empresa ressalta que vem sendo vítima de seguidos ataques infundados, em especial de empresa concorrente em um processo de licitação para a exploração do porto seco.”
Questionado acerca da situação envolvendo a área, o DNIT informou na reportagem que a mesma será devolvida à Secretaria do Patrimônio da União (SPU), apontando que, após análise técnica, não foi identificada uma destinação dessa área por parte da autarquia, daí, a devolução. Mas, não ficou claro, ainda conforme a reportagem, se no âmbito da SPU poderá ter continuidade um eventual processo de cessão.
