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Pessoas são resgatadas em condição análoga à de escravo em obras da MRV, empresa do dono da CNN Brasil

Empresa do dono da CNN Brasil. O empresário detém 100% da CNN Brasil, emissora que nos Estados Unidos tem um projeto com o lema “Escravidão não é algo do passado”, o chamado “Freedom Project”, que faz oposição à “escravidão moderna”.

Dezesseis trabalhadores foram resgatados em condições análogas à de escravos em dois empreendimentos da MRV Engenharia, empresa fundada por Rubens Menin.

As irregularidades foram verificadas em São Leopoldo e Porto Alegre, no Rio Grande do Sul.

O empresário detém 100% da CNN Brasil, emissora que nos Estados Unidos tem um projeto com o lema “Escravidão não é algo do passado”, o chamado “Freedom Project”, que faz oposição à “escravidão moderna”.

“O resgate dos trabalhadores no Rio Grande do Sul faz parte de uma operação que começou no dia 13 de maio — aniversário da Lei Áurea — realizada por Ministério da Economia, Ministério Público do Trabalho, Polícia Federal e pela Defensoria Pública da União.”

A fiscalização dá conta de que os trabalhadores eram aliciados em cidades do interior do Maranhão usando uma intermediadora de mão de obra e tinham que pagar até R$ 500 reais pela vaga de emprego, o que é proibido por lei.

Ao chegarem no local, as vítimas se deparavam com uma realidade diferente do que havia sido oferecido. Como a empresa não garantia recursos para voltarem às suas cidades de origem, as vítimas continuavam trabalhando.

Além do trabalho forçado, a operação identificou tráfico de seres humanos para exploração laboral. De acordo com o portal UOL, a MRV foi notificada e demandada a pagar os direitos trabalhistas do período desde o deslocamento das vítimas de suas cidades no Maranhão. Uma audiência de conciliação estava prevista para ontem (24).

Em nota , a MRV afirmou que

“não compactua com nenhuma irregularidade na contratação de colaboradores”, que “suspendeu imediatamente o contrato com a empresa de recrutamento citada no caso” e que “apresentou todos os esclarecimentos e documentos que comprovam que os trabalhadores foram contratados de forma regular”.

Não é a primeira vez

“A MRV já teve seu nome envolvido em outros casos de trabalho escravo. Entre 2011 e 2014 a empresa de Rubens Menin foi autuada cinco vezes, com o resgate de 203 trabalhadores, conforme evidenciou a Agência Pública ao noticiar a trajetória de negócios do dono da CNN Brasil.”

 

Uma das ações do Ministério Público do Trabalho contra a MRV resgatou mais de 60 trabalhadores em condições análogas à de escravo em uma obra da MRV em Americana.

A situação foi encontrada em meados de 2011, em um condomínio que recebia verbas federais do programa Minha Casa Minha Vida.

Os trabalhadores eram migrantes de Alagoas, Bahia e Maranhão e a MRV foi condenada a pagar multa de R$ 4 milhões de reais.

A empresa já teve casos de trabalho escravo registrados nos estados de São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro e no Paraná.

“Em agosto de 2019, o jornal da Record informou que Rubens Menin liderou no Supremo Tribunal Federal uma ação para impedir que a lista de empresas que exploram trabalhadores em situação análoga à escravidão fosse divulgada. Ele também conseguiu na Justiça retirar sua construtora da relação.”

A lista ficou sem ser publicada por três anos por causa da ação.

Entretanto, em 2017 o Ministério Público do Trabalho conseguiu uma decisão judicial para que a relação voltasse a ser publicada.

“Embaixador” do Minha Casa Minha Vida

Rubens Menin, mineiro de 65 anos, é engenheiro civil e fundou a MRV no ano de 1979, junto com sócios-familiares. Ele decidiu se voltar para um ramo que era desprezado pelas demais construtoras na época: as moradias voltadas para o público de menor renda.

De acordo com o site InfoMoney, o próprio Rubens já admitiu que esse era o segmento considerado o “patinho feio” no setor.

A fase de maior crescimento da companhia veio em 2009, no governo Lula, quando foi criado o Minha Casa, Minha Vida.

Muitas incorporadoras criaram empresas direcionadas para esse segmento, mas muitas naufragaram.

A MRV, por outro lado, tornou-se a maior do segmento na Bolsa brasileira. Menin é tido no meio empresarial como o “embaixador” do programa Minha Casa Minha Vida.

A MRV figurava como a maior beneficiária do Minha Casa Minha Vida, com maior volume de operações no programa e contratos assinados no valor de R$ 5,8 bilhões, como informa a própria empresa. Veja aqui.

“Neste ranking das 20 construtoras do país com maior soma de contratos assinados com a Caixa Econômica Federal, referentes às duas fases do “Minha Casa, Minha Vida”, a MRV Engenharia é a construtora com mais contratos gerados. Sozinha, a Companhia é responsável por mais contratos do que a soma dos contratos gerados pelas 10 construtoras que figuram entre o segundo e o décimo lugar”, diz a MRV.

Quando foi a Brasília no início deste mês, o ex-presidente Lula recebeu Rubens Menin para uma conversa num hotel em Brasília. O encontro estava fora da agenda do ex-presidiário.

O assunto está no Boletim da Manhã desta terça-feira

https://youtu.be/99xgMH-gN30

Link original da matéria:
https://tercalivre.com.br/pessoas-sao-resgatadas-em-condicao-analoga-a-de-escravo-em-obras-da-mrv-empresa-do-dono-da-cnn-brasil/

 

[caption id="attachment_98682" align="alignnone" width="1024"] Em agosto de 2019, o jornal da Record informou que Rubens Menin liderou no Supremo Tribunal Federal uma ação para impedir que a lista de empresas que exploram trabalhadores em situação análoga à escravidão fosse divulgada.[/caption]
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  • Gildo Ribeiro

    Gildo Ribeiro é editor do Grupo 7 de Comunicação, liderado pelo Portal 7 Minutos, uma plataforma de notícias online.

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