A promessa é antiga.
Desde os anos 90 se ouve falar em “desmatamento zero”.
O modismo
da frase parece ter sido inspirado no “tolerância zero”, slogan utilizado a partir de 1994 pelo então prefeito de Nova Iorque, Rudolph Giulianni, em sua política de combate ao crime.
Os anos se passaram e,
no início do novo milênio, lá estava a frase estampada em letras garrafais nas capas dos principais jornais do País:
“Desmatamento zero”.
Utilizada por administradores,
políticos e meios de comunicação, a chamativa frase foi incorporada às promessas das campanhas eleitorais e ao inconsciente das pessoas, mas o desmatamento, não só na Amazônia mas em todos os biomas brasileiros, continuava e continua aumentando.
O Cerrado,
segundo maior bioma do Brasil, hoje com quase 80 por cento de desflorestamento, caminha para o que foi feito com a Mata Atlântica, da qual restam pouco mais de 10 por cento de sua cobertura vegetal.
Acredita-se
que também no início da destruição da Mata Atlântica prometia-se aos quatro ventos zerar o desmatamento nos anos seguintes.
Dos Pampas e do Pantanal,
vitimados pela ocupação dos plantios de trigo, eucalipto e soja – e também pela pecuária – pouco resta.
Na Caatinga,
o descuido com a preservação se repete.
A Amazônia,
o maior dos nossos cinco biomas, tornou-se preocupação mundial e os grandes países voltam seus olhos para ela cientes das riquezas ali existentes.
E, em uníssono
e ao som das motosserras, as vozes novamente pregam e prometem “Desmatamento zero”.
By: Odilon Alves Rosa
Odilon é jornalista e editor da Revista Planeta Água e colaborador do Portal 7Minutos
A revista Planeta Água é uma publicação mensal da Versátil Consultoria em Direito e Comunicação Social.
Site: www.revistaplanetaagua.com.br