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Brasil atinge a sua pior pontuação da história em índice de percepção da corrupção

O Brasil caiu 3 posições do ranking depois de perder 2 pontos em comparação ao resultado de 2023 e passou a ocupar a 107ª posição.

O Brasil atingiu a sua pior pontuação no Índice de Percepção da Corrupção (IPC), mantido pela Transparência Internacional.

O índice, divulgado nesta terça-feira (11), se refere ao ano de 2024 e mede a impressão de especialistas e empresários sobre o nível de corrupção no setor público de cada país.

Para aferir o IPC de cada um dos 180 países avaliados, são atribuídas notas em uma escala de 0 a 100.

Quanto maior a nota, melhor é a percepção sobre a integridade do país.

A nota do Brasil foi 34, empatando com Nepal, Argélia, Malauí, Níger, Tailândia e Turquia.

O Brasil caiu 3 posições do ranking depois de perder 2 pontos em comparação ao resultado de 2023 e passou a ocupar a 107ª posição.

Este foi o pior resultado já registrado para o Brasil desde 2012, quando teve início a séria histórica.

O melhor resultado já registrado pelo país ocorreu nos anos de 2012 e 2014, quando obteve 43 pontos, ficando na 69ª colocação nos dois anos.

O índice de 2024 é liderado pela Dinamarca (90 pontos), Finlândia (88), Singapura (84), Nova Zelândia (83) e Luxemburgo, Noruega e Suíça empatados com 81 pontos.

Na outra ponta do ranking estão Sudão do Sul (com 8 pontos), Somália (9), Venezuela (10), Síria (12) e Guiné Equatorial, Eritréia, Líbia e Iêmen empatados com 13 pontos.

 

O relatório

De acordo com o relatório, “em 2024, o Brasil falhou em reverter a trajetória dos últimos anos de desmonte da luta contra a corrupção.

Ao contrário, o mundo viu um país onde o presidente não pronuncia a palavra ‘corrupção’,

o Judiciário escancara a impunidade para corruptos poderosos e o Congresso institucionaliza a corrupção em larga escala.

 

 

O silêncio do presidente Lula sobre o tema da corrupção condiz com o deserto de projetos de lei e políticas anticorrupção que marcaram quase toda a primeira metade de seu mandato.

Quase toda porque, em dezembro de 2024, finalmente o governo apresentou um Plano de Integridade e Combate à Corrupção.

O documento, elaborado pela Controladoria-Geral da União (CGU), é abrangente, tecnicamente bem fundamentado e foi desenvolvido com consulta pública.

Entretanto, para que este plano saia do papel, ele precisará de apoio político de peso, capaz de enfrentar o ambiente refratário ao assunto , continua o documento.

Pontos negativos
O relatório cita os casos de denúncias de corrupção envolvendo a Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf), a “blindagem” do ministro das Comunicações, Juscelino Filho, “meses após ele ser indiciado pela Polícia Federal por corrupção passiva, fraude em licitação e organização criminosa” e a reaproximação entre o governo federal e os irmãos Joesley e Wesley Batista.

Mais grave que os afagos públicos [de Lula aos irmãos Batista] foi o acesso concedido ao Palácio do Planalto para reuniões fora da agenda,

seguidas de medida provisória que garantiu benefícios bilionários aos negócios dos Batista na área de energia e resultaram na elevação da conta de luz das empresas e famílias brasileiras, diz o relatório.

O documento também lembra das decisões do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Dias Toffoli, que anularam as sanções previstas para empresas envolvidas na Lava Jato.

Cumprido o primeiro objetivo dos corruptos de se livrarem todos da prisão, avança o segundo objetivo de se livrarem das multas

e até mesmo recuperarem o dinheiro que roubaram e foi confiscado — o que parecia apenas uma piada de mau gosto, começou mesmo a acontecer no Brasil de 2024,

diz um trecho do documento.

 

Por Diógenes Freire Feitosa

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  • Gildo Ribeiro

    Gildo Ribeiro é editor do Grupo 7 de Comunicação, liderado pelo Portal 7 Minutos, uma plataforma de notícias online.

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