Onde vamos parar?
Chip implantado sob a pele com o “passaporte sanitário”.
O uso de microchips já é uma realidade que deve servir de grave alerta

Parece coisa de filme de ficção, teoria da conspiração ou especulação apocalíptica sobre o fim do mundo, certo? Mas a verdade é que não é! O uso de
microchips que podem ser implantados sob a pele com alguns dos nossos dados, ou com todos eles, incluindo o passaporte sanitário, já é uma realidade que deve servir de grave alerta a todos os que entendem as implicações que algo dessa natureza pode acarretar.
Eu lembro que a informação a esse respeito já foi noticiada aqui mesmo, no Pleno
News, no último dia 8, quando foi destacada uma matéria do jornal Aftonbladet,
de Estocolmo, capital da Suécia, sobre o fato de os suecos já estarem se
submetendo aos implantes de chips com dados da vacinação contra o coronavírus.
E, segundo uma outra matéria, publicada pela rede americana CBN News, cerca de 6
mil suecos já utilizam em sua pele o microchip fabricado pela empresa Epicenter.
Esta semana, um vídeo com a “novidade” viralizou nas redes sociais e também
chegou a ser repercutido por mídias especializadas em tecnologia no Brasil, como
a Olhar Digital.
Devemos nos preocupar?
Diante dessa realidade, as perguntas que devemos nos fazer são: até que ponto o
uso de um chip implantado sob a pele é um perigo para a sociedade? O que isso
significa para nós, cristãos?
Minha intenção aqui não é entrar no mérito teológico.
Sei que, para nós, cristãos, o fato de a Bíblia falar de uma “marca”, mais conhecida como a
“marca da besta”, a qual será exigida das pessoas para elas fazerem coisas simples como
poder comprar comida em um mercado (leia Apocalipse 13:16,17), inevitavelmente é
comum associar essa profecia a tais notícias.
No entanto, deixarei a discussão teológica para os especialistas em escatologia,
pois o meu foco aqui é ético, político e cultural. Neste sentido, sim, a
preocupação não envolve apenas os cristãos, mas qualquer pessoa que preze pela
manutenção das suas liberdades.
Maior controle, maiores riscos
O avanço da tecnologia é inevitável. Contudo, ela também nos traz riscos, pois
nem tudo o que diz respeito à evolução tecnológica representa um bem para o ser
humano, em sentido estrito.
Vivemos na era da informatização,
na qual a facilidade de comunicação se tornou
extrema, devido à modernização dos aparelhos eletrônicos. Por outro lado, nós
nos tornamos “escravos” desses aparelhos ao ponto de desenvolvermos prejuízos em
relação às nossas relações interpessoais. Não por acaso também enfrentamos uma
pandemia de doenças da “alma”, como a depressão.
O uso de um chip com dados de saúde,
identidade e outras informações pessoais
pode ser, para muitos, um avanço quanto a várias facilidades, mas, ao mesmo
tempo, representa um maior controle do Estado sobre a nossa vida. Isso porque,
quanto mais dependentes nos tornamos da tecnologia, mais dependentes nos
tornamos de quem a cria e a mantém.
Um documento físico,
por outro lado, uma vez emitido, está em seu poder. É como
o dinheiro físico. Uma vez que esteja legalmente em suas mãos, ninguém poderá
dizer que não é seu ou restringir o seu direito de como e quando utilizá-lo,
pois você não depende de nenhum outro recurso para isso.
Desse modo,
você pode ir a qualquer lugar e usar esse dinheiro como bem
entender, assim como apresentar os seus dados pessoais em uma folha de papel,
sem que tenha a necessidade de passar por um scanner de dados com uma tecnologia
que escapa ao seu controle.
E, por mais que muitos argumentem
que cédulas físicas não deixariam de existir e
que poderiam existir várias camadas independentes de segurança na leitura dos
dados dos microchips, a realidade é que nada disso nos dá maior independência em
relação a possíveis mecanismos de controle e censura. A lógica nos diz o
contrário!
A digitalização das nossas informações
de forma tão fácil, a fim de que possam
ser lidas por um simples scanner de padaria ou celular, também facilita a vida
de governos autoritários que podem, por meio disso, usar essa tecnologia para
restringir o acesso a determinados locais, eventos, serviços e atividades.
Se atualmente já estamos vendo isso
acontecer com o passaporte sanitário, por
meio do celular e de um simples cartão vacinal, nada impede que muito em breve,
em nome da “saúde” e da “segurança coletiva”, os ditadores modernos, travestidos
de “democratas”, passem a exigir a leitura das nossas informações apenas de
forma virtual, a fim de que, pelo cruzamento de dados, eles possam também
escannear cada detalhe da nossa vida.
Portanto, como podemos notar,
o problema da utilização de chips implantáveis com
dados pessoais vai além das profecias bíblicas. Ou seria tudo uma coisa só? O
fato é que o bom senso nos diz que essa tecnologia vai na contramão das nossas
liberdades individuais, ao mesmo tempo em que cai nas graças da exploração
comercial e dos agentes políticos autoritários.
By: Marisa Lobo
Marisa Lobo possui graduação em Psicologia, é pós-graduada em Filosofia de
Direitos Humanos e em Saúde Mental e tem habilitação para Magistério Superior.
Link original da matéria:
https://pleno.news/opiniao/marisa-lobo/chip-implantado-sob-a-pele-com-o-passaporte-sanitario-onde-vamos-parar.html?
utm_source=pushnotification&utm_medium=notificacao
