Comissões da Câmara:
Deputada Caroline de Toni, alinhada a Bolsonaro assume CCJ e PT presidirá comissão líder de emendas
Costura atende a acordos firmados por Lira na sua reeleição ao comando da Casa.

Comissões discutem projetos que tramitam na Casa e receberão R$ 11 bilhões em emendas em 2024.
A Câmara dos Deputados instalou 19 das 30 comissões permanentes da Casa nesta quarta-feira (6). Também foram eleitos os novos presidentes dos colegiados (veja lista abaixo).
A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), a mais importante, será comandada pela deputada Caroline de Toni (PL-SC), alinhada ao ex-presidente Jair Bolsonaro. Ela foi eleita com 49 votos.
Será uma gestão com transparência e equilíbrio ouvindo a todas as bancadas e respeitando o princípio da proporcionalidade,
o que deve se repetir na pauta. Os parâmetros da nossa atuação serão estabelecidos na Constituição Federal e no regimento interno da Câmara dos Deputados.
Nesse ponto, não vou querer metas de produtividade na CCJ, mas conforme os pleitos da sociedade, disse Caroline.
Já o PT vai comandar a comissão da Saúde, que terá R$ 4,5 bilhões em emendas parlamentares neste ano. O presidente do colegiado será o deputado Dr. Francisco (PT-PI).
A instalação ocorreu após uma série de reuniões entre o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e líderes partidários, na tentativa de resolver impasses sobre as presidências dos colegiados.
A costura atende aos acordos firmados por Lira na sua reeleição ao comando da Casa, em 2023, e acena para a construção de apoios para a sucessão em 2025.
Durante a tarde desta quarta, minutos antes da primeira rodada de instalação, as reuniões foram paralisadas por divergências sobre as últimas escolhas para os comandos de colegiados.
A base governista reagiu à escolha, pelo PL, do deputado Nikolas Ferreira (PL-MG) para o comando da Comissão de Educação (leia mais abaixo).
As 19 comissões instaladas nesta quarta foram:
- Comissão de Constituição e Justiça: Caroline de Toni (PL-SC)
- Comissão de Saúde: Dr. Francisco (PT-PI)
- Comissão de Educação: Nikolas Ferreira (PL-MG)
- Comissão de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado: Alberto Fraga (PL-DF)
- Comissão de Esporte: Antônio Carlos Rodrigues (PL-SP)
- Comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e
- Desenvolvimento Rural: Vicentinho Junior (PP-TO)
- Comissão de Viação e Transportes: Gilberto Abramo (Republicanos-MG)
- Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional: Lucas Redecker (PSDB-RS)
- Comissão de Direitos Humanos, Minoria e Igualdade Racial: Daiana Santos (PCdoB-RS)
- Comissão de Defesa dos Direitos das Pessoas com Deficiência: Weliton Prado (SD-MG)
- Comissão de Cultura: Aliel Machado (PV-PR)
- Comissão de Legislação Participativa: Glauber Braga (PSOL-RJ)
- Comissão de Defesa do Consumidor: Fábio Schiochet (União Brasil-SC)
- Comissão de Desenvolvimento Econômico: Danilo Forte (União Brasil-CE)
- Comissão de Finanças e Tributação: Mário Negromonte JR. (PP-BA)
- Comissão de Indústria, Comércio e Serviços: Josenildo (PDT-AP)
- Comissão de Trabalho: Lucas Ramos (PSB-PE)
- Comissão de Previdência, Assistência Social, Infância, Adolescência e Família: Pastor Eurico (PL-PE)
- Comissão de Defesa dos Direitos da Pessoas Idosa: Pedro Aihara (PRD-MG)
As demais devem ser instaladas nos próximos dias.
Faltam 11.
PT e PL com mais chefias de comissões
O PT e o PL foram os partidos mais contemplados na divisão de comandos dos colegiados permanentes da Câmara.
Ao todo, o PT comandará seis comissões, em conjunto com as siglas da sua federação — PCdoB e PV.
Já o PL, cinco.
Partido do ex-presidente Jair Bolsonaro, o PL comandará o mais importante colegiado da Casa: a CCJ. Também ficará sob a batuta da sigla as comissões de:
- Educação, que será presidida por Nikolas Ferreira
- Esporte, que ficará com Antonio Carlos Rodrigues (PL-SP)
- Segurança Pública, que ficará com o líder da bancada da bala, Alberto Fraga (PL-DF)
- e Previdência e Família, que ficará com Pastor Eurico (PL-PE), relator do projeto que impede o casamento homoafetivo
Juntas, as comissões somam R$ 832,2 em emendas de comissão.
O valor poderá subir, caso o governo recomponha ou o Congresso derrube o veto do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) a R$ 5,6 bilhões destinados a esse tipo de emenda no Orçamento de 2024.
Para os comandos das suas comissões, a sigla escolheu nomes que levaram a atritos com membros da base do governo.
A indicação de Carol de Toni para presidir o principal colegiado da Casa recebeu críticas por um suposto perfil “radical” da parlamentar.
O PL, no entanto, não abriu mão da indicação.
Nesta quarta, lideranças governistas reagiram ao anúncio de que o partido indicaria Nikolas Ferreira para o comando da Comissão de Educação.
Nikolas, segundo membros do PL, recebeu o convite para assumir o colegiado na madrugada de terça para quarta, em um telefonema do deputado Sóstenes Cavalcante (PL-RJ).
Um embate entre líderes a respeito da indicação do parlamentar foi mediado pelo presidente da Casa, Arthur Lira, em nova reunião com os líderes partidários nesta tarde.
Por acordo, o PL cederá a primeira-vice-presidência para um membro do PT, que ainda não foi escolhido.
Mesmo após o acordo, a candidatura de Nikolas foi alvo de contestações durante a eleição na Comissão de Educação. Membros do PT, PDT e PSB anunciaram que votariam contra o nome do parlamentar.
Ele acabou eleito por 22 votos favoráveis, ante 15 votos em branco. Nikolas Ferreira não participou presencialmente da reunião de instalação.
Ele está em licença-paternidade.
Principal partido da base de Lula, o PT ficará com o comando do colegiado de Saúde, que tem o maior valor em emendas de comissão: R$ 4,5 bilhões.
O deputado Dr. Francisco (PT-PI) presidirá os trabalhos durante este ano.
A legenda também presidirá as comissões de:
- Fiscalização e Controle
- Direitos Humanos, que terá a deputada Daiana Santos (PCdoB-RS) no comando.
- Cultura
- Direitos das Mulheres
- e dos Povos Originários
No total, os colegiados do PT terão reservados R$ 4,7 bilhões em emendas de comissão.
Comissões permanentes
A Câmara tem 30 comissões temáticas permanentes, que são responsáveis por analisar projetos antes do plenário — cinco delas foram criadas no começo de 2023.
Ao contrário do Senado, cujas presidências das comissões duram dois anos, na Câmara esse rodízio é feito anualmente.
Segundo o regimento da Câmara, os partidos com as maiores bancadas eleitas têm a prerrogativa das primeiras pedidas para presidir as comissões.
Por Luiz Felipe Barbiéri, Kevin Lima, Elisa Clavery, g1 — Brasília