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O Brasil Não Aguenta Mais Dois Anos de Lula
Silêncio e complacência das entidades e atuação reativa de Executivo e Legislativo terão consequências gravíssimas para a economia
A economia brasileira enfrenta uma deterioração acelerada e preocupante, marcada por indicadores alarmantes que afetam diretamente a vida de milhões de cidadãos.
Nesta terça-feira (17) o dólar atingiu a marca de R$ 6,207 no momento de maior alta do dia.
É um recorde desde o início do Plano Real.
Isso representa um derretimento de 28,2% apenas em 2024.
O derretimento do real é reflexo direto da perda de confiança dos investidores, da falta de clareza na condução econômica e do ambiente fiscal cada vez mais instável.
No entanto, o dólar não é o único indicador de piora das expectativas. A taxa Selic já está em 12,25% ao ano. Em sua reunião mais recente, nos dias 10 e 11 de dezembro, o Comitê de Política Monetária (Copom) elevou os juros em 1,00 ponto percentual.
O Comitê confirmou mais duas altas do mesmo tamanho para as duas primeiras reuniões agendadas para 2025. Isso vai encarecer ainda mais o crédito e impactar severamente o consumo e o investimento no país.
Isso ocorre porque a inflação continua acima da meta.
A edição mais recente do Relatório Focus, divulgada pelo BC na segunda-feira (16), mostra uma expectativa de 4,89% para o IPCA de 2024 e de 4,60% para 2025.
As duas projeções são de uma inflação acima do teto da meta de 4,50%. Isso corrói o poder de compra das famílias, principalmente das mais pobres.
No mercado de trabalho, a queda da taxa de desemprego para 6,2% em outubro, a menor taxa da série histórica segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), não traz alívio real.
O país ainda enfrenta um cenário de informalidade elevada e empregos precários, que mantêm a renda dos brasileiros abaixo do necessário para acompanhar o custo de vida crescente.
Silêncio e Complacência: Os Cúmplices Invisíveis
Os números divulgados pelo próprio Banco Central confirmam a deterioração das expectativas.
Na primeira edição de 2024, o Relatório Focus indicava projeções de inflação de 3,90% para este ano. Com sorte, o número será um ponto percentual acima disso. Pode ser mais.
No início deste ano, os economistas dos bancos previam uma taxa Selic de 9,00% em dezembro, ante os 12,25%.
E a piora das projeções para 2025 é ainda mais expressiva.
Em janeiro de 2025, o juro previsto para o fim do ano que vem era de 8,5%.
Agora, essa estimativa é de 14%.
E quem conversa com os profissionais do sistema financeiro sabe que essa expectativa pode subir ainda mais.
Diante desse cenário de rápida deterioração, chama a atenção o silêncio ensurdecedor de entidades que deveriam estar liderando um movimento de pressão para cobrar soluções urgentes.
Onde estão as associações empresariais, os sindicatos, e a sociedade organizada?
Por que o Congresso e o Executivo continuam agindo de forma reativa, ao invés de adotar medidas estruturais e corajosas?
Tendo o silêncio como cúmplice, a complacência das entidades diante dessa crise profunda apenas fortalece a sensação de paralisia nacional.
A falta de mobilização é tão assustadora quanto os números econômicos que nos rodeiam.
O país não pode mais esperar enquanto discursos vazios e soluções paliativas dominam o debate público.
O Brasil Não Suporta Mais Dois Anos
Não é mais tempo de discursos, promessas ou manobras políticas.
É hora de agir com responsabilidade e pragmatismo.
O governo Lula precisa assumir o controle da situação com um plano econômico robusto, transparente e eficaz.
.A sociedade, por sua vez, precisa abandonar a inércia e cobrar, com vigor, ações que revertam esse quadro catastrófico.
Dois anos dessa inércia podem ser fatais.
O Brasil, sua economia e o futuro das próximas gerações dependem de uma reação imediata.
A pergunta que fica é:
quando a sociedade romperá o silêncio e exigirá mudanças reais?
O relógio está correndo, e o preço da omissão será pago por todos nós.
Por Antonio Camarotti