Os princípios da povoação de Anápolis, nos idos do século XVIII, tiveram como responsável a movimentação de tropeiros que demandavam de diferentes províncias em direção às lavras de ouro de Meia Ponte (Pirenópolis), Corumbá de Goiás, Santa Cruz, Bonfim (Silvânia) e Vila Boa (Cidade de Goiás).
Os principais
cursos de água que cortam a região de Anápolis – João Cezário, Góis e Antas – tinham dupla importância no translado desses garimpeiros: eram sítios de descanso e
serviam como referência e orientação na viagem.
Abandonando os sonhos
de aventura e de riqueza em face da exaustão do precioso metal nas lavras antes promissoras, muitos daqueles viajores optaram pelas margens do
Antas para estabelecer moradia, constituir família, explorar a terra.
No século XIX,
o naturalista francês Auguste de Saint-Hilaire fez anotações em seu diário de viagem em que descrevia uma fazenda ‘que era um engenho de açúcar do qual dependia um rancho muito limpo, no qual nos alojamos’.
Era o ano de 1819
e o lugar descrito pelo estudioso francês, a Fazenda das Antas,
cuja sede era onde existe a Matriz de Sant’Anna, no centro da agora moderna, pujante e populosa cidade de Anápolis. (Fonte: IBGE).
Como se vê,
desde sua origem, os anapolinos convivem de uma forma muito próxima com a água que continua abundante em seus córregos, riachos e ribeiros com uma única diferença: a preservação e os cuidados tomados pelos fundadores em um passado não muito distante, deram lugar ao descuido e ao desleixo para com a maior riqueza do município.
Transformadas
em abrigo de dejetos de toda ordem, nossas águas estão poluídas, mal cheirosas e perigosas. As poucas ações em favor da recuperação e preservação dessa riqueza são vistas como utopia
e divagação, mas ainda há tempo.
Já começamos
e estamos avançando com os parques ambientais, programas de preservação e reflorestamento e, o mais atual deles, o projeto de revitalização do Córrego João Cesário.
By Odilon Alves
Portal Planeta Àgua