concedeu habeas corpus a todos
Michel Temer é solto da sede da PF no Rio após decisão de desembargador
Ele se submeteu a exame de corpo de delito na própria Superintendência da PF. Possivelmente voltaria para São Paulo, onde mora e foi preso.
Quatro dias após ser preso, o ex-presidente da República Michel Temer (MDB) foi libertado e deixou a sede da
Superintendência da Polícia Federal (PF) no Rio de Janeiro às 18h43 desta segunda-feira (25), em um carro particular, com
escolta da Polícia Federal.
Ainda não foi confirmado para onde o ex-presidente seguiria, mas o trajeto indicava ser o aeroporto Santos Dumont. Ele se submeteu a exame de corpo de delito na própria Superintendência da PF.
O ex-ministro Wellington Moreira Franco e as outras seis pessoas que foram presas na última quinta-feira (21), por ordem do
juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro, e continuavam detidas também foram libertadas por
decisão do desembargador Ivan Athié, do Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF-2).
Perante o TRF-2 foram impetrados na semana passada dois habeas corpus em favor de Temer e outros em favor de Moreira Franco e de outros detidos.
Na sexta-feira (22) Athié não havia decidido – apenas encaminhou o caso para julgamento pela 1 Turma Especilizada do TRF-2,
do qual faz parte com outros dois desembargadores.
O julgamento pelo colegiado ocorreria na próxima quarta-feira (27), mas, segundo a assessoria de imprensa do TRF-2, Athié avaliou o caso durante o final de semana e decidiu conceder o habeas corpus a todos os presos – aos sete que haviam impetrado recurso e também ao único que não impetrou. Todos serão libertados nas próximas horas.
Além de Temer e Moreira, o desembargador também mandou soltar João Baptista Lima Filho, o Coronel Lima, homem forte do ex-
presidente, sua mulher, Maria Rita Fratezi, seu sócio Carlos Alberto Costa, Carlos Alberto Costa Filho, e o empresário
Vanderlei de Natale, dono da Construbase.
Na sexta-feira, 22, o magistrado havia enviado o pedido de habeas do emedebista
para a 1ª Turma do TRF-2, para que fosse julgado na quarta, 27. Após a decisão, o julgamento saiu da pauta.
O inquérito que levou Temer, Lima e o ex-ministro Moreira Franco à cadeia da Lava Jato está relacionado às investigações que
miram desvios em obras da Usina Angra III, da estatal Eletronuclear.
De acordo com os investigadores, o Coronel Lima teria intermediado o pagamento de R$ 1 milhão em propinas da Engevix no final de 2014. A força-tarefa sustenta que o ex-presidente chefia um grupo criminoso há 40 anos, que chegou a arrecadar propinas de desvios de R$ 1,8 bilhão.
Estadão Conteúdo