Notícias : Goiás
da função pela Justiça de Goiás
Delegado suspeito de se apropriar de carro aprendido em operação policial é afastado
Veículo foi apreendido em julho de 2017. Servidor preferiu não se manifestar sobre a decisão.
A juíza Placidina Pires decidiu afastar cautelarmente das funções operacionais o delegado da Polícia Civil Alex Nicolau Vasconcelos suspeito de se apropriar de um carro Fiat 500 apreendido durante uma operação chefiada por ele, em julho de 2017. Ele deve ser colocado em função administrativa enquanto durar o processo judicial.
Em contato por mensagem de celular, Alex Nicolau Vasconcelos disse ao G1 que prefere não se manifestar, neste momento, sobre a decisão. A Polícia Civil foi procurada e afirmou que encaminhará uma nota.
A conduta do delegado foi investigada pela Gerência de Correições e Disciplina da Polícia Civil, em 2019. Posteriormente, o Ministério Público de Goiás ofereceu a denúncia à Justiça com base nesse inquérito pelo ato de ocultar a origem e a movimentação do veículo em proveito próprio.
Segundo a decisão, o delegado foi afastado com base nos crimes previstos no artigo 297 do Código Penal, que versa sobre a falsificação de documento público, com pena de dois a seis anos de prisão, e por peculato, que acontece quando um funcionário público se apropria de bens públicos ou particulares, de quem tem a posse em razão do cargo, em proveito próprio ou alheio.
A magistrada determinou ainda a alienação do veículo, que deverá ter os valores resultados da venda depositados em conta do Judiciário.
Investigação
Segundo a acusação do MP, Alex Nicolau não lavrou nenhum termo de apreensão de bens após o recolhimento do carro, em 5 de julho de 2017, nem instaurou qualquer procedimento a respeito do veículo.
O delegado teria, então, utilizado o veículo em benefício próprio. Meses depois, segundo a acusação, Alex deu o carro de presente para sua namorada.
O carro foi apreendido durante uma operação policial que buscava cumprir mandado de prisão contra um suspeito de roubo a carros fortes e bancos em Goiás. A operação que resultou na morte do suspeito, acusado de triplo homicídio, foi liderada pelo Grupo Antirroubo a Banco da Polícia Civil, cujo chefe era Alex Nicolau.
Ainda de acordo com o MP, policiais da unidade de Alex sabiam da situação e alertaram a Gerência de Inteligência da polícia, que iniciou uma investigação interna.
A denúncia diz que, “para se esquivar de responsabilidade penal e administrativa, Alex teria falsificado um termo de exibição e apreensão com data retroativa ao dia da operação, na qual assinou sozinho, como autoridade policial, exibidor e escrivão. Ele, também, teria deixado o carro no pátio de apreensões, para simular que o bem não havia sido retirado do local”.
[caption id="attachment_80431" align="alignnone" width="1024"]
Delegado Alex Nicolau — Foto: Vanessa Martins/G1[/caption]
Delegado Alex Nicolau — Foto: Vanessa Martins/G1[/caption]



