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"E dai?" dita por Bolsonaro

Lira avaliza Bia Kicis na CCJ, e bolsonaristas disputam outras comissões importantes

Da Câmara. Bolsonaristas devem ainda ficar com outra comissão de peso

Uma das principais aliadas do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) na Câmara, a deputada Bia
Kicis (PSL-DF) deve ser confirmada na presidência da CCJ (Comissão de Constituição e Justiça),
a principal da Casa, após vencer resistências internas.

Bolsonaristas devem ainda ficar com outra comissão de peso.

O martelo ainda não foi batido, pois o resultado vai depender de negociação envolvendo a Comissão de Relações Exteriores e
Defesa Nacional, atualmente presidida pelo deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), filho do
presidente.

Nesta quinta-feira (4), o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), se reuniu com líderes
partidários para tentar definir a distribuição das 25 comissões –local onde a maioria dos
projetos são debatidos com mais detalhamento–, que serão divididas entre os partidos
considerando o peso de cada um.

Antes do encontro, Lira falou rapidamente sobre a indicação da procuradora aposentada à
presidência da CCJ.

“Se o PSL indicar e mantiver o nome, quero crer que não há nenhum óbice
para isso”, afirmou. “A Câmara já amadureceu essa questão.”

A CCJ é a comissão mais importante da Câmara. Todos os projetos devem ser avaliados no
colegiado quanto à sua constitucionalidade antes de poderem avançar para o plenário da Casa.

A indicação de Bia Kicis para o colegiado fez parte de um acordo costurado por Lira com o
presidente do PSL, Luciano Bivar (PE), com a própria deputada e com o novo líder do partido na
Câmara, Vitor Hugo (GO).

Conforme o acordo, Bivar assumiu a primeira secretaria da Câmara, que funciona como uma espécie
de Prefeitura da Casa, responsável pelas atividades administrativas.

Bia Kicis foi indicada para ocupar a Presidência da CCJ, comissão a que o PSL teria direito de reivindicar, pelo
critério de proporcionalidade. Já Vitor Hugo, ex-líder do governo na Câmara, ficou com a
liderança do partido na Casa.

Bia Kicis é investigada no inquérito das fake news e no que apura atos antidemocráticos.

A indicação gerou desconforto junto a ministros do STF (Supremo Tribunal Federal), por causa das
críticas feitas pela deputada em algumas ocasiões contra integrantes da corte.

Para diminuir a resistência contra seu nome, a procuradora aposentada procurou líderes
partidários para afirmar que respeitaria a posição da maioria das siglas na hora de definir a
pauta da comissão e que a postura dela como parlamentar não se confundirá com a de presidente
da CCJ.

A deputada também entrou em contato com a oposição para se apresentar como moderada.

Apesar disso, logo após a notícia, um grupo de parlamentares chegou a se mobilizar para tentar
construir uma candidatura avulsa que disputasse a presidência com Kicis.

A ideia era apresentar o nome de Lafayette de Andrada (Republicanos-MG).

Além do DEM e de partidos da oposição, a candidatura também teria amparo junto ao PSDB, ao MDB,
à ala não bolsonarista do PSL e até mesmo dentro do PP, partido de Lira.

No entanto, a iniciativa perdeu força pelo precedente de quebra de acordo que representaria e
pelo impacto que isso teria em outras negociações feitas, inclusive envolvendo comissões.

“Agora, o nome de Bia Kicis ganhou força para ser confirmado pelos titulares da CCJ -são 66, no
total.”

Conforme o critério de proporcionalidade, o PSL teria direito a outra comissão de peso na
Câmara. O partido queria manter a presidência da Comissão de Relações Exteriores, com a
indicação do deputado Luiz Philippe de Orleans e Bragança (PSL-SP).

No entanto, Lira teria negociado o comando do colegiado para o deputado Aécio Neves (PSDB-MG), criando insatisfação
junto ao PSL.

Nesta quinta, Lira admitiu haver “óbices” envolvendo as comissões, mas negou que se tratasse de
um imbróglio.

“Só não houve acordo nas pedidas. Demos um tempo a mais para que os líderes se
entendam”, afirmou. “Se não se entenderem será feito na ordem de prioridade de
proporcionalidade, sem nenhum estresse.”

Ele afirmou que o único compromisso que fez na campanha envolveu a CCJ. “Todas as demais vão
para escolha proporcional”, disse.

“Então, se houve algum atropelo, é lamentável, peço aqui desculpa se causou alguma inconveniência, se o pessoal do PSL não entendeu, mas todas as outras comissões vão de acordo com as pedidas e as pedidas vão de acordo com a proporcionalidade.”

Sem Relações Exteriores, a segunda opção do PSL seria ficar com a comissão de Educação -hoje, o colegiado ficaria com o DEM, que indicaria a deputada professora Dorinha (TO). Se isso for desfeito, o DEM poderia apontar um nome para comandar a comissão de Agricultura, Pecuária,
Abastecimento e Desenvolvimento Rural.

Nessa hipótese, o PSL avalia dois nomes para indicar à comissão de Educação: o da deputada
Aline Sleutjes (PR), também investigada no inquérito que apura financiamento a atos
antidemocráticos; e o do deputado Carlos Jordy (PSL-RJ).

Link original da matéria:
https://agoranoticiasbrasil.com.br/lira-avaliza-bia-kicis-na-ccj-e-bolsonaristas-disputam-
outras-comissoes-importantes-da-camara/

A deputada Bia Kicis (PSL-DF) usa máscara com a frase “E dai?” dita por Bolsonaro . Foto: Dida Sampaio- Estadão
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  • Gildo Ribeiro

    Gildo Ribeiro é editor do Grupo 7 de Comunicação, liderado pelo Portal 7 Minutos, uma plataforma de notícias online.

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