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Luto na 7 arte

David Lynch, diretor lendário de ‘Cidade dos sonhos’ e ‘Twin Peaks’, morre aos 78 anos

Americano recebeu quatro indicações ao Oscar e era conhecido por obras sombrias e surrealistas. Ele revelou ter enfisema pulmonar em 2024

David Lynch, diretor lendário de filmes como “Cidade dos sonhos” (2001) e da série “Twin Peaks”, morreu aos 78 anos. Conhecido por histórias surrealistas e sombrias e um humor desconcertante, o cineasta recebeu quatro indicações ao Oscar ao longo da carreira.

A causa da morte não foi divulgada, mas ele revelou em 2024 ter sido diagnosticado com enfisema pulmonar.

O cineasta fumava desde os oito anos. A doença o impediu de continuar a dirigir produções presencialmente.

Há um grande vazio no mundo agora que ele não está mais conosco, escreveu a família de Lynch, no Facebook.

Mas, como ele diria, ‘fiquem de olho na rosquinha, e não no buraco’. É um dia lindo com raios de sol dourados e céus todos azuis.

Depois de considerar seguir carreira como pintor na juventude, ofício que chegou a estudar, passou a se dedicar à realização de curtas.

Em 1977, ficou conhecido logo com seu primeiro longa-metragem, o independente “Eraserhead”, que se tornou cult com os anos.

O reconhecimento veio rápido e ele foi contratado para escrever e dirigir “O homem elefante” (1980). A história estrelada por John Hurt e Anthony Hopkins sobre vida de um homem desfigurado recebeu oito indicações ao Oscar — incluindo as de roteiro adaptado e direção para Lynch.

Vinda ao Brasil
Em 2008, ele veio ao Brasil pela primeira vez, para divulgar seu livro “Em águas profundas – criatividade e meditação”.

Um artista não precisa sofrer para mostrar sofrimento, ele só tem que entender o sofrimento. 

A intuição é o principal instrumento de um artista.

Sou uma pessoa feliz por dentro, mas minhas histórias refletem o mundo real, e vivemos num mundo negativo,

disse o diretor, que começou a se dedicar à meditação durante os anos 1970. Ele atribuía a ela as ideias que deram origem a seus filmes.

 

É uma técnica mental que ajuda a criatividade e abre a porta para um nível de vida mais profundo, o infinito, sem limites,

disse ele, sobre a meditação transcendental. Você pratica um mantra, que te coloca na base entre a matéria e a mente.

De repente, tudo se expande e a vida fica muito boa.

Lynch contou que essa filosofia estava presente nos bastidores de todas as suas filmagens.

Gosto de trabalhar num set feliz, como uma família. Acho que o set tem que ser um lugar seguro para o ator, onde ele possa se aprofundar.

Acho que o medo e pressão prejudicam a criatividade e, consequentemente, prejudicam o trabalho.

 

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Cena do documentário ‘David Lynch: A Vida de um Artista’ (2016) — Foto: Divulgação
David Lynch posa no Festival de Roma em novembro de 2017 — Foto: Fred Dufour/Pool/AFP

 

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  • Gildo Ribeiro

    Gildo Ribeiro é editor do Grupo 7 de Comunicação, liderado pelo Portal 7 Minutos, uma plataforma de notícias online.

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